2. Marco Polo Teixeira Dutra Phenee Silva
3. Maria Isabel Moraes Mendes
Maria Isabel (Mendes Silva após o casamento) nasceu na fazenda Santa Rosa, às margens da rodovia que liga Piracicaba a Rio Claro, zona rural de Piracicaba, no dia 24 de setembro de 1943, filha de Francisco Silveira Mendes e Guiomar de Moraes.
Quase não saíam a passeio. Maria Isabel só se lembra de ter ido uma vez a Pirapora.
Ela e seus irmãos brincavam nas árvores e campos com a garotada do lugar. Certo dia estava à beira de um ribeirão enquanto a mãe lavava roupas. Muito excitada, perdeu o equilíbrio e caiu nas águas do rio, sendo salva pelo mano Ari.
Ia a pé para a escola, em bando, andando sobre a linha do trem.
Nos estudos, Maria Isabel sempre se distinguiu pelo brilho, jamais perdendo a primeira classificação durante todo o antigo curso primário. Entrando nos últimos anos desse curso, mudou-se para a casa de sua avó Belentina, onde terminou o primário e cursou o ginásio.
De lá, numa época em que as alternativas de estudo no interior paulista eram efetivamente reduzidíssimas, ingressou na Escola Normal Rural Prof. José de Mello Moraes, onde se diplomou em 1963 como professora primária.
Cotia, cidade próxima à capital de São Paulo, foi o início de sua carreira no magistério público estadual. Lá, foi professora substituta desde em 1964 até transferir-se para o Grupo Escolar Prof. João Larizzatti, no bairro do Quilômetro Dezoito, município de Osasco, onde foi efetivada no magistério.
Vestibulanda, foi aprovada em Ciências Sociais na Pontifícia Universidade Católica, de onde logrou transferência para a Escola de Sociologia e Política, entidade anexa à Universidade São Paulo (USP). Nessa escola bacharelou-se em 1971.
Para complementar seu curso com instrumentais analíticos mais apurados, inscreveu-se em algumas disciplinas , a título de ouvinte, no Departamento de Matemática e Estatística da USP.
Marco Polo veio ao mundo na maternidade da Real Sociedade de Beneficência Portuguesa em Campos (RJ), às 21h 50m do dia 15 de dezembro de 1950, gênito de Pedro Phenee Silva e Maria Izabel Teixeira Dutra.
Em 1955 vivia na casa dos avós maternos em Campos. Era muito arteiro. Certa feita o avô estava consertando um relógio e dele sumiu uma peça. Seu Dutra logo se lembrou do neto, embora dona Branca jurasse não o ter visto passar pela sala. Chamado, realmente a pecinha estava em sua mão.
Noutra ocasião, ainda em Campos, comeu umas ervilhinhas que a avó usava para envenenar ratos. Foi um pandemônio. Ele apresentava os mesmos sintomas de um rato moribundo: palidez, prostração... A avó quase teve um filho. Mas algumas claras de ovos batidas fizeram-no regurgitar e expelir o veneno.
Muito manhoso, quando desandava a chorar, o avô ficava aborrecido. Num dia, ele prendeu o chorão num quarto que dava para a rua e disse para chamá-lo quando se cansasse de chorar. Passado algum tempo Marco Polo grita: "Vovô, eu já cansei de chorar". Incontinenti, o avô o liberou.
No quintal dessa casa o casal criava o porco "Seu Amaral". Quando Marco Polo, aparecia na porta da área interna, o porco se punha a correr. Os dois brincavam um bocado e depois se deitavam para descansar.
Marco Polo, ao término de seu sétimo aniversário, entrou para o Grupo Escolar do Instituto dos Bancários, lá ficando até o segundo ano do curso primário. Em seguida foi mandado pelos pais para o Colégio Meninópolis, onde estudou um ano. Por fim, completou seu curso primário em 1962 na Escola Primavera. No ano seguinte foi estudar em São Roque, no Seminário Menor Metropolitano Imaculado Coração de Maria, mais conhecido como Seminário do Ibaté, bairro onde ficava tal seminário. Passou dois anos internado neste local, até ser desligado por falta de vocação para o sacerdócio.
