John William nasceu em Dartmouth, condado de Halifax, na província da Nova Escócia, Canadá, no dia 26 de maio de 1856, filho de Martin Pheeney e Catherine Allice Morrissey. Foi batizado na basílica católica de St. Mary:
"In the 1st of June of 1856 I, the undersigned, baptized John William, aged 5 days, born of the lawful marriage of Martin Pheny & Cath. Alice Morrissey. SS Patrick O'Brien & Sarah Morrissey"
Consta que Elizabeth teria nascido por volta de 1843 na Alemanha.
Ele morava em 1871 na rua Rottenburg, nº 17, mas nos anos seguintes estava na casa paterna. Segundo os Catálogos da Cidade de Halifax, uma espécie de almanaque local, John trabalhou entre 1871 e 1875 como escriturário ou balconista (clerk) e foi contador (book-keeper) até 1876, último ano em que seu nome apareceu nos Catálogos. Em 1881 John William já não morava com os pais e em 1886 nascia sua filha, no Brasil. Nesse ínterim (por volta de 1880) deve, pois, ter se casado e mudado para o Brasil.
O casal veio para o Brasil, tendo John William se empregado como tipógrafo, ocupação que tinha quando do nascimento de sua única filha. Ele era católico e nessa religião educou a filha.
Não se soube dizer ao certo, mas parece que eles viveram por algum tempo no exterior. Os mais velhos diziam que ele foi para a Inglaterra e deixou a filha Alice estudando na França, para não perder sua cultura latina. Pode ser que tenha voltado à pátria e a filha ter ficado estudando na província francesa de Québec.
Elizabeth morreu na casa que tinham na rua Augusta, em São Paulo, a 18 de junho de 1906, e foi sepultada no Cemitério do Araçá (quadra 28, sepultura 298). Sua morte foi anunciada no jornal "Correio Paulistano", edição de 21 de junho.
Ele voltou a casar-se, seis meses depois de ficar viúvo, com Wilhelmine Nitz ("Mina"), a governanta da sua casa, protestante, nascida por volta de 1858 em Bernesdorf, na Alemanha (então reino da Prússia), filha de Johann Nitz e Frederika Nitz (ambos já falecidos nessa época). Curiosamente, esse segundo casamento, ocorrido no dia 9 de fevereiro de 1907 no Cartório da Consolação, foi um casamento duplo, pois no mesmo local e hora a filha Alice se casava com Francisco Leôncio.
Ele era do tipo prático. Francisco Leôncio, pretendente à mão de sua Alice, reclamava de seu baixo salário ao futuro sogro. O Pheeney não se fez de rogado: "ela é culta e pode ajudar a manter a casa".
O casal ficou morando na mesma casa que Alice e Francisco Leôncio até que esses foram para o Canindé, ficando o casal na rua Augusta.
Contam que a separação se deu porque pai e filha já não mais se entendiam. Ela foi terminantemente contra o pai ter casado com a serviçal, ainda mais que a mãe havia falecido pouco meses antes. O tio Joaquim (irmão de Francisco Leôncio) contava que Alice não admitia que o pai fumasse em casa. "Vá fumar lá no porão, schwein (porco)", dizia ela.
O Pheeney tinha tipo celta bem característico: baixo, bem alvo e avermelhado, olhos azuis claros e cabelos entre loiros e brancos, já algo escassos.
Contam os antigos que ele bebia um bocado. Certa ocasião foi levar o latão de lixo para a calçada, onde os lixeiros costumavam recolhê-lo. No portão, encontrou uns amigos e saíram para um botequim. Durante três dias não tiveram notícias dele.
Adoecendo repentinamente dos pulmões, John foi levado ao hospital, onde faleceu em poucos dias, a 29 de novembro de 1918, sendo sepultado sem conhecimento dos parentes também no Cemitério do Araçá.
Morto o marido, sem falar direito o português e sem notícias da enteada, Mina desapareceu na cidade. Por muitos meses não se soube de seu paradeiro, apesar da preocupação e remorsos de Alice. Numa determinada tarde, uma senhora andrajosa bateu à porta da casa de Francisco, pedindo esmola. Atônita, Alice reconheceu a antiga governanta e a acolheu em casa.
Dela se lembrava Pedro Phenee como uma velha senhora, dona de um baú, de onde ele "aliviava" trocados para o cinema e de quem ele sempre conseguia alguns tostões enfiando a linha em suas agulhas de costurar.
Wilhelmine morreu em 1932, sendo seu corpo sepultado no Cemitério da Freguesia do Ó. Não teve filhos.