Crônica das Origens da Família

Biografias


11836. Duarte Correia Vasques Eanes

Duarte Correia Vasques, nascido na Quinta da Penaboa, e casado com Marta Borges, filha de Baltazar Borges e de Prudência Velosa, filha esta de Manuel Veloso Espinha, família que também atuou nos primórdios da Cidade do Rio de Janeiro. Este casamento confirma à tradição de que os Veloso Espinha eram parentes dos Correia de Sá (JML, Letra C, vol. 6, fl. 643).

Com o falecimento, em 1632, de seu sobrinho Martim Correa de Sá, que governava o Rio de Janeiro, saiu eleito para sucedê-lo interinamente

Permaneceu no cargo até 9 de março de 1633, data em que foi nomeado o novo governador Rodrigo de Miranda Henriques para seu lugar. Naquela ocasião, Duarte exercia o Comando da Fortaleza de São João, do Rio de Janeiro.

Por Carta Régia de 21 de dezembro de 1644 foi designado para assumir novamente o Governo da Cidade do Rio de Janeiro, em substituição a Francisco de Souto Maior. Assumiu a 27 de Março do mesmo ano. Permaneceu nesta administração até 1647, quando foi substituído por seu outro sobrinho, Salvador Correia de Sá e Benevides. Este, tendo que viajar para a África, deixou, novamente, Duarte, administrando, interinamente, a Cidade do Rio de Janeiro.

Duarte foi sagrado Fidalgo Cavaleiro, em carta de 16 de maio de 1644.

A 3 de julho de 1636, saiu eleito Provedor da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, exercendo este cargo até 1637, para retornar, no período de 1637-1638. Sobre a sua primeira eleição, informa Vieira fazenda (Os Provedores da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, p.17) ter sido, ao que parece, influenciada pelo seu sobrinho Salvador Correia de Sá e Benevides que assumindo pela sua parte nessa ocasião o governo da cidade, quis pôr um paradeiro aos desmandos que iam pela Santa Casa de Misericórdia.

Duarte morreu no dia a 23 de Maio de 1650, no Rio de Janeiro, e foi sepultado na Igreja do Colégio dos Jesuítas do Rio de Janeiro.

Em 1° de março de 1657, foi apresentado um escrito dela, do cap. Manuel Caldeira Soares e de Baltazar Leitão, requerendo saneamento das dúvidas entre eles e os padres de São Bento sobre um curral nos campos de Jagoroaba, nos Campos dos Goytacazes. Os beneditinos levantaram curral nesta paragem e neste processo informam que querem desistir e se recolher ao curral e sírio em que está Gregório Dutra. Mas ressalvaram que esta desistência não lhes prejudicará o direito (MSB, 4D, 14, inventários e escrituras, item 14.4, n° 1238).

No último dia de julho de 1665, ela entrou novamente com processo contra o abade de São Bento (MSB, 4D, 14, inventários e escrituras, item 14.4, nð 1280). Dizia que ela nunca teve curral no sítio chamado Poço do Tavares e que o que lá se encontrava fora feito por Manuel Fernandes Brandão, sem ter direito a isso. E disse que provaria que do curral do Mosteiro ao sítio sob contenda não teria mais que 200 braças de distância, quando a escritura de composição entre os proprietários de terras, assinada em 1648, estabelecia que cada partícipe teria sítio para curral, separado por não menos de 500 braças. Exceção seriam os currais já existentes, nenhum dos quais houvera sido levantado pelos beneditinos. Logo, eles não poderiam levantar curral ali.

Neste mesmo processo, conta Marta que ali tinha os seguintes currais: três que trocou com o gen. Salvador Correia de Sá e Benevides no Campo Novo (onde estavam o negro Branquinho, o mulato Cassangê e Francisco Álvares). Tinha também o curral do Capão, com casa grande. Outro no Geribá (onde assistia o preto Miguel), outros dois no Geribá (num está o negro Monjolo e outro onde assistia Francisco Álvares). Um nos Quimbiras e outro em São João, na Passagem. Nenhum deles, portanto, no Poço do Tavares.

