Manuel foi batizado na freguesia de Ventosa, bispado de Coimbra, no dia 22 de abril de 1770. Era filho de Francisco Fernandes e Maria Alexandra Batista Pires.
Ana Maria nasceu em São Paulo, onde foi batizada no dia 14 de dezembro de 1788, filha de Antonio Martins da Silva e Joaquina Angélica de Vasconcelos (ACMSP, Sé, Batizados, um dos livros, fls. 39):
"Aos quatorze de Dezembro demil setecentos oitenta e oito batizei e pus os Santos Oleos a Anna, filha de Antonio Martins da Silva, e de sua mulher Joaquina Angélica: forão padrinhos Manoel Joze Rodrigues, e Gertrudes Maria da Assunção, ambos solteiro, etodos freguezes desta Sé, do que fis este assento que asignei. O Cura José Manoel de Macedo Leite"
Após dispensa canônica (ACMSP, Hab. Matr., proc. 7.50.3040, fls. 1 a 19), eles se casaram em São Paulo conforme consta da certidão seguinte (ACMSP, Cas. Sé, Livro 1-2-17, fls. 161):
"Aos oito de Mayo de mil oito centos e quatro, na Capella de Nossa Senhora do Rozario dos Pretos, feitas as denunciaçoens, sem impedimento com provizão na prezença do Padre Ignacio Francisco de Moraes de minha licença, edas testemunhas abaixo assignadas o Capitão Gabriel Fernandes Coutinho e o Tenente Jozé Joaquim Xavier Marianno pellas sinco horas datarde, na forma do Concilio Tridentino, sereceberão em matrimonio por marido e mulher com palavras de prezente Manoel Fernandes Pires, natural da Freguezia de Ventoza do Bispado de Coimbra, filho legitimo de Francisco Fernandes, e de Maria Alexandra Pires, e Anna Maria da Conceição natural desta Cidade filha legitima de Antonio Martins da Silva, e de Joaquina Angelica de Vasconcellos todos desta Freguezia; elogo receberão as bençoens nupsiais. Do que para constar mandei fazer este assento, que assigno com o Reverendo Ministro eastestemunhas.
O Cura Coadjutor Fidelis Jozé de Moraes"
Em 1804 Manuel se ausenta de São Paulo, deixando a esposa com seu sogro. Decerto estava em Mogi-Mirim, onde aparece nos recenseamentos de 1810 a 1818, plantando para comer. Em 1817 estava estabelecido no comércio na 1a. Cia. de Ordenanças da Vila, provavelmente a Ana Maria também morasse lá, pois em Mogi foram batizados os filhos José, Gertrudes e João e, além disso, no inventário de Antonio Martins da Silva (1816) se declara que o casal residia em Mogi-Mirim, onde vivia de seus negócios.
A partir de 1822 novamente Manuel desaparece dos censos (era vivo, pois Ana Maria é dita casada até o ano de 1825). Ainda em 1836 ela vivia com a mãe. Nessa ocasião só os filhos Joaquim e Ana viviam com elas. Ana Maria e os famuiliares viviam da renda do aluguel de uma casa no Campo dos Curros. Durante todos esses anos Ana Maria se diz casada e vive de suas costuras e do aluguel da casa que o marido deixou. Ela faleceu viúva no dia 30 de julho de 1865, sendo sepultada no Cemitério Público da Consolação em jazigo hoje pertencente à familia França.
Ela deixou aos filhos duas casas no Campo dos Curros e um pequeno terreno no mesmo largo.
Manuel foi batizado na freguesia de Ventosa, bispado de Coimbra, no dia 22 de abril de 1770. Era filho de Francisco Fernandes e Maria Alexandra Batista Pires.
Ana Maria nasceu em São Paulo, onde foi batizada no dia 14 de dezembro de 1788, filha de Antonio Martins da Silva e Joaquina Angélica de Vasconcelos. Eles se casaram em São Paulo conforme consta da certidão seguinte:
"Aos oito de Mayo de mil oito centos e quatro, na Capella de Nossa Senhora do Rozario dos Pretos, feitas as denunciaçoens, sem impedimento com provizão na prezença do Padre Ignacio Francisco de Moraes de minha licença, edas testemunhas abaixo assignadas o Capitão Gabriel Fernandes Coutinho e o Tenente Jozé Joaquim Xavier Marianno pellas sinco horas datarde, na forma do Concilio Tridentino, sereceberão em matrimonio por marido e mulher com palavras de prezente Manoel Fernandes Pires, natural da Freguezia de Ventoza do Bispado de Coimbra, filho legitimo de Francisco Fernandes, e de Maria Alexandra Pires, e Anna Maria da Conceição natural desta Cidade filha legitima de Antonio Martins da Silva, e de Joaquina Angelica de Vasconcellos todos desta Freguezia; elogo receberão as bençoens nupsiais. Do que para constar mandei fazer este assento, que assigno com o Reverendo Ministro eastestemunhas.
