Crônica das Origens da Família

Biografias


104. Rafael Leme da Silveira

Rafael nasceu no dia 26 de novembro de 1760 em Aputribu, então bairro de Itu, sendo batizado a 4 de dezembro do mesmo ano, filho de Rafael Leme de Oliveira e Ana Leite Gularte (ACMSP, Livro nº 10.1.46, Bat. Araçariguama, fls. 48).

Maria nasceu em Porto Feliz por volta de 1778 e foi filha de Salvador do Amaral e Maria Leite da Silva.

Casaram-se em Porto Feliz no dia 28 de dezembro de 1789 (ACDS, Livro s/n], Casam. Porto Feliz, fls. 113v e 114).

Em 1782, residindo em Aputribu, Rafael ostentava a patente de cabo de milícias. Em 1801, a de alferes. Nesse posto foi reformado em 1829.

Residiam em sítio onde, com seus escravos (oito em 1791, treze em 1801 e vinte em 1829) plantava cana-de-açúcar, algodão e arroz. Possuía, ainda, engenho para o fabrico de açúcar e aguardente. Entre 1783 e 1784, sustentou vários agregados à familia.

Nessa sua propriedade faleceu na noite do dia 20 de fevereiro de 1830 (ACMSP, Livro nº 10.1.40, Óbitos Araçariguama, fls. 40), sendo sepultado na igreja matriz de Itu. Deixou testamento ditado na vila de Itu a 23 de abril de 1829, onde declara naturalidade, filiação, cônjuge e filhos.

Maria vivia nesse sítio quando faleceu a 5 de março de 1845, abintestata, conforme declaração no inventário de seus bens, iniciado a 31 de março daquele 1845.


106. Joaquim Antônio de Oliveira

Joaquim Antonio nasceu em 1763, filho de Félix Antonio de Oliveira e Domingas Maria de Oliveira.

Francisca nasceu por volta de 1771 e foi filha de André Dias de Almeida e Francisca Leite de Miranda.

Joaquim Antonio e Francisca casaram-se em Porto Feliz no dia 4 de fevereiro de 1790 (ACDS, Livro Casam. Porto Feliz, anos 1769 a 1790, fls. 115 e 115v)..

Ainda solteiro, Joaquim Antonio recebeu a patente de alferes da Cia. de Ordenanças de Itu, com nombramento de 17 de dezembro de 1788. Anos mais tarde, foi sargento-mór em Porto Feliz.

Parece que morou alguns anos em Jundiaí, onde nasceram os filhos Cândido e Brígida.


112. Pedro da Silveira Morais

Pedro nasceu em Araçariguama, onde foi batizado no dia 23 de outubro de 1806, filho de Ângelo da Silveira Leite e Antonia de Almeida Bueno (ACMSP, Livro nð 10.1.53, Bat. Araçariguama, fls. 39v).

Em 1827, ainda solteiro, já trabalhava com o pai nas tropas que transportavam mercadorias para Santos.

Com dispensa matrimonial de consanguinidade (ACMSP, proc. ____, fls. 49 a 65), Pedro se casou primeiramente com sua prima Ana da Silveira Leite, filha de Antonio José da Silveira Leite e Maria Antonia de Oliveira, no dia 2 de junho de 1829 (ACMSP, Livro n° 10.1.26, Casam. Araçariguama, fls. 37v).

Viúvo, voltou a se casar com outra parenta a titular deste com dispensa matrimonial (ACMSP, Proc. n° 10.50.6252-1, Disp. Matrimoniais), em Itu (ACDS, Livro n° 263, Casam. Itu, fls. 12):

"Aos treze de outubro de mil oito centos e trinta e cinco em casa de morada de Antonio Jose da Silveira com Provisão do Reverendissimo Vigario Geral Lourenço Festiniano Ferreira em minha prezença e das testemunhas Antonio da Silva Leite, e José Antonio da Silveira, se receberam por marido e mulher Pedro da Silveira Moraes viuvo que ficou por falecimento de Anna da Silveira Leite com Marianna Joaquina de Jesus filha legitima de Antonio Jose da Silveira e Dna. Joaquina de Jezus, estes dispensados do terceiro grao de consanguinidade e no segundo de afinidades por copula licita sem mais impedimento para contrairem o Matrimonio, e todos freguezes desta.