Marta faleceu depois de 1665.


12356. Paulo de Proença

Paulo nasceu no Alenquer (Portugal).

Casou-se em Santos no ano de 1557 com Isabel de Cubas, filha natural de Brás Cubas.


12358. Domingos Rodrigues Marinho

Maria nasceu em Veneza (Itália).

Em 22 de julho de 1566, eles receberam sesmaria na região denominada de Santo Antônio de Caraguatatuba, vizinhas às terras de Salvador Bicudo, João Maciel e Sebastião Marques Coelho.

Gen, Sebastianense, p. 255


12360. Antônio Bicudo Carneiro

Antônio nasceu na ilha de São Miguel dos Açores. Era irmão de Vicente Bicudo.

Foi casado em primeiras núpcias com uma filha de Antão Nunes e Maria de Siqueira.

Antes de 1570 já era tabelião em Santos. Em 1573 subiu a serra com a família e se estabeleceu onde é hoje Carapicuíba.

Em 1575 e em 1581 elegeu-se vereador da Câmara Piratininga. Em 1576 foi almotacel e nos anos 1577, 1579 e 1584 esteve juiz ordinário da vila. No ano de 1580, estava no cargo de ouvidor eclesiástico.

A partir de 1584 exerceu o posto de ouvidor da comarca e capitania de São Paulo. Neste ano, mandou levantar o pelourinho. Como sua ordem não foi atendida, em 1587 multou os oficiais da Câmara.

Casou-se com Isabel Rodrigues. Coriolano Pinto Ribeiro a diz filha de Garcia Rodrigues e Isabel Velho.

Já velho, talvez tenha saído em bandeira pelo sertão, pois seu nome deixa de ser citado nos documentos a partir de 1587. Em 1598, sua mulher o diz ausente e pede terras para si e suas filhas solteiras.

Coriolano Pinto Ribeiro, Dona Joaquina do Pompéu, p. 275

I&T, XV, p. 25

EM, I, 21

Prim. Troncos Paul., 59/116

Os Povoadores dos Campos de Piratininga, Américo de Moura


12362. Diogo Pires

Ele foi filho de Salvador Pires (e ... de Brito?).

Residiam no Juqueri.


12368. Francisco Taques Pompeu

Ele era natural de Brabantes, dos Estados de Flandres (Bélgica) e ela nascida em Portugal.

Francisco foi de sua terra para Setúbal, onde se casou.

Moravam na freguesia de São Julião, nessa vila.

Doc. Interessantes, I, p. 78

PT, p.63


12382. Fernão Dias Pais

Fernão foi filho de Pedro Leme e Isabel Pais.

Ele ficou na ilha da Madeira, onde nasceu, quando o pai veio ao Brasil pela primeira vez. Ainda estava lá quando morreu sua mãe e seu pai contraiu novas núpcias, com Luzia Fernandes.

Fernão se casou em sua terra natal com Helena Teixeira.

Já viúvo, Fernão veio com o pai para São Vicente. Nesta vila se casou com sua meio-sobrinha Lucrécia Leme, natural de São Vicente, filha de Brás Esteves e Leonor Leme.

De São Vicente, Fernão e os seus subiram a serra e se estabeleceram em Santo André. Daí se mudaram para São Paulo.

Na vila piratiningana, ele ocupou diversos cargos na república, como o de juiz ordinário em 1590.

Tinha fazenda para os lados do Ipiranga.

Ele morreu em outubro de 1605. O processo de inventário dos seus bens, iniciado em 5 de outubro desse ano, registrava a posse de um monte de casas e terrenos, alguns em Pinheiros.

Lucrécia passou a morara com Maria Leite, sua nora, filha do finado filho Pedro Dias, falecido em 1633.

O testamento de Lucrécia é datado de 27 de junho de 1643, aditado a 30 dfevereiro (!!!) de 1645.