O Cura Coadjutor Fidelis Jozé de Moraes"
Em 1804 Manuel se ausenta de São Paulo, deixando a esposa com seu sogro. Decerto estava em Mogi-Mirim, onde aparece nos recenseamentos de 1810 a 1818, plantando para comer. Em 1817 estava estabelecido no comércio na 1a. Cia. de Ordenanças da Vila, provavelmente a Ana Maria também morasse lá, pois em Mogi foram batizados os filhos José, Gertrudes e João e, além disso, no inventário de Antonio Martins da Silva (1816) se declara que o casal residia em Mogi-Mirim, onde vivia de seus negócios.
A partir de 1822 novamente Manuel desaparece dos censos (era vivo, pois Ana Maria é dita casada até o ano de 1825). Ainda em 1836 ela vivia com a mãe. Nessa ocasião só os filhos Joaquim e Ana viviam com elas. Ana Maria e os famuiliares viviam da renda do aluguel de uma casa no Campo dos Curros. Durante todos esses anos Ana Maria se diz casada e vive de suas costuras e do aluguel da casa que o marido deixou. Ela faleceu viúva no dia 30 de julho de 1865, sendo sepultada no Cemitério Público da Consolação em jazigo hoje pertencente à familia França.
Ela deixou aos filhos duas casas no Campo dos Curros e um pequeno terreno no mesmo largo.
66. Luís Antônio da Silva Freire
Luis Antonio nasceu em São Paulo, onde foi batizado pelo ilustre Morgado de Mateus, como se vê da certidão seguinte:
"Aos vinte e coatro de Abril demil setecentos e setenta, e cinco annos na Lus com despacho do Excelentissimo e Reverendissimo Senhor Bispo baptizei, e pus os Santos Oleos a Luis, filho de Clemente Jozé Gomes e de sua mulher Anna Maria da Purificação; foi padrinho o Ilustrissimo, e Excelentissimo Senhor General D. Luis Antonio de Souza Botelho Mourão, todos desta friguizia de que fis este assento que asignei.
Joze Xavier de Tolledo."
Por essa certidão pode-se imaginar de onde teria sido originário o nome do batizando.
Josefa Jesuina nasceu na mesma cidade e foi batizada no dia 2 de maio de 1780. Era filha do ten. Domingos Francisco de Andrade e Gertrudes Jacinta Maria de Toledo (ACMSP, Sé, Batizados, um dos livros, fls. 9).
"Aos dois de Mayo demil ceteSentos e oitenta anno na Capella de Nossa Senhora da Lus baptizou, epos os Santos Oleos, com despaxo de Sua Excelencia Reverendissima, e licença do Reverendo Dotor Cura Fremiano Dias Xavier, O Reverendo Conigo Faustino Xavier do Prado a Jozefa Jezoina, filha do Guardamor Domingos Francisco de Andrade, e de sua mulher Gertrudes Maria Jacinta: forão padrinhos o mesmo Reverendo baptizante, e Donna Anna Eufruzina da Cunha, casada, todos desta Friguizia de que fis este assento, que assignei. O Coadjutor Bartolomeo de Carvalho Pinto"
Após dispensa canônica (ACMSP, Habil. Matr., proc. 7.37.2887, fls. 21 a 24), casaram-se em São Paulo, segundo a certidão seguinte (ACMSP, Casamentos, Sé, Livro 1.2.17, fls. 140v):
"Aos sete de Junho de mil oito centos e tres na Igreja do Rozario dos pretos desta Cidade, feitas as denunciações, sem impedimento, na prezença do Reverendo Joze Moreira da Rocha de licença do Reverendo Cura Gaspar Ribeiro de Matos Sales, e das testemunhas o Reverendo Vigario Collado de Santo Amaro Antonio Benedito de Asumpsão Freire e o Mayor jozé Joaquim Xavier de Tolledo, pellas sinco horas da manhã na forma do Concilio de Trento se receberão em matrimonio por marido e mulher com palavras do prezente Luis Antonio da Silva Freire filho legitimo de Clemente Joze Gomes Campones, e de Dona Anna Maria da Purificação, e Dona Jozefa Jezuina de Andrade filha legitima do Tenente Domingos Francisco de Andrade, e de Dona Gertrudes Jacinta de Toledo, ambos naturaes desta Cidade, e todos freguezes da mesma, elogo tomarão as bençaons nupsiais inter Missam, de que para Constar mandei fazer este assento por concessão do Reverendissimo Doutor Vigario Geral Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade, em que me assignei com as testemunhas.