O Vigr° Bras Luiz de Lima".

Mariana havia nascido em Araçariguama em 1821 e ali residia com os pais, como atesta sua certidão (ACMSP, Livro n° 10.1.53, Bat. Araçariguama, fls. 174):

"Aos quatro dias do mes de Fevereiro de mil oitto centos e vinte e hum annos nesta Igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha de Arassariguama baptizei e pus os Santos oleos a innocente Marianna com treze dias de nascida filha de Antonio da Silveira Leite e de sua mulher Joaquina Maria de Jezus, brancos do bairro de Aputerebu: forão padrinhos Antonio da Silveira Leite e Maria Antonia da Silveira estes fregueses de Itu, aqueles desta Freguesia:

O Vigr° Collado Mel. Franco de Camargo".

Em 1836 o casal vivia em Araçariguama, onde Pedro, além de tropeiro, plantava milho, feijão e arroz, auxiliado por meia duzia de escravos.

Pedro teria falecido em Itu no dia 4 de dezembro de 1891. Mariana Joaquina, no mesmo lugar, de hidropsia, a 15 de maio de 1896, sendo ambos sepultados no Cemitério Público daquele local.


114. João Rodrigues de Morais

João nasceu por volta de 1810.

Foram lavradores no 22ð Quarteirão de Tietê, junto a José Rodrigues de Moraes (nascido por volta de 1808), irmão de José Rodrigues de Moraes (nascido por volta de 1808), irmão de João.

Entre 1850 e 1865, João foi eleitor em Tietê.


116. Luís Pedroso de Barros

Luís foi batizado em Araçariguama, filho de Antônio de Morais Navarro e Albina Francisca de Almeira, como se vê na certidão seguinte, extraída do Processo de Dispensa Matrimonial de ambos (ACMSP, Hab. Matr., proc. _______, fls. 112 a 128):

"Aos vinte e trez de Janr° de mil oito centos e trez nesta matriz baptizei, epus os Santos oleos ao innocente Luís, filho de Antonio de Morais Navarros e sua mer Dona Albina Franca de Almeida: forão Padros o Tente. Ignco de Morais e Siqra e Dona Anta de Alma Buena todos desta Frega pa constar fiz este assento q' assigno.

O Vigr° Anto de Sta Thereza Xer"

Ana nasceu no mesmo lugar, filha de Inácio da Silveira Leite e Escolástica de Almeida Bueno, como se vê no mesmo processo:

Aos nove dias do mez de Fevr° de mil oito centos e doze nesta Igra Matriz de Nossa Senhora da Penha de Araçariguama baptizei epus os Stos oleos a innocente Anna, nascida aos trinta de Janr° do mesmo anno filha de Ignco da Silveira Leite ede sua mer Escolastica de Alma Buena do Bairro de Arassarigma: forão padrinhos Luiz Pedrozo de Barros e sua mer Anna de Alma Buena todos desta Frega.

O Vigrð Collado Mel. Franco de Camargo".

Ana residia com os pais e Luiz trabalhava viajando. Ele foi tropeiro no Caminho de Santos, com o que auferia renda de quarenta mil réis. Em 1815 Luís era cabo de esquadra e lavrador de milho e feijão, além de tropeiro para Curitiba, o que lhe proporcionava algum dinheiro.

Para cuidar de seus bens, ele pediu emancipação no dia 23 de agosto de 1824. Como testemunhas de sua qualificação apresentou o sargento-mór Antonio de Morais Cunha, Eusébio de Morais e Cunha e o músico Manuel Fernandes Souto e Castro. Obteve sentença favorável.

Para casar-se com seu parente, Ana alegou ser moça pobre e temer não conseguir sustentar-se após a morte dos pais.

Aceitos os argumentos, Luís e Ana se casaram em Araçariguama no dia 5 de maio de 1825 (ACMSP, Livro nð 10.1.26, Casam. Araçariguama, fls. 23v).

Nesse mesmo local Luís foi vereador em 1836 e, em 1842, juiz de paz.

Viviam de suas lavouras de feijão e milho, tocadas por seus doze escravos. Era também tropeiro ainda nessa ocasião.