Completou seus estudos num ginásio estadual, extensão do Ginásio Estadual Costa Manso, no bairro Itaim, em São Paulo. Neste mesmo local fez o curso científico (atualmente incluído no chamado "curso do segundo grau"). Terminado este estágio escolar, foi aprovado em 1971 nos vestibulares da USP, entrando neste mesmo ano no Departamento de Matemática e Estatística, onde conheceu Maria Isabel, com quem viria a se casar.
O primeiro contato entre eles foi pitoresco. Tentando se aproximar da colega, Marco Polo perguntou a ela se certo ponto iria cair numa prova de Álgebra I algumas horas depois. Ela respondeu que não, porque o professor dera a lição apenas na última aula. Pois foi só desse capítulo que se tirou questões para o teste e Marco Polo ficou com a nota 4,5 (na escala de 1 a 10 então vigente).
Marco Polo, sempre mostrara dotes para as ciências (cursou Astrofísica, Astronomia e Química Mineral na Escola Municipal de Astrofísica de São Paulo em 1970, montou um laboratório amador de química no apartamento de seus pais e sempre procurou matricular-se como ouvinte nos cursos oferecidos pelo Instituto de Física da USP)
Em 1972, novembro desse ano, Marco Polo ingressa na Caixa Econômica Federal mediante concurso público em que foi muito bem classificado. Poucos meses depois, a 7 de março de 1973, foi requisitado para servir no Banco Central do Brasil, tendo atingido em pouco tempo cargos de direção nessa casa.
À parte de sua carreira no Banco Central, Marco Polo foi também monitor da cadeira de Cálculo Diferencial e Integral junto aos Institutos de Farmácia e Bioquímica, e ao de Economia da USP. Sua função era aplicar e corrigir as provas da cadeira.
No dia 6 de janeiro de 1974 Marco Polo e Maria Isabel se casam na Matriz da Vila Resende, bairro em Piracicaba. A cerimônia religiosa foi oficializada pelo Mons. João Pheeney, tio paterno do noivo, em presença de inúmeros parentes e amigos, especialmente vindos de diversas regiões do Brasil. O ato civil foi também realizado na própria igreja.
Como praxe nas cerimônias de casamento, o ato começou com bastante atraso. Apenas a culpa não foi da noiva, que ficou dando voltas pela cidade no carro do tio Itagiba, tentando evitar que a maquiagem escorresse, pois estava quente o dia. Enquanto isso, os pais e tios do noivo se perdiam em Piracicaba e faziam os convidados esperarem tensos.
A propósito, é publicamente conhecida a capacidade dos Teixeira Dutra "enrolarem" para sair de casa.
Maria Isabel, que à época de estudante de sociologia percorrera em 1970 o norte do Estado do Mato Grosso (principalmente as áreas de Poxoréu e Alto Paraguai) como participante do Projeto Rondon, volta aos bancos escolares. Aprovada no vestibular, cursou Matemática na USP, licenciando-se em 1977. Nesse mesmo ano, Marco Polo obtém a terceira classificaç
ão nos vestibulares para a Faculdade de Economia da USP, curso de Ciências Contábeis. Mas esse curso permaneceu inconcluso, eis que no mesmo ano foi aprovado em exame de seleção para Mestrado em Política Fiscal na Escola de Administração Fazendária, do Ministério da Fazenda.
Assim, toda a família se mudou para Brasília. Maria Isabel desligou-se do magistério.
O curso de mestrado de Marco Polo durou quase dois anos período em que ele estudava do início do dia até princípios da madrugada. Eram oito horas diárias de aulas e pelo menos outro tanto de estudos. Sábados, domingos e feriados eram aproveitados para atualizar as matérias.
Preparou dissertação sobre a eficácia do crédito rural como fator de desenvolvimento econômico, a qual não defendeu porque o curso não foi reconhecido pelo Ministério da Educação e Cultura.
Nesse período, Maria Isabel ficou cuidando da casa e do filho André. Tempos de muita solidão, que ela suportou pacientemente para não incomodar o marido. Nessa época, ela engravidou pela segunda vez.
Quando a vida familiar voltou à normalidade, ela prestou concurso para o Banco do Brasil e logrou obter excelente classificação (1979), Nesse emprego exerceu várias funções.