Joze Moreira da Rocha Fonca."
Nessa ocasião Luiz Antonio já era funcionário bem estabelecido, exercendo o cargo de oficial da Contadoria.
Entre 1805 e 1807, Luis Antonio viveu com o sogro na rua de São Bento. Em 1807 deixou lá a mulher e partiu, talvez em viagem.
Aos 9 de março de 1812 o inventário do pai de Luis Antonio ainda não fôra encerrado. Nesse dia deveria ser apresentada a prestação de contas pelo testamenteiro, pe. Antonio Benedito de Assunção Freire. O padre, contudo, falecera e dito inventário estava parado desde então. Convidadas diversas pessoas para completá-lo, todos se recusaram. O juiz de Órfãos nomeou Luis Antonio (no dia 12 de janeiro de 1805), para apresentar as contas dele em três dias. Por ser exíguo o prazo, ele pediu e obteve dilação para dois meses, em despacho de 26 de agosto de 1814. Decorrido esse período, como Luis Antonio não se apresentasse ao juiz, este mandou notificar o testamenteiro de que dispunha de mais vinte e quatro horas para fazê-lo. Luis Antonio, então, apresentou o balanço do inventário. Por esses anos o titular era tido como tenente (1812, batizado de seu filho João).
Da rua São Bento se mudaram para a freguesia de Santa Efigênia. Em 1829 moravam na rua de Santa Efigênia (11ð Quarteirão do bairro do mesmo nome), onde ficaram até morrer.
Ele era contador na Contadoria Geral de São Paulo. No ano seguinte estava trabalhando na Contadoria da Junta Administrativa, aposentando-se como inspetor de tesouraria em 1857.
No dia 6 de dezembro de 1858 falece de hidropsia Josefa Jesuina, sendo enterrada no Cemitério da Consolação (Cemitério PÚblico). Poucos mese depois, em seu sítio a 12 de fevereiro de 1859 segue-lhe Luis Antonio.
O casal deixou gado, lavouras e escravos em sua parcela da Fazenda Rio Verde (herdada do pai do titular), em Pinheiros, às margens do rio desse nome.
José Maria nasceu em Lisboa por volta de 1785.
Bárbara Maria nasceu cerca de 1798.
Residiam em Mogi Mirim em 1824, quando José Maria lecionava em sua escola de ensinar garotos na 5a. Cia. de Ordenanças. Em 1827, aparece nos recenseamentos da 2a. Cia. como proprietário de armazém de secos e molhados. Em abril de 1834 o casal estava na freguesia do Ribeirão Claro, termo de Campinas. No dia 13 desse mês comprou casa a Francisco Pereira de Miranda
João nasceu em Taubaté, onde foi batizado no dia 1ð de março de 1795, filho de José Alves de Toledo e Maria da Silva de Andrade.
Sua infância não deve ter sido das mais fáceis, posto que perdeu a audição logo nos primeiros anos de vida. Mas não deixou que isto atrapalhasse seu ânimo, pois já em 1817 vêmo-lo acompanhar seu pai em tropas que iam ao Rio de Janeiro buscar artigos que revendiam em Taubaté.
Ana nasceu na mesma vila no dia 20 de outubro de 1800. Foi filha de José Lopes de Moraes e Maria Joaquina Leite. Também sua infância foi acidentada: sua mãe vivia em Taubaté enquanto o pai residia em Mogi das Cruzes.
João e Ana se casaram em Taubaté no dia 8 de novembro de 1818, às seis horas da tarde.
Em 1820 residiam na rua do Tanque (depois chamada rua de Santana, no bairro do Coração de Jesus), onde dirigiam duas tabernas (mercearia de "molhados").
Em 1830 além de negociante, João era encontrado como latoeiro. Nesses ofícios era auxiliado por seus escravos (três em 1836).
Por fim, moraram na rua do Gado, onde João faleceu a 19 de junho de 1854 e Ana o seguir em poucos dias, morrendo a 4 de julho do mesmo ano.