120. Antônio Teixeira Coelho

Antonio nasceu cerca de 1754 na freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Jaguari (Bragança), filho de Antonio Teixeira Coelho e Teresa de Oliveira Neves.

Joana batizada em 1758 em Atibaia, foi filha de José Barreto de Moraes e Rita de Souza Silva.

"Aos vintoito dias do mes de outubro de mil e Settecentos e Sincoenta eoito annos nesta Igreja de Sam Joam de Atybaya por minha absencia e Licença baptizou, e pos os Santos oleos o Padre Antonio Domingues de Sá clérigo Secular a Innocente Joanna filha de Jozeph Barreto de Moraes e de Sua mulher Ritta de Souza de Syqueyra naturaes e moradores desta Freguezia: forão Padrinhos Francisco Jozeph Bicudo Solteyro e Margarida de Souza de Syqueira molher Cazada, etodos moradores desta Freguezia; deque fis este aSento no mesmo dia, mes, eera ut supra

O Vigrº Ignacio Xavier Mora.".

Em 1775 Antonio apregoou que pretendia casar-se com Joana. Chegando a seus ouvidos tal notícia, Escolástica Dias de Prado, residente junto à Capela da Penha, em São Paulo, enviou carta ao vigário de Atibaia nos seguintes termos:

"M. Reverendo Sr. pe vigrº Ignco Xer Mora,

.......

Por não Saber mais cedo, que neSa villa se tinha apregoado hum mosso por nome Antonio Teixra Coelho; não (...) aos impedimentos; o que faço agora por este: Se tinha justo Com migo alias o dð pa Se cazar com migo; elle botou-me a perder, por prometer-me haver de Casar Com migo; e já a dous annos tem me empalhado dizendo que caza; e negando estar justo pa Lá se Cazar; dizendo era mentira; e como agora o fes de certeza, o faço a V. Mce com a Paes da onra, me boto a seos pez, (para) que o dito Senão caze, pois Senos feis perdida; e elle logo pagar-me ha com que saiba ser paga. E no mais rogamos a Deos, pela vida, e Saude de V. Mce, que Deos guarde m.a.

Citio da Penha, 14 de Fevrº de 1775".

O vigário de Atibaia, tão logo recebeu essa carta, suspendeu os pregões e enviou o processo à Câmara Eclesiástica em São Paulo. Lá, no dia 16 de março de 1775, perante o Vigário geral Gaspar de Souza Leal, Escolástica confirmou a denúncia afirmando que Antonio houvera tido cópula com ela.

Antonio, na réplica, afirmou ser a denunciante mulher corrupta e provou que ela já tivera tentado impedir antes o casamento de Joaquim Gonçalves e Catarina de tal, que se casaram na Conceição.

Resolvida favoravelmente a pendência, Antonio e Joana se casaram em Atibaia e ali fixaram residência no bairro de Itajoapira, onde ele foi soldado da infantaria e lavrador.

Em 1789 já o casal havia se mudado para o bairro Olhos d'Água, em São Roque, então na 5a. Cia de Ordenanças de Parnaíba. De lá foram para Itu (Capivari ?), onde em 1796 Antonio era Cabo da 8a. Esquadra da Cia. do Cap. Vito Antonio de Arruda Castanho.

Antonio faleceu em Itu em 1798. Joana vivia entre 1801 e 1807 em Capivari, onde deve ter morrido.

Antonio nasceu cerca de 1754 na freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Jaguari (Bragança), filho de Antonio Teixeira Coelho e Teresa de Oliveira Neves.

Joana batizada em 1758 em Atibaia, foi filha de José Barreto de Moraes e Rita de Souza Silva.

"Aos vintoito dias do mes de outubro de mil e Settecentos e Sincoenta eoito annos nesta Igreja de Sam Joam de Atybaya por minha absencia e Licença baptizou, e pos os Santos oleos o Padre Antonio Domingues de Sá clérigo Secular a Innocente Joanna filha de Jozeph Barreto de Moraes e de Sua mulher Ritta de Souza de Syqueyra naturaes e moradores desta Freguezia: forão Padrinhos Francisco Jozeph Bicudo Solteyro e Margarida de Souza de Syqueira molher Cazada, etodos moradores desta Freguezia; deque fis este aSento no mesmo dia, mes, eera ut supra

O Vigrð Ignacio Xavier Mora.".