Em 1980, Marco Polo integrou, com três outros colegas, o núcleo de funcionários do Banco que estendeu a política de preços mínimos a todos os bancos integrantes do Sistema Nacional de Crédito Rural. Em 1981 e 1983 comandou alteração na sistemática de fiscalização até então vigente no Banco Central, diligenciando para a introdução na área rural do banco dos processos administrativos legalmente exigidos.
No ano de 1984, participou de grupo de trabalho que alterou o regulamento que regia a instauração dos processos administrativos instaurados pelo Banco Central (art. 44 da Lei nº 4595), com vistas a uniformizar toda a atuação do banco na área. Ele era, nessa ocasião, responsável pela unidade administrativa encarregada de emitir pareceres sobre o cabimento de processar bancos e administradores, assim como sobre as defesas apresentadas pelos processados, para subsidiar a decisão do diretor do Banco Central.
Concluiu o IX Ciclo de Estudos da Delegacia da Escola Superior de Guerra (ADESG), em Brasília, apresentando trabalho sobre Educação, o qual foi reapresentado durante o X Ciclo a convite da direção da Delegacia. Ainda pela ADESG, apresentou trabalho de Avaliação de Conjuntura, da qual foi enviada uma cópia ao então Ministro da Fazenda Dr. Ernane Galvêas, ao líder do governo na Câmara Dr. Nélson Marchezan, ao senador Fernando Henrique Cardoso e ao Vice-Presidente da República, Dr. Aureliano Chaves de Mendonça.
É autor dessas crônicas e dos trabalhos genealógicos "Uma Família Silva Setecentista", "Familia Faria de Albernaz" (mostrando a gente desse nome que passou do Rio de Janeiro para São Paulo em fins do século XVII e daí se espalhou pelo Estado, por Minas Gerais e por Goiás), "Completando Silva Leme-Vasconcelos" (elencando os descendentes de Alexandre Francisco de Vasconcelos, português que chegou ao Brasil em princípios do século XVIII), "Alguns Silva de São Paulo" (mostrando os brasileiros desse nome que descendem do lisboeta Clemente José Gomes Camponeses), e "Os Mendes de Piracicaba". Escreveu, também a "A Gente da Capitania da Paraíba do Sul", que retrata as famílias de Campos dos Goytacazes (RJ) do século XVII aos presentes dias.
O casal se separou judicialmente em março de 1990. Ele continuou morando no Plano Piloto e ela foi com os filhos para o Lago Norte. Mais tarde eles se mudaram para um condomínio fechado perto de Sobradinho.
Hoje Marco Polo está casado com Mithiko Sugawara, nascida em São Bernardo do Campo a 21 de agosto de 1952, filha de Takeyasu Sugawara e Chieko Yoshioka.
Mithiko graduou-se em Matemática em 1974. Trabalhou no Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo de 1971 a 1973 e depois no Banco Central, onde se aposentou em 1997.
Ela fala com fluência o japonês (em realidade sua língua materna, pois só veio a aprender o português com seis anos de idade). Estudou inglês, alemão, italiano e francês.
Marco Polo esteve nos Estados Unidos três vezes, viajando de carro por quase todo o país (1992, 1993 e 1995). Em 1992 visitou, também todo o leste canadense.
Em 1997, Marco Polo e Mithiko, viajaram de carro por toda a Inglaterra, País de Gales, Irlanda e Escócia. Nessa viagem estudaram um pouco das línguas celtas do País de Gales e da Irlanda e escreveram um relatório de viagem detalhado, contando a história dos povos e das línguas da região, suas lendas, costumes antigos e modernos, sotaques, locais turísticos (a maioria dos quais pouco conhecidos no Brasil).
Dois anos depois, aprenderam espanhol e passaram dois meses num giro por toda a Espanha. E em 2003 estudaram italiano e o praticaram por dois meses, percorrendo toda a península italiana.
Em 2005, Mithiko se dispôs a estudar kandi, o sistema de escrita que os japoneses importaram da China. Em outubro deste ano deixou o Brasil para passar seis meses em Yokohama (Japão), estudando a língua e a escrita.