Joaquim José nasceu em São Paulo, no dia 8 de dezembro de 1817, foi batizado por sua avó materna 8 dias depois, filho de Manuel Fernandes Pires e Ana Maria da Conceição.
Maria Jesuína também foi paulistana, nascida em 24 de junho de 1818, filha de Luis Antonio da Silva Freire e Josefa Jesuína de Andrade. Sua certidão de batismo reza:
"Aos quatro de Julho de mil oito centos, e dezoito nesta Matriz baptizei, epus os Santos Oleos a Maria, de idade de dez dias, filha legitima de Luis Antonio da Silva Freire, ede Jozefa Jezuina de Andrade: foi padrinho o Reverendissimo Manoel Francisco de Andrade, fregues da Sé e os demais desta. O Coadjutor Joaquim Jozé da Silva Lisboa"
Joaquim foi criado na casa da avó, onde também morava sua mãe Maria Jesuina (por alguma razão apartada do marido, que vivia em Mogi Mirim). Quando solteiro, ele exerceu o ofício de carpinteiro para auxiliar na manutenção da casa.
Joaquim José e Maria Jesuína casaram-se na igreja da Sé, no dia 27 de outubro de 1841 (ACMSP, Santa Ifigênia, Casamentos, Livro 5.3.29, fls. 2):
"Aos vinte sette de outubro demil oito centos equarenta e hum nesta Matriz em virtude de huma Portaria de Sua Excelencia Revendissima dispensados dos proclamas e mais deligencias do estilo pellas oito horas da noute em minha prezença, e das testemunhas abaixo asignadas sereceberão em Matrimonio por palavras de presente na forma da Santa Igreia Joaquim Jozé da Silva, natural e fregues desta Freguezia, filho legitimo de Manoel Fernandes Pires e de Anna Maria da Conceição, e Maria Jezuina de Andrade, também natural e fregueza desta Freguezia, filha legitima de Luiz Antonio da Silva Freire, e de Dona Jozefa Jezuina de Andrade, de seus avos nada dicerão, receberão logo as bençaons nupeciais pelo Missal Romano, deque paraconstar faço este assento, que assigno com as testemunhas. O Vigr° Antonio Joaquim da Silva. Antonio Martins da Silva. Luiz Ant°da Sa. Fre."
Residiram no bairro de Santa Ifigênia desde 1842 até 1880, quando se mudaram para a rua da Consolação.
O casal tinham 5 casa pequenas: uma na rua da Consolação (próxima ao cemitério, em terreno de 180 x 360 m2) e quatro outras emparelhadas, na rua do Ipiranga (defronte o Largo 7 de Abril). Possuiam também uma chácara em Pinheiros (herança do pai de Joaquim José).
Joaquim foi fogueteiro durante muitos anos, em sociedade com irmãos. Maria Jesuina morreu às seis horas da tarde de 20 de abril de 1875, óbito comunicado ao público através do jornal "Província de São Paulo", edição de 24 de abril. No dia 4 de agosto de 1884 faleceu Joaquim José. Tanto Maria Jesuina quanto ele foram enterrados no jazigo que ele havia comprado, junto ao muro de taipa, por cinquenta mil réis, em 1865, para enterrar sua mãe.
João nasceu em Mogi Morim, onde foi batizado no dia primeiro de maio de 1825, filho de José Maria Belo e Bárbara Maria do Prado. O apelido ROSA provavelmente é um homenagem a sua madrinha Rosa de Souza Maria nasceu em Taubaté, onde foi batizada com seu irmão gêmeo a 2 de janeiro de 1825. Foi filha de João Alves de Toledo e Ana Cortês de Moraes.
Na terra de Maria eles se casaram no dia 12 de dezembro de 1849.
Residiam na própria cidade, onde João negociava em armazém produtos trazidos do Rio de Janeiro. Em 1856 passa a trabalhar como alfaiate.
Até 1858 é eleitor registrado em Taubaté. Após este ano seu nome desaparece das listas eleitorais, tendo estado ausente ou não tendo obtido renda suficiente para qualificar-se como tal.
João, que em 1854 foi inventariante de seu sogro, é novamente visitado pela morte: a 26 de novembro de 1860, após um casamento relativamente breve, morre Maria Cortês.