Em 1775 Antonio apregoou que pretendia casar-se com Joana. Chegando a seus ouvidos tal notícia, Escolástica Dias de Prado, residente junto à Capela da Penha, em São Paulo, enviou carta ao vigário de Atibaia nos seguintes termos:

"M. Reverendo Sr. pe vigrð Ignco Xer Mora,

.......

Por não Saber mais cedo, que neSa villa se tinha apregoado hum mosso por nome Antonio Teixra Coelho; não (...) aos impedimentos; o que faço agora por este: Se tinha justo Com migo alias o dð pa Se cazar com migo; elle botou-me a perder, por prometer-me haver de Casar Com migo; e já a dous annos tem me empalhado dizendo que caza; e negando estar justo pa Lá se Cazar; dizendo era mentira; e como agora o fes de certeza, o faço a V. Mce com a Paes da onra, me boto a seos pez, (para) que o dito Senão caze, pois Senos feis perdida; e elle logo pagar-me ha com que saiba ser paga. E no mais rogamos a Deos, pela vida, e Saude de V. Mce, que Deos guarde m.a.

Citio da Penha, 14 de Fevrð de 1775".

O vigário de Atibaia, tão logo recebeu essa carta, suspendeu os pregões e enviou o processo à Câmara Eclesiástica em São Paulo. Lá, no dia 16 de março de 1775, perante o Vigário geral Gaspar de Souza Leal, Escolástica confirmou a denúncia afirmando que Antonio houvera tido cópula com ela.

Antonio, na réplica, afirmou ser a denunciante mulher corrupta e provou que ela já tivera tentado impedir antes o casamento de Joaquim Gonçalves e Catarina de tal, que se casaram na Conceição.

Resolvida favoravelmente a pendência, Antonio e Joana se casaram em Atibaia e ali fixaram residência no bairro de Itajoapira, onde ele foi soldado da infantaria e lavrador.

Em 1789 já o casal havia se mudado para o bairro Olhos d'Água, em São Roque, então na 5a. Cia de Ordenanças de Parnaíba. De lá foram para Itu (Capivari ?), onde em 1796 Antonio era Cabo da 8a. Esquadra da Cia. do Cap. Vito Antonio de Arruda Castanho.

Antonio faleceu em Itu em 1798. Joana vivia entre 1801 e 1807 em Capivari, onde deve ter morrido.


122. Vicente da Silva Guimarães

Vicente nasceu em Tietê, então bairro de Porto Feliz sob o nome de Pirapora do Curuçá, em 1794 (ou 1798). Foi filho de Joaquim da Silva Guimarães e Leonor Portes Cardoso.

Gertrudes nasceu em Sorocaba no dia 25 de abril de 1804, filha de José Martins Ferraz e Francisca Pedroso de Barros.

Com a morte do pai, em 1816, Gertrudes, já orfã de mãe, ficou tomando conta da caçula Ana em casa vizinha à de sua irmã casada Senhorinha Maria. Sustentava-se com a renda que auferia da venda de tecidos de algodão que fiava. O algodão vinha do sítio que o pai lhe deixara na 2a. Cia. de Sorocaba.

Mas essa situação não demorou muito, pois em 1817 Gertrudes e Vicente se casam em Porto Feliz. Lá, Vicente foi miliciano e negociante de secos e molhados entre 1825 e 1829 (1a. Cia. de Ordenanças de Porto Feliz).

Em 1836, Vicente e Gertrudes estão residindo em Capivari, onde ele tinha uma taberna. Em 1841, no casamento da filha Ana, Gertrudes foi declarada falecida.

Em 1867, nos esponsais do filho Amâncio, Vicente era também dado como morto.


126. Antônio Manuel Rodrigues

Antonio Manuel nasceu por volta de 1817, filho natural de Ana Vicência.

Gertrudes nasceu em 1822, filha de Roque Teixeira de Souza de sua segunda esposa, Maria Benedita Leite Martins.

Antonio Manuel primeiramente foi casado com sua parenta Maria Rosa da Silveira, nascida em 1818, filha de Joaquim da Silveira Colaço e Gertrudes Maria de Jesus.

No auto de inventário de Maria Rosa há documentos que nos permitem concluir que, quando morreu o pai de Antonio Manuel, Joaquim da Silveira Colaço foi nomeado tutor dele.