No dia 8 de agosto de 1645 começava o inventário de seus bens, por ordem do juiz ordinário e de órfãos Simão de Toledo Pisa. Pedro Taques localiza o óbito de Lucrécia no dia 1ð de junho de 1641, o que é estranho.

I&T, I, p. 397, XIV, p. 313

HistSP, Tito Lívio Ferreira, p. 185

MORETZSOHN DE CASTRO, Apontamentos Genealógicos, p. 16


12386. Baltazar Gonçalves

Baltazar nasceu em Santos por volta de 1540, filho de Domingos Gonçalves e Antônia Rodrigues (que Pedro Taques diz ter sido filha de João Ramalho). Era irmão de Brás Gonçalves.

Ele testemunhou no processo de beatificação de Anchieta em dezembro de 1627, declarando ser natural de Santos e ter 87 anos de idade. Neste processo a favor de Anchieta, ele contou que estava para embarcar para a Bahia, mas foi dissuadido por Anchieta. Informou também que o padre salvou o cunhado dete testemunha, Antônio Gonçalves, o Pancas, da forca em 1586, acusado de tentar matar o governador Jerônimo Leitão.

Tinha o ofício de sapateiro.

Casou-se com Maria Álvares, nascida em São Paulo por volta de 1555, filha de Fernando Álvares e Margarida Marques.

Também ela depôs no processo de Anchieta, a 6 de abril de 1622, dizendo estar com 67 anos de idade. Disse também que havia hospedado o padre em sua casa, em Santos, e ali Anchieta disse que iria batizar um filho seu. O casal se mudou para São Paulo e esqueceu o caso. Um belo dia, após ele dar à luz, lá apareceu o padre e o menino foi batizado com o nome de José.

Ele foi alcaide em Santos no ano de 1579 e vereador em 1602. Também se opôs em 20 de setembro de 1592 à entrega da administração dos índios aos jesuítas.

Em 1603 assinou documento no inventário do seu sobrinho Brás Gonçalves.

Ele participou da bandeira de Nicolau Barreto.

Baltazar já era finado em 1630.

Prim. Povoadores Vicentinos, p. 9

HistSP, Tito Lívio, p. 86

Rev. da ASBRAP, III, p. 23 e 31


12404. André Mendes

André já morava no Brasil em 1571.

Casou-se com Isabel Afonso.

Ele já estava morto em 1642.


12422. Garcia Rodrigues

Garcia se casou com Isabel Velho. Ambos nascidos em Portugal.

Ele morreu, ao que parece, em 1590.

DAESP, I&T, XI (p. 47)

Primeiros Troncos Paulistas, 59/103


12454. Antônio Rodrigues de Almeida

Antônio era natural do Alentejo (Portugal).

Casou-se com Maria Castanho, natural de Lisboa (Portugal).

Veio para o Brasil, onde prestou relevantes serviços ao donatário da Capitania de São Vicente, principalmente nas ações defensivas contra os ataques do tamoios. Como recompensa, recebeu pouco antes de uma vigem de visita a Portugal, em 1556, sua nomeação para escrivão da ouvidoria.

De regresso ao Brasil, exerceu o posto de capitão-mor ouvidor da Capitania de Santo Amaro, por nomeação de 1557 de Isabel de Gamboa, viúva de Pedro Lopes de Souza e tutora de Martim Afonso de Souza, sobrinho homônimo do donatário.

Neste mesmo ano, era Cavaleiro Fidalgo da Casa Real.

No dia 6 de janeiro de 1565 foi agraciado com uma sesmaria no sítio de Itaoca, no Rio de Janeiro.

Em 1566 confirmou a sesmaria dada a Jorge Ferreira.

EM, I, p. 22

Docs. Interessantes, vol. I, p. 77/78

Varnhagen, História Geral do Brasil, p. 168 e 171.

Primeiros Troncos Paulista, 59/80

Os Primeiros Capitães-mores Vicentinos, p. 30, 39 e 41.