Thomas nasceu na cidade de Kilkenny, no condado de mesmo nome, na Irlanda, filho de Michael Morrissey e Mary Ranaghan. Foi batizado na igreja católica de S. Canice, no bairro conhecido como Buts, por volta de 1784.
Mudou-se para o Canadá, fixando residência no condado de Hants, na Nova Scotia.
Casou-se na matriz de Santa Maria, em Halifax (Condado de Halifax, Nova Scotia, Canadá) a 24 de setembro de 1822 com Mary Fenton, nascida em Rawdon a 9 de novembro de 1805, segundo anotação numa Bíblia da família Fenton, uma espécie de agenda da época. Segundo os censos de 1861 e de 1881 o ano correto do nascimento teria sido 1807. Em verdade, ela nasceu em Rawdon, Centre Hants, condado de Hants, e batizada a 9 de novembro de 1805 na igreja protestante de St. Paul, filha de Thomas Fenton e Elizabeth Withrow.
Thomas morava em Hants ("Murphy") no ano de 1838, onde era fazendeiro ("yeoman"). Em 1851 já estava em Dartmouth, no condado de Halifax, onde tinha loja de variedades.
Ele morreu no dia 28 de setembro de 1876 com 82 anos de idade e ela fêz seu testamento a 9 de maio de 1889, aberto a 19 seguinte. A viúva continuou tomando conta da loja de retalhos do casal até morrer, em maio de 1889. Estão ambos sepultados no cemitério de São Pedro, em Dartmouth, em local conhecido pelo mapa existente no City Hall, mas numa cova sem qualquer indicação.
84. Antônio José Teixeira Pena
Antônio José foi nascido na freguesia de São Salvador da Ribeira da Pena, Arcebispado de Braga (Portugal), filho de Francisco Gaspar e Maria José Teixeira,
Mariana, batizada na freguesia de N. Sra. do Socorro, ilha do Faial, a 3 de fevereiro de 1784, foi filha de José Silveira Dias e Antônia Maria de Jesus.
Ele residia em 1806 (quando correram os banhos de seu casamento, arquivados no Arq. Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro, série Banhos Matrimoniais) na freguesia de Candelária, no Rio de Janeiro. Declarou, na época, o noivo:
"Diz Antonio José Teixeira filho legitimo de Francisco Gaspar, e de Maria José Teixeira, natural, e baptizado na freguezia de São Salvador da Rybeira , Arcebispado de Braga, que para Cazar com Marianna Roza deseja justificar seo estado livre na Patria: por tando Pede a Vossa Senhoria se digne admittir o Suplicante a dita justificação e receberá mercê"
Disse ele que saíra de sua pátria há 12 anos (logo, em 1796) e não assistiu em outra parte. Apresentou por testemunha José Antonio Teixeira Penna (nascido em 1781 no arcebispado de Braga, solteiro, vendeiro em Itaboraí, RJ), o qual declarou que o noivo era pobre, pois principiante no negócio e sem bens de raiz.
Também a noiva, filha de José Silveira Dias e Antonia Maria de Jesus, veio de sua terra ainda criança em 1798 e, com os pais, passou a residir na freguesia da Sé carioca. Firma o documento seguinte:
"Diz Marianna Roza , filha legítima de Joze da Silveira Diaz, e de Antonia Maria de Jezus, natural e baptizada na freguesia de Nossa Senhora do Socorro da Ilha do Fayal, que para Cazar com Antonio Joze Teixeira Penna perciza justificar a menor idade em que veio de sua Patria: por Tanto Pede a Vossa Senhoria Seja Servido admittir a Suplicante a fazer a dita justificação e receberá mercê".
Casaram-se na igreja do Santíssimo Sacramento a 29 de novembro de 1806.
Antonio José recebeu em sesmaria, no início do século XIX, terras à beira do ribeirão de São José, afluente do Rio Grande, no então denominado Sertão de Cantagalo, hoje parte do munícipio de Bom Jardim (Arq. Nacional, série Sesmarias, ano 1809). Nessa terra residia há cerca de nove anos em 1809, e nela plantava e tinha casa e benfeitorias, conforme relata em seu pedido de titulação definitiva da terra. Lá fez roças, utilizando-se de seus inúmeros escravos.
O historiador cantagalense Acácio Ferreira Dias afirma em sua "Terra de Cantagalo", que Antonio José foi Procurador da Câmara da Vila de Cantagalo, sendo empossado a 10 de outubro de 1816.
Antonio José faleceu em Nova Friburgo, em sua fazenda denominada Nossa Senhora da Boa Vista.