Martin era irlandês, de acordo com um recenseamento de 1881. Por esse documento, tinha 50 anos (teria, pois, nascido em 1831) e era casado com Alice Pheeney, natural da Nova Escócia (Canadá) de 42 anos (nascida em 1839). Em realidade, era filho de Lawrence Pheeney e Mary Pheeney e foi casado no dia 5 de maio de 1855 com Catherine Allice Morrissey, nascida em Rawdon e batizada a 9 de agosto de 1836, com três meses de idade, na matriz de São Pedro/Santa Maria, em Halifax. Em vários documentos ela aparece apenas como Alice. Martin vivia de seu ofício de carpinteiro no qual era ajudado pelo filho Charles. Residiam em Halifax, Nova Scotia (Nova Escócia), no Canadá.
Moraram em Dartmouth em 1861. Entre 1864 e 1867 na Portland St., esquina com Prince St., perto do embarcadouro do "ferry" entre Halifax e Dartmouth. Depois cruzaram o canal eentre março e setembro de 1868 e foram para Halifax, onde viveram na Maitland Street no biênio 1871-72, na Creighton St. em 1872-79 e na Cornwallis St. em 1879-84. Depois foi para casa na Barrington St., nº 435, onde viveu de 1886 a 1889 e a viúva até, pelo menos 1896).
Martin morreu a 1° de julho de 1888 (segundo registro na empresa funerária) ou 18 de julho de 1889 (segundo cartão fúnebre que tenho).
Viúva, Catharine Alice se casou a 9 de março de 1892 com o seleiro e arreeiro Edward Jollimore, de apenas 25 anos, natural de Halifax, filho de John Jollimore e Catherine Meinster. Ele era proveniente de uma família francesa (Jolemois) que se estabelecera no século XVIII ou XIX no condado de Lunesburg, na Nova Scotia.
Ela morreu em sua casa na Edward St. a 30 de junho de 1918 e foi também sepultada no cemitério de São Pedro, em Dartmouth.
Não há notícia de filhos de Catherine e Edward.
Ele era católico, como quase todos os irlandeses que se mudaram para a América, morreu no dia 18 de julho de 1889, como mostra o cartão que encontramos por acaso entre os poucos bens que restaram de John William.
A tradução dele é a seguinte:
Asleep in Jesus! Blessed sleep Adormecido em Jesus! Sono abençoado From which none ever wake to weep Do qual ninguém acorda para lastimar-se In loveling remembrance of Em saudosa memória de MARTIN PHEENEYDied July 18, 1889 Falecido a 18 de julho de 1889 A precious one from us has gone Um ser precioso se foi do nosso convívio A voice we loved is stilled Uma voz que amávamos silenciou-se A place is vacant in our home Um lugar ficou vazio em nosso lar Which never can be filled Lugar que jamais poderá ser ocupado God in his wisdom has recalled Deus, em Sua sabedoria, o chamou de volta The boon his love has given A dádiva de Seu amor lhe deu And though the body slumbers here E, embora o corpo jaza aqui The soul is safe in Heaven Sua alma está salva no Paraíso Ele certamente foi parente de Harry Pheeney, que em 1886 era construtor de carruagens e residente na Lockman St.
Albano José nasceu em Chaves, Portugal. Filho de Manuel Joaquim Teixeira e Roza Maria.
Em sua pátria casou-se com Izabel Maria.
Depois de viúvo veio para o Brasil, onde fixou residência em Itaocara. Lá se casou novamente, no dia 25 de abril de 1885, com Maria Leopoldina Souto, filha de João Souto e Ana Folly.
O pouco que sabemos dessa gente vem da memória de Maria Pereira, casada com um neto dele, Alberto Antonio. Disse ela que Albano José era calvo. A isso Alberto Antonio acreditava dever sua calvície precoce. Sabe-se que este neto sempre pedia ao avô uma bicicleta, no que jamais foi atendido. Isso mostra que Albano José teria falecido após 1890.
Miguel nasceu no Rio de Janeiro por volta de 1819 (ou 1816), filho de Antonio José Teixeira Pena e Mariana Rosa da Silva.
Nísia Prudência nasceu cerca de 1829 e foi filha de José Dutra da Silva e Prudência Maria de Jesus.
Na certidão de batismo da filha Florisbela, ambos são dados como cariocas o que reforça a indicação de não serem naturais de Itacoara.