Antonio tinha 15 para 16 anos e vivia em companhia de sua mãe, no sítio no bairro das Campinas em Cabreúva, quando entre 7 e 8 horas de uma noite seu tutor, acompanhado de capangas armados de pistolas, levou o menino para Cabreúva.

Lá chegaram de madrugada, num sábado, e esperaram o vigário local, que fôra chamado em seu sítio. Pronta e inesperadamente Antonio foi casado, independente de sua vontade, com Maria Rosa, que se achava acometida de terrível febre inflamatória.

Assim narra a certidão desse casamento:

"Aos vinte e quatro dias do mes de Julho de mil oito centos e trinta e seis nesta Matriz de Nossa Senhora da Piedade de Cabreuva com Portaria do Ilustrissimo Reverendissimo Provisor, e Vigario Geral do Bispado dispensados nos impedimentos do terceiro grao mixto ao segundo duplicado por consanguinidade em linha transversal, e em outro qualquer sendo em grao dispensavel, em minha prezença, e das testemunhas abaixo assignadas se receberão em matrimonio na forma da Santa Igreja, face della, Antonio Manoel Rodrigues, filho de Anna Vicencia então solteira, e de pai incognito, e Maria Roza da Silveira, filha de Joaquim da Silveira Colasso, e sua mulher Gertrudes Maria de Jezus, fregueses ambos desta, e naturais da Villa de Jundiahi; sendo o Contrahido neto paterno, digo, por parte paterna ignorão, mas por parte materna de Joze Ribeiro e Custodia Maria, e a Contrahida neta por parte paterna de Joze da Silveira Leite e sua mulher Maria de Godoi, e por parte materna de Francisco de Paula Pedroso e Rita Maria de Jesus, e lhes dei as bençãos nupciais de que para constar fiz este assento.

O Vigario Joze Rodrigues Castanho"

Diz o citado processo que Antonio Manuel e Maria Rosa sequer conviveram na intimidade, devido à doença da noiva. Foi essa moléstia que levou Maria ao túmulo menos de um mês após o casório, como se vê da certidão seguinte:

"Aos dezanove dias do mes de Agosto de mil oito centos e trinta e seis annos faleceu da vida prezente Maria Roza da Silveira de idade de dezoito annos, casada com Antonio Manoel Rodrigues, de febre inflamatoria, com os Sacramentos da Penitência e Extrema Unção; foi recomendada por mim e sepultada, digo, e sepultado seo cadaver nesta Matriz, de que fiz este assento.

O Vigario José Rodrigues Castanho"

Nesses dias tumultuados, Antonio Manuel trabalhava no sítio de João Ferreira Alves. Rapaz simplório e acanhado, não procurou constituir advogado para cuidar do inventário dos bens do casal e viajou, na companhia de Francisco Bueno de Miranda, ao Rio de Janeiro, para comprar bens de consumo para seus patrões. Na volta, ficou sabendo que seu sogro e tutor fôra nomeado inventariante, com direito a participar dos minguados bens do casal.

Viviam em seu sítio no Caí, distrito de Cabreúva.

Entre 1850 e 1857, Antonio Manuel aparece como eleitor em Tietê, residindo no 8º Quarteirão do município (bairro de Pederneiras).

De 1847 a 1878 aparece em Monte-mór (então chamado Capivari de Cima) um Antonio Manuel Rodrigues (tropeiro, nascido em 1805 e residente no 10º Quarteirão da vila, filho de Manuel Rodrigues. Esse Antonio Manuel teve os filhos Porfírio Jose Rodrigues (nascido em 1850 e falecido em 1878, casado e negociante), José Romualdo de Carvalho (nascido em 1832 e solteiro em 1878), Tristão Manuel Rodrigues (nascido em 1840, lavrador).

Residiam no sítio onde Antonio Manuel, acamado e sem conseguir sequer assinar seu nome, ditou seu testemunho a 1º de junho de 1866, em presença de Bento Antonio de Moraes, Joaquim Rodrigues de Moraes (aqui biografado), de Delfino Teixeira Martins (filho de Roque Teixeira, aqui biografado) e de outros parentes. Do espólio, a viúva recebeu 1.668.657 réis.