"Aos vinte e Sete dias de fevereiro de mil oito centos e trinta faleceu Antonio Joze Teixeira Penna natural de São Salvador da Ribeira da Penna, cazado com Marianna Roza da Silva morador no termo desta Freguezia. Foi encomendado e Sepultado no cemitério da Irmandade do Smo Sto e para constar fiz este assento que por ser verde assignei.
O Vigario Jacob Joye".
No inventário se diz que faleceu no dia 26.
Deixou fazenda de 1/2 légua quadrada em Nova Friburgo, com 61 mil pés de café, casa (assobradada, atelhada, forrada e rebocada), paiol, senzala, 2 moinhos, um chiqueiro. Havia ponte de serventia na fazenda.
Era irmão na Ordem Terceira de São Francisco de Paula.
Mariana já vivia na Aldeia da Pedra (Itaocara) em 1847, pois nesse ano ali são batizados alguns escravos seus.
Ela morreu centenária em São Fidélis, a 27 de abril de 1871.
Universidade do Minho - Núcleo de Estudos de População e Sociedade-NEPS (site em http://www.neps.ics.uminho.pt), base Salão
José foi filho de Joaquim Dutra da Silva e Clara Maria de Jesus Freire.
Ele foi para Cantagalo, onde conheceu a família de Prudência.
Ela nasceu em Cantagalo e foi batizada na matriz do Santíssimo Sacramento a 19 de janeiro de 1806, filha de Francisco de Paula Rubim e Maria Juliana do Livramento .
Casaram na mesma matriz local a 26 de fevereiro de 1827.
Pouco depois, eles se mudaram para Itaocara. Ali, Prudência faleceu no dia 16 de junho de 1833 (S. José de Leonissa, livro nð 1 de Óbitos em Itaocara, fls. 45).
Quando enviuvou, José tornou a se casar, no dia 12 de setembro desse mesmo ano com Sancha Maria do Nascimento, filha de Francisco Ferreira Pires e Leonarda Rosa de São José, em Itaocara (S. José de Leonissa, livro nð 1, Casam. Itaocara, fls. 25).
José ainda vivia em 1853, pois a 24 de setembro ele e Sancha batizaram Maria, filha de Damião Pereira Durão e Guilhermina Eugênia Pena.
Em 25 de janeiro Sancha e Bernardo Teixeira Pena batizaram Emília, filha de Miguel Teixeira Pena (atrás biografado).
José morava na freguesia da capela de São José, na Lagoa de Cima e morreu com 103 anos de idade no dia 7 de março de 1880.
Florentino foi filho de Sebastião de Souza Nogueira e Marcela Maria dos Santos.
Casou-se em primeiras núpcias com sua prima Ana Maria, filha de Vicente Ferreira Nogueira e Luiza Maria de Jesus.
Florentino ainda vivia em 1864 no Rio Preto, freguesia de Santa Rita, posto que nesse ano ingressa em juízo solicitando ser inventariante dos bens deixado por seu irmão Manuel, sob alegação de ter achado em estado de abandono o patrimônio de suas sobrinhas e que a viúva de Manuel respondia a denúncia-crime como mandante do assassínio do marido.
Foi dado o prazo de trinta dias para que a viúva Ana Maria apresentasse contra-argumentos. Expirado o prazo, Florentino foi nomeado inventariante dos bens do casal.
Mas a 30 de novembro daquele ano, Ana Maria entrega petição ao juízo de órfãos, onde afirma: "este despacho (o de se mudar o inventariante legalmente estabelecido) foi suggerido pelo facto do annormal e reprehensivel procedimto de hum homem q', turvado pelo odio contra a Supp.e q' não quiz nem quer sua intervenção nos negocios do seu casal, não hesitou em vir a Juiso accommeter a reputação de qm se lhe ligava estreitamte, pelos vinculos do sangue e da affinde".
Florentino de Sza Pinto, tio da Supp.e e irmão do marido d'esta, bem q' não estivesse pa com elle nas Condições de huma tal dedicação, logo q' se deo o attentado a q' se deve a mma Supp.e estar redusida ao estado de viuvez, não hesitando ante a voz do sangue e o justo receio de Censura do publico, ousou formular huma denuncia crime contra sua própria sobrinha e cunhada, descrevendo-a com as mais negras cores, lançando sobre ella o labéo da corrupção e, d'esta sorte, vilipendiando-a e as filhas sobre qm deve naturalmte recahir as invectivas contra hua mãe q' as idolatra e pedindo por fim, contra ella a pena de morte! E, tudo isso, sem provas e outro fundamto q' não mexericos de inimigos e maledicencias do vulgo ignorante (...)"