Pelo exame da documentação parece que Nisia vivia na casa paterna, em algum ponto entre Itaocara e São Fidélis, pois José Dutra teve filhos nascidos e casados nessas duas localidades. Miguel, por sua vez, deve ter ido do sertão de Cantagalo para a região Itaocara com a mãe (que morreu em São Fidélis) e alguns irmãos. De fato além do casamento de Miguel, só encontramos naquela cidade registro de casamento de um de seus irmãos.
Miguel e Nisia casaram-se em São José de Leonissa (Itaocara) no dia 28 de abril do ano de 1854, já com filhos.
Residiam em sítio vizinho à fazenda de S. Roque, que fôra de Joaquim José da Silveira Pessanha. Seria, talvez, o lugar que hoje se chama Coronel Teixeira, próximo a Itaocara. O caminho desse sítio a Itaocara devia ser difícil, pois Miguel quase sempre batizava os filhos após muitos meses de nascidos.
Ele foi, a 29 de janeiro de 1855 padrinho de batismo de Maria, filha natural de Antonio de Souza Coelho e Maria Clara de São José. Faleceu em sua fazenda no dia 12 de maio de 1874.
Nesse mesmo ano, Nísia foi madrinha, ao lado de João Pereira de Oliveira Durão (dia 20 de novembro de 1874), da neta Florisbela, filha de outra de igual nome.
No batizado do filho Joaquim, Nísia consta com o sobrenome LIVRAMENTO, filha de José Dutra da Silva e Prudência Maria do LIVRAMENTO. Isto nos leva a supor que Prudência Maria seria parenta da mulher de Francisco de Paula Robim, também Livramento.
Nísia Prudência morreu no dia 16 de março de 1878.
José foi filho de Florentino de Souza Pinto e Ana Maria do Espirito Santo. Luzia nasceu em Santo Amaro no dia 13 de dezembro de 1823, filha de João Pereira de Carvalho e Inácia Maria Francisca.
Dela apenas resta a lembrança de um gênio dócil, dedicado a orações.
José faleceu, com inventário iniciado em 1878 em sua fazenda Marobá, aforada ao Mosteiro, onde tinha engenho de açúcar. Era senhor, também, de sítios no Jenipapo (às margens da Lagoa Salgada), na Piedade, no Algodoeiro, na Taboa e no Mata-Cachorro. Era proprietário de sete escravos.
Luzia morreu em Santo Amaro no dia 29 de agosto de 1905, sendo o óbito registrado pelo Cartório de Mussurepe, o que indica que morava em algum ponto ao norte da linha férrea que servia Santo Amaro. Para o seu enterro, Luzia Maria deixou uma latinha repleta de moedinhas de ouro.
46. Constantino de Souza Pinto
Constantino nasceu por volta de 1845 na freguesia de São Gonçalo de Campos, filho de Francisco Manhães da Silva e Úrsula Maria das Virgens. Diz sua neta Maria Pereira que ele nascera em Ponta Grossa dos Fidalgos e que, indo a Santo Amaro, talvez a negócios, conheceu Mathilde. Pouco tempo depois, voltou a Santo Amaro para pedir a mão dela.
Mathilde nasceu na mesma freguesia de Santo Amaro, no dia 21 de março de 1848, filha natural de Alexandre Pereira de Carvalho e Maria da Penha da Conceição.
Casaram-se por volta de 1862, quando Mathilde tinha quatorze anos de idade, e foram residir em Santo Amaro, nas terras de Alexandre Pereira, em sítio -- de nome "Andreza" --, onde plantavam cana-de-açúcar e criavam gado.
Nesse sítio, conta Maria Pereira, certa noite após o jantar, quando o casal se deitou, Constantino aconselhava Mathilde a não bater em Úrsula, filha deles. A menina era traquinas, mas a mãe devia ter paciência com ela.
Depois de muito convidar a mulher à paciência, um silêncio seguido de um baque surdo. Constantino caíra da cama. Acendendo rapidamente a vela que sempre guardava debaixo do travesseiro, Mathilde o viu morto no chão. Era a noite de 2 de fevereiro de 1881.
As exéquias se deram já no dia seguinte.