De fato, Florentino havia deposto na denúncia-crime aberta por Ana de Souza Maciel, Domingos Henriques Nogueira e José Francisco dos Santos. Nele afirmara que a viúva de Manuel era adúltera e era voz corrente em São Gonçalo que Manuel tinha sido duplamente assassinado: na honra e na vida.
Voltando o discurso ao inventário, Ana Maria alega que o ódio de Florentino contra ela vinha desde quando ela recusou atenções sexuais a Florentino. Diz, ainda, que não respondeu à citação judicial de contra-argumenta ao requerimento de Florentino porque estava na ocasião restabelecendo sua saúde na casa da irmã Joana de Souza Maciel, a convite desta. Juntou certidão do subdelegado de S. Gonçalo comprovando sua ausência e alegou, finalmente, que o processo crime não havia transitado em julgado e, portanto, seu direito de ser inventariante não poderia ser prejudicado. O juiz Frederico Nunes Seabra aceitou as razões de Ana Maria e, por despacho de 10 de fevereiro de 1865, renomeou-a inventariante dos bens do casal.
Em 1865 Ana Maria faleceu e Florentino se casou com Rita Ribeiro de Azevedo, de quem não deixou geração.
Homem de gênio forte, logo Florentino está separado da mulher, que foi morar na freguesia de São Gonçalo. Nessa situação, Florentino morreu no dia 15 de fevereiro de 1886, deixando fazenda de gado em Mussurepe, com engenho de açúcar; terreno em frente à fazenda, sítios Vitoriano e Pedro de Carvalho; e a terça de uma fazenda no Rio Preto.
Estranhamente, tanto seu inventário quanto o de sua mãe só consideram filhos dos titulares a Mariana e Maria.
OBS: a fazenda Casa Velha, herdada da sogra, é uma das acima?
João nasceu em Santo Amaro de Campos, freguesia de São Gonçalo, em fins do século XVIII, filho de José Antonio Pereira de Carvalho e Ana Maria de Jesus. Inácia, também chamada de Inácia Maria de JESUS, é do mesmo local, filha de Amaro Henriques e Quitéria do Rosário.
O casal vivia em terras (Sítio das Árvores) arrendadas do Mosteiro de São Bento.
Foi João Pereira quem conseguiu convencer os frades a erigirem a capela de Santo Amaro. Até então os ofícios domingueiros eram celebrados no mosteiro, que ficava longe do povoado de Santo Amaro. Com o auxílio dos criados do mosteiro, João mandava seus escravos roubarem a imagem do santo e colocá-la num determinado ponto da fazenda. Por três vezes o "milagre" se repetiu. Para não criar polêmica, os frades aceitaram como milagrosos os "passeios" da imagem de Santo Amaro e construiram uma capela à sua devoção no local onde a imagem era encontrada após os "milagres".
Inácia Maria ainda vivia em 1828 pois nesse ano batizou Inácia, neta de Amaro Henriques por parte de Manuel de Souza Gomes.
Viúvo, João voltou a se casar em Santo Amaro, no dia 9 de abril de 1837, com Cândida Maria do Rosário, filha de Domingos de Azevedo Barbosa e Mariana Josefa de Souza Gomes.
Cândida faleceu a 5 de outubro de 1852 e João a 23 de março de 1864, sendo de 18 de fevereiro de 1853 e 30 de abril de 1869, respectivamente, os inventários do casal, conduzidos pelo Cartório do 3ð Ofício.
94. Alexandre Pereira de Carvalho
Alexandre nasceu provavelmente no ano da Independência, como se vê de sua certidão de batismo, extraída do primeiro livro de batizados da Matriz de São Gonçalo:
"Aos 6 de abril de mil oitocentos e vinte e dois baptizei e pus os Santos oleos a Alexandre, filho legitimo de João Pereira de Carvalho e Ignacia Maria de Jezus, neto paterno de Jose Antonio Pereira de Carvalho e Anna Maria de Jesus e materno de Amaro Henriques e Quiteria do Rozario."
Desde adolescente Alexandre foi "Primeiro Capitão" das cavalhadas de Santo Amaro de Campos. Contam que ele estava com quatorze anos quando o pai, antigo "Capitão", lhe passou o titulo. Esse "Capitão" estava encarregado de organizar a festa e, por uma tradição do local, deveria encerrar a cavalhada derrubando com um só golpe a cabeça de um carneiro suspenso pelas patas traseiras numa árvore.
No momento aprazado para sua estréia, Alexandre, nervoso, tomou fôlego, saltou sobre a sela e olhou firme para o animal que, pressentindo a morte próxima, não parava de balir e remexer-se. Veloz como um flexa. Os assistentes sequer respiravam, temendo interferir no sucesso do jovem "Capitão". Em poucos segundos Alexandre estava perto do animal. Subiu a mão e -- zás! -- o carneiro estava morto. Mas uma tira de carne e pele ensanquentada ainda prendiam a cabeça do carneiro a seu corpo.
Foi a maior assuada que se ouviu nas cavalhadas em Santo Amaro. Confuso e envergonhado, João Pereira não perdoava o filho pelo vexame. Em altos brados declarou a festa prorrogada.
A semana que se seguiu foi árdua para o jovem Alexandre: de sol a sol ele treinava até a exaustão.
Findo o prazo, a multidão voltou a se reunir no descampado à frente da capela de Santo Amaro esperando o desfecho daquela invulgar festa.
O velho João, contudo, reservava uma surpresa: pela primeira vez desde a introdução daquela festa no local, em lugar do tradicional carneiro o que se via era um novilho pendurado na árvore. Tensão, expectativa, descrença. Tudo se lia nos semblantes. Mas Alexandre parecia confiante. Aprumou-se sobre a montaria, fixou seu olhar no alvo e partiu. Em poucos instantes a cabeça do animal estava no chão. Alexandre conseguira a reabilitação. Impusera-se, afinal.
Ainda moço, Alexandre toma como amante Maria da Penha da Conceição, filha de Manuel Batista de Carvalho e Joana da Conceição. Com ela ficou até a segunda metade do século XIX. Ela ainda vivia, pois, a 22 de maio de 1872 batizou seu neto João, filho de Constantino de Souza Pinto. Depois, Alexandre enamorou-se de Rita Clara das Virgens, já finada em 1882. Passados alguns anos, este homem alto, louro e de olhos azuis chama a sua companhia Maria Alexandrina de São Miguel, batizada a 7 de setembro de 1850, sobrinha da primeira amásia e filha de Antonio Pereira Batista e Alexandrina Maria Cesário (pardos livres); neta paterna de Manuel Batista de Carvalho e Joana Maria da Conceição e materna de Manuel Antonio Cesário e Micaela de São Miguel.
Só provecto, com cerca de cinquenta anos, casou-se. Sua mulher -- Ana Pereira de Souza, nascida a 5 de dezembro de 1859, foi filha de José de Souza Pinto e Luzia Maria do Rozario e, portanto, sua sobrinha. Dizem que este casamento visava manter na família sua riqueza. Essa versão é fantasiosa, contudo, pois o casamento foi pelo regime de separação de bens. Nessa ocasião Alexandre era chamado de "major" (título civil, parece-nos).
Por ser alfabetizado, Alexandre sempre acompanhava, assinando a rogo, os processos em que suas filhas e netas participavam. Assim, do processo de inventário de Constantino de Souza Pinto, conseguimos sua assinatura, que reproduzimos abaixo.
Sua biografia é pontilhada de lendas relacionadas à sua riqueza. Contam que também tinha o dom da adivinhação. Um dia teria chamado um escravo e ordenou-lhe que fosse a um lugar da fazenda onde uma égua iria parir. Instruiu o fâmulo para pegar uma esfera de camurça que o equino expeliria junto com o potrinho. Assim o cativo procedeu, trazendo a bola para Alexandre. A bola foi guardada em uma gaveta e, pela posse da mesma, Alexandre sempre conservou sua riqueza.
Narraram-nos, também, que Alexandre nasceu envolto numa capa de pelica. Aos sete anos apresentaram-lhe a tal capa para que dissesse o que queria ser. Ele respondeu apenas: "rico, adivinhador e feliz". E obteve tudo isso.
Para evitar que as filhas mandassem cartas aos namorados, Alexandre jamais admitiu que elas aprendessem a escrever.
Em 17 de fevereiro de 1882 Alexandre sai da Fazenda da Nossa Senhora da Ajuda, de Florentino Pereira, onde residia e comparece diante do tabelião do 2ð Ofício com uma idéía em mente: reconhecer seus filhos naturais. Lá declarava seus nomes e idades.