Cinco anos depois, a exumação do cadáver. Quando abriram a cova, apavorados e sem ação, os coveiros não acreditavam no que lhes contavam seus olhos: o corpo de Constantino estava intacto. Quando seus pés se despregaram do chão, os coveiros saíram gritando a notícia. Para evitar uma possível onda de misticismo, os frades do Mosteiro de São Bento viera céleres para transladar os restos mortais de Constantino para o Mosteiro, recomendando silêncio a todos. Lenda ? Verdade ? Ninguém pode mais informar ao certo. Há quem diga que os frades impedem qualquer notícia sobre o assunto. Só podemos assegurar que procuramos a tumba de Constantino no Mosteiro e nada achamos.
Constantino deixou à mulher e filhos, além da casa no "Andreza", benfeitorias em Ponta Grossa, nas terras do cap. Manuel José Pinto e Silva -- talvez seu parente ou padrinho, pelo sobrenome --, meia centena de cabeças de gado e um cavalo, no qual Úrsula montava em pelo e que provocava a ira da mãe. Mathilde, mulher valente, criadora de gado na fazenda Laranjeira, continuou vivendo em Santo Amaro. Conta a neta Maria Pereira que sua ceia noturna costumava ser leite azedo com farinha. E para que a dieta não fizesse mal, fazia o sinal-da-cruz com querosene sobre a barriga.
Ela morreu no dia 11 de julho de 1920 e foi sepultada no Cemitério Público de Santa Amaro.
Félix nasceu em Porto Feliz em 1795 (batizado a 15 de março desse ano), filho de José Mendes de Almeida e Maria Paes de Godoy.
Maria também era de Porto Feliz, nascida por volta de 1807, filha de Salvador Martins Vidal e Antonia Mendes de Aguiar.
Félix foi primeiramente casado em Porto Feliz, no dia 3 de novembro de 1814, com Maria dos Anjos Garcia, filha de Manuel Garcia Leal e Justina de Oliveira (ACDS, Livro s/nº, Casamentos Porto Feliz, fls. 87v).
Félix e Maria dos Anjos residiram inicialmente em Sorocaba (no bairro dos Pilões em 1817), de onde saíram para Itapetininga, a ocupar terras recebidas em sesmaria, junto com Inácio, irmão de Félix (DAESP - Col. Sesmarias, Patentes e Provisões, Livro IV, fls. 380).
Em 1821 começou o inventário de bens de Maria Garcia.
Ele vivia em Piracicaba, ainda que miliciano em Sorocaba. Comprou animais de carga e iniciou-se no comércio de bens e gêneros alimentícios que chegavam pelo Rio de Janeiro.
Paralelamente, plantava milho nas terras que possuía no bairro Mato Alto em Piracicaba, vizinhas às de seus irmãos e herança de seu pai.
Quando Maria Martins foi com os pais para Piracicaba, no mesmo Mato Alto conheceu Félix , com que se casou por volta de 1830.
Residentes no bairro Milhã (Mato Alto), Félix foi eleitor em Piracicaba até 1861. E lá morreu no dia 9 de março de 1862 (ACDPirac., Livro nð 5, Óbitos Piracicaba, fls. 36v), deixando o sítio em que morava e uma casa na antiga rua do Comércio, em Piracicaba (Cart. 1ð Subdistrito de Piracicaba, invð nð. 60).
Maria também faleceu no sítio, a 6 de julho do ano de 1881 (o inventariante declarou erroneamente no inventário dos bens dela a data do óbito como 6 de julho de 1880, mas o assento no Cart. Godoy, Livro nð 2 , Óbitos de Piracicaba, fls. 4v., traz a data correta). Ambos foram sepultados no antigo Cemitério Municipal de Piracicaba, onde hoje se ergue o Estádio Municipal de Piracicaba. Deixaram 32 alqueires de terras no Milhã, com pasto, casas e benfeitorias. Tinham 7 escravos, que cuidavam do gado e cavalos na fazenda. Tinham em 1862, 42 bestas tropeiras.
Antonio nasceu em Porto Feliz no dia 18 de fevereiro de 1814, filho de José Mendes de Almeida e Maria Paes de Godoy (Museu do Ipiranga, Coleção Aguirra, Batismos Porto Feliz, Livro s/nð, fls. 57v).
Maria Luiza foi filha de José de Oliveira Roza e Umbelina Mendes de Almeida e nasceu em Porto Feliz, como mostra o documento seguinte:
"Aos doze de Julho de mil oito Centos, e dezoito annos nesta Matris de Porto Felis, com minha licença, baptisou e pos os Santos oleos o Reverendo João Antonio de Castro a Maria filha de José de Oliveira Roza, e Sua mulher Humbelina Mendes de Almeida; nasceo a vinte e hum de Junho; forão Padrinhos Joze Mendes de Almeida, e Maria Pais de Godoy, todos desta Parochia. O vigrð Coadjutor Bento Pais de Campos"
Casaram-se por volta de 1836.
Antonio foi com os pais em 1819 para Piracicaba, bairro de Mato Alto.
Já casado, Antonio associou-se aos irmãos como tropeiro nas estradas para Curitiba e Rio de Janeiro. Em 1884 tinham sítio de 200 alqueires (50 alqueires em 1890) no bairro Milhã (no local hoje chamado de Barreirinho), com casa, engenho, paiol e outras benfeitorias. Nesse sítio plantavam 500 mil (255 mil em 1890) pés de café, além de criar gado e suínos. Tinham também casa em Piracicaba, na rua do Comércio. Criavam 2 dezenas de vacas e uma dúzia de bestas tropeiras.
Maria Luiza faleceu em 30 de janeiro de 1884 de doença cardíaca (Cart. Godoy, Piracicaba, Livro nð III de Óbitos, pág. 91). Antonio, pouco depois, a 1ð de maio de 1890 de inflamação (ibidem, Livro nð IV de Óbitos, fls. 198v) e deixou inventário de bens hoje arquivado no Cart. 2ð Subdistrito de Piracicaba, sob o nð 77. Ambos foram enterrados no antigo Cemitério Municipal de Piracicaba.
Rafael nasceu em Aputribu, tendo sido batizado em Itu no dia 23 de março de 1796, filho do alferes Rafael Leme da Silveira e Maria Leite do Amaral (ACDS, Livro n° 61, Batismos Itu, fls. 183).
Casou-se primeiramente em 1814 com Maria da Silveira Leite, nascida por volta de 1802. Com ela vivia nas terras do sogro ausente, no bairro Piraí de Cima, em Itu, até que de um terceiro e infeliz parto, Maria faleceu no dia 15 de maio de 1822.
Já no ano seguinte, Rafael se casava com a titular, em São Carlos das Campinas, no dia 3 de junho de 1823.
Estranhamente, o recenseador de Itu dá Rafael por viúvo em 1825.
Brígida, nascida em Jundiaí por volta de 1809, foi filha do sargento-mór Joaquim Antonio de Oliveira e de Francisca Leite de Miranda.
Certo é que, assim que se casaram, Rafael e Brígida passaram a residir com o sargento-mór. Rafael, com isso, largou o posto de miliciano na 5a. Cia. de Ordenanças de Itu (em Aputribu), para onde voltara após perder a primeira esposa. Em 1836 estava residindo no 8ð Quarteirão Sul de Itu. Naquela região foi lavrador e tropeiro, possuindo dez escravos em seu Sítio Velho, arrematado em 1842 por Tomás D'Elboux.
Muitos anos depois, talvez Brígida já fosse falecida (morreu a 14 de agosto de 1842, sem testamento), mudou-se para Cabreúva. Nesse local é recenseado em 1846 como casado com Maria Joaquina da Silveira, nascida em 1821 e falecida a 26 de maio de 1859. Esse ponto, contudo, é muito questionável, pois as listas de negócios eleitorais onde Rafael aparece até 1868, sendo inclusive juiz de paz entre 1851 e 1853, informam que ele era viúvo.
Em Cabreúva, residiu no sítio de nome "Varginha", à margem do rio Tietê, onde tinha engenho de cana e onde faleceu a 1ð de maio de 1868, com testamento de 26 de novembro de 1866. No testamento Rafael se declara irmão terceiro do Carmo e que desejava ser sepultado em jazigo daquela Ordem, bem como declina sua filiação e sua descendência.
Manuel nasceu no município de Itu a 31 de maio de 1812, filho de Raphael Leme da Silveira e Maria Leite do Amaral.
Branca Leopoldina (também chamada de LEITE DE MORAIS), nasceu no município de Porto Feliz e nessa vila foi batizada no dia 28 de novembro de 1819 (ACDS, Livro s/nð, Batizados de Porto Feliz, fls. 4), filha de Manuel José Leite de Moraes e Maria Luiza de Almeida.