Oito anos depois, a 1ð de fevereiro de 1900, faz seu testamento, onde se declara nascido na cidade de Campos, os nomes de seus pais e que está casado com Ana Pereira. Tinha, nessa ocasião, criadouros em Santo Amaro, no Furado e um de nome Castanheta (provavelmente em Santo Amaro). Ali apascentava seu gado e plantava cana-de-açúcar. Tinha a sobredita Fazenda da Ajuda, que vendera a Florentino Pereira por 165$450, e que estava a ele hipotecada pelo comprador. Mas a idade já era avançada. Sentindo mudança no comportamento de Alexandre, seus filhos Antonio Batista e Miguel Batista entraram em juízo no dia 29 de abril de 1901 para que se declarasse a incapacidade jurídica do velho major.
Dois médicos, velhos conhecedores de Alexandre, foram designados para examinar a sanidade dele. Compareceram à fazenda da Ajuda e eis como se pronunciaram: conheciam o paciente como conversador e alegre, o que não notaram na visita. Em sua fisionomia haviam traços de insanidade. Por ser capitalista acostumado a descontar letras e emprestar dinheiro sob hipoteca, testaram-no pedindo que contasse um maço de dinheiro, na importância de 390 mil réis. Não houve meio do paciente chegar àquela cifra.
Perguntado sobre uma recente queda de um cavalo, da qual luxara o pé, ficando impossibilitado de andar por um bom tempo, o examinado não se lembrou do fato e até contestou sua veracidade.
Testemunhas narraram que Alexandre vendera duas vacas por 140 mil réis. Ao receber a quantia, ele a contou duas ou três vezes, dizendo-a errada. Foi necessária a intervenção da mulher, que achou correto o valor.
Volta e meia, o major saía sem destino, parando aqui e acolá, sem pronunciar palavra e respondendo com custo ao que lhe era perguntado.
À vista deste relato, o juiz proferiu a sentença de interdição a 3 de outubro de mesmo ano.
Por fim, Alexandre faleceu em Santo Amaro no dia 17 de agosto de 1902 de arteriosclerose, sendo sepultado na antiga capela do lugar (num caixão de segunda, adquirido no dia do óbito à Empresa Funerária de Carlos Gomes de Souza Cruz). O óbito foi divulgado pelo jornal "O Monitor Campista", à primeira página da edição de nð 188. Ana Pereira de Souza faleceu a 10 de março de ? .
Salvador, também chamado de Salvador Martins CAMPOS, nasceu em Itu no ano de 1775, filho de Vital Cardoso Flores e Rita Maria Ribeiro.
Antonia nasceu cerca de 1790 e foi filha de Antonio de Aguiar de Almeida e Isabel Maria Mendes.
Salvador e Antonio casaram-se em Porto Feliz no ano de 1806, segundo registro do genealogista Silva Leme. Nesse ano Salvador foi soldado e o casal residia no bairro Itaqui.
Em 1807 Salvador viaja e deixa a mulher na casa dos pais dela até 1811, quando retorna.
Em 1815 o casal residia em Capivari, então pertencente à 1a. Cia. de Ordenanças de Porto Feliz. Lá plantavam feijão e milho. No ano seguinte estavam no bairro de Mato Dentro, onde além de plantar feijão e milho, tinha tropas no Caminho de Santos.
Em 1825 residiam em Piracicaba, na 5a. Cia. de Ordenanças onde, com seis escravos, ainda mandava tropas para Santos.
Em 1835 aparece no 7º Quarteirão de Piracicaba como lavrador de milho, algodão e feijão.
No dia 25 de maio de 1847 Salvador morre em seu sítio. Antonia fez testamento no dia 16 de janeiro de 1864, o qual foi aberto a 17 de fevereiro do mesmo ano. Deixaram sítio no Serrote, terreno com 100 braças na rua da Bica (em Piracicaba), gado, cavalo e 19 burros ou mulas tropeiras.
José nasceu em Sorocaba por volta de 1794, filho de Paulo João Nepomuceno (ou Damasceno) e Rita Maria de Almeida.
Umbelina, conterrânea e parenta do marido, nasceu a 8 de março de 1799, filha de José Mendes de Almeida e Maria Paes de Godoy.
Casaram-se em Porto Feliz no ano de 1817.
Em 1846 eram recenseados em Tietê. Tinham sítio no bairro de Boa Vista.
Umbelina faleceu em Piracicaba no dia 5 de março de 1874, deixando 313 alqueires de terras à margem da estrada que liga Piracicaba a Tietê e uma casa na rua da Glória, esquina da rua São José, com fundos para o riacho Itapeva, em Piracicaba.