Ele residia com os pais em Aputribu. Conheceu Branca Leopoldina em Porto Feliz e lá se casou com ela a 25 de fevereiro de 1835 (ACDS, Livro s/nð, Casam. Porto Feliz, fls. 135v).
O casal vivia em seu sítio "Barra" às margens do rio Sorocaba, distante 4 léguas de Tietê , onde plantava cana-de-açúcar (19,5 quartéis) e algodão. Nele tinham 26 escravos que trabalhavam na máquina de algodão e nas lavouras, auxiliados pelos bois de carga e cavalos.
Nesse sítio Branca Leopoldina faleceu no dia 10 de outubro (ou AGOSTO?) de 1868, com testamento de 11 de setembro daquele ano, em sua casa na vila de Tietê (ACDPirac., Livro s/nð, Óbitos Tietê, fls. 15).
Para dar aos filhos uma segunda mãe, Manuel se casou novamente, em Tietê, a 12 de janeiro de 1869, com Ana Maria de Jesus (ou Ana Luiza de Souza), filha de Florentino Antunes de Souza e Gertrudes Maria de Jesus (ACDPirac., Livro s/nð, Casam. Tietê, fls. 83v).
Numa fazenda às margens do rio Sorocaba, comprada em agosto de 1872, Manuel sofria de hidropsia, sendo tratado de 1882 até morrer, pelo Dr. Mateus Sahifino. Faleceu no dia 25 de novembro de 1883 (ACDPirac., Livro s/nð, Óbitos. Tietê, fls. 76), com testamento de 2 de janeiro de 1869, sendo sepultado no Cemitério Público de Tietê. O inventário de seus bens iniciou-se em Tietê a 2 de janeiro de 1884.
56. Joaquim Rodrigues de Morais
Joaquim nasceu no município de Itu, no dia 17 de novembro de 1836, filho de Pedro da Silveira Moraes e Mariana Joaquina de Moraes.
Ângela Maria nasceu em Araçariguama no ano de 1846 (segundo inscrição em sua tumba) e foi filha de João Rodrigues de Moraes e Maria da Conceição de Moraes.
Joaquim e Ângela Maria casaram-se em Piracicaba, no dia 19 de junho de 1857, dispensados do parentesco em 4º grau de consanguinidade em linha colateral.
Em 1863 Joaquim trabalhava em terras arrendadas no 5º Quarteirão de Tietê. Dois anos depois, era também tropeiro. Na década de 70 podia ser encontrado no 34ð Quarteirão do mesmo município (bairro do Arraial de São Bento).
Em princípio do século seguinte, residiam no bairro de Pederneiras, onde Joaquim faleceu a 18 de janeiro de 1914, sendo seu corpo transladado e sepultado no Cemitério de Tietê. Ângela Maria também morreu em Pederneiras, a 28 de fevereiro de 1918, e foi sepultada a 2 de março daquele ano no mesmo cemitério (sepultamento nð 19.074).
Deixaram poucos bens: 7 alqueires e meio de terra com pequenas benfeitorias.
Antonio também tinha o sobrenome PRIMO para distinguí-lo do filho de seus tios Bento Antonio de Moraes e Ana Jorge de Miranda, de mesmo nome. Antonio nasceu em Araçariguama, no dia 18 de setembro de 1830 (ACMSP, Livro nð 10.1.25, Batismos de Araçariguama, fls. 54v), filho de Luiz Pedroso de Barros e Ana Pedroso de Almeida.
Antonia nasceu em Itu, no bairro de Aputribu (ou Cabreúva), no dia 1ð de abril de 1835, filha de Raphael da Silveira Leite e sua segunda esposa Brígida Leite de Almeida (ACDJund, Livro nð 73, Batismos Itu, fls. 31).
Casaram-se em Cabreúva no dia 29 de julho de 1851 (ACDJund, Livro nð 444, Casam. Cabreúva, fls. 32v).
Antonio encontrava-se em Piracicaba no ano de 1849, como administrador de fazendas. Casado, começou sua vida fixando residência em Cabreúva. Em 1868 residiam em Araçariguama, como registra o auto de inventário de Rafael da Silveira Leite.
Antonio morreu em Piracicaba no dia 19 de março de 1885 (confirmar!). Antonia faleceu em sua terra no dia 5 de março de 1897.
Roque nasceu em São Roque, filho de Antonio Teixeira Coelho e Joana de Souza Silva.
"Aos trez dias do mez de Janeiro de mil, e Sete centos, e oitenta enove annos nesta Igreja Matriz da Freguezia de Sam Roque baptizei, epuz os Santos Óleos ao innocente Roque filho legítimo de Antonio Teixeira, ede Joanna de Souza; forão padrinhos Joze Fructuoso, casado, e Gertrudes de Almeida Cezar, filha Solteira de Antonio Moreira Maciel, todos moradores do bairro de Olhos de ágoa, e freguezes desta Matriz de Sam Roque, deque para constar fiz este aSsento, que aSsignei.
O Vigr° Joze Caetano de Miranda"
Roque foi primeiramente casado em Itu, no dia 10 de junho de 1809 com Ana Francisca, natural de Itu, filha de José Batista (de Mogi Mirim) e Ana Rosa da Cruz (ituana). Com ela aparece no bairro da Forquilha, em Capivari no ano de 1809. Lá plantavam, para consumo, feijão, milho e algodão.
Por volta de 1814 Ana Francisca faleceu e no ano de 1815, como declarou o recenseador de Porto Feliz nesse ano, Roque se casou com Maria Benedita Leite Martins, nascida em Capivari (então pertencente a Porto Feliz) no ano de 1801. Essa Maria Benedita, faleceu a 2 de outubro de 1840 com testamento, filha de Manuel Martins da Costa e Maria Leite de Almeida
Residiam no bairro do Ribeirão (7a. Cia. de Ordenanças de Porto Feliz), em Capivari, num sítio com 40 braças de largo por 1/4 de braça de sertão. Nesse local Roque era lavrador, negociante e jornaleiro (isto é, também trabalhava nos sítios próximos por jornadas). Tinham casa na rua da Boa Esperança, em Capivari.
Em 1822 Roque ainda aparecia como lavrador, plantando milho e feijão, mas sem abandonar o ofício de jornaleiro. Em 1836 tinha armazém, o que denota que continuava como comerciante.
Viúvo de Maria Benedita, Roque se casou no dia 20 de fevereiro de 1841 (Casam. Capivari, 1839-1871, fls. 7v) com Ana Martins da Silva, nascida em Porto Feliz no dia 20 de outubro de 1826 (Bat. PF, 1825-1829, fls. 31v), filha de Vicente da Silva Guimarães e Gertrudes Martins.
Após esta data, fixou-se como negociante no 2° Quarteirão de Capivari e lavrador em sítio no Retiro, município de Tietê, onde até 1850 foi eleitor registrado. Roque, por fim, faleceu de hidropesia no dia 2 de dezembro de 1863 (com 85 anos de idade, diz erroneamente o assento do óbito).
62. Amâncio da Silva Guimarães
Amâncio nasceu nasceu em Porto Feliz por volta de 1835 (ou 1839), filho de Vicente da Silva Guimarães e Gertrudes Martins.
Ana, nascida em Capivari, foi filha de Antonio Manuel Rodrigues e Gertrudes Teixeira de Souza.
No dia 1º de agosto de 1863 Ana se casou em Tietê com Reducino Dias de Camargo, filho de Manuel Dias de Camargo (nascido em 1816) e Maria Joaquina. Mas o casamento não durou muito, pois em 1866 Reducino já era finado. Desse consórcio não resultou geração.
Amâncio e Ana se casaram em Tietê a 26 de abril de 1867 (Cart. Paz Tietê, Livro C2 de Casamentos, fls. 101 e 101v, e Igreja Matriz, lð 4, fls. 67).
Ele foi lavrador em Tietê (8° Quarteirão, hoje Arraial de São Bento), em sítio de 17 alqueires, com casa e pastos, onde criavam umas poucas cabeças de equinos e bovinos.
Até 1880 Amâncio aparecia como eleitor em Tietê.
Ana faleceu de nefrite no dia 25 de outubro de 1891 e foi sepultada no dia seguinte no cemitério público de Tietê. A 31 de março de 1893 ele morreu e seu genro José Teixeira da Silva é nomeado inventariante dos bens do casal.
Contava Belentina, neta do casal, que Amâncio teria tido sepultado no cemitério do bairro do Bom Retiro, atualmente um pasto na Fazenda Diamante, próxima ao Arraial. Moradores da região confirmam a existência de um cemitério no lugar, mas dizem que ali só foram enterradas crianças vítimas da gripe espanhola de 1918.