O carpinteiro Jacques Vuichard, natural de Semsales, casado com Marie Esseiva, ela irmã de Nanette Jaccoud, chegaria ao Brasil a bordo do Urania, trazendo com ele, além da esposa, os dois filhos, Françoise e Joseph Damien. Segundo o RGCS, este imigrante, francófono e católico, estivera preso em seu cantão de origem devido a uma quebra em seus negócios, provando-o, porém, posteriormente, haver agido sempre de boa fé.
Homem diligente, logo atrairia a atenção das autoridades coloniais, sendo considerado pelos representantes da Sociedade Filantrópica Suíça, “um ordenado e ativo colono” que já teria alugado um moinho ao rei, cultivando com sucesso o milho e legumes em abundância, obtendo bom resultado em sua comercialização. Na visão otimista dos visitantes, preparava-se mesmo o colono para montar a sua própria serraria. Não obstante tais declarações, porém, Vuichard, que goza de indiscutível prestigio entre seus pares, sendo nomeado em 1822 conselheiro do comitê nova friburguense da Sociedade Filantrópica, pouco tempo mais permanecerá em Nova Friburgo, deslocando-se com a família para a Penna, onde passaria o restante da existência. De fato, líder do grupo ao qual caberia o lote colonial número 80, esta gleba iria jazer em 1824, abandonada em onze porções, excluindo-se pelo capitão Manoel Vieira de Souza, apenas àquelas pertencentes aos órfãos da família Balmat, por serem menores. É duvidoso, no entanto, que os pequenos algum dia tenham tomado posse efetiva de suas frações. De qualquer forma os agrimensores atestariam a péssima qualidade do solo 80, chegando mesmo a recomendar a distribuição para apenas quatro alemães, das onze partes deixadas pelos suíços. As 23 frações abandonadas dos lotes 79 e 80 seriam destinadas em 1825 aos 10 membros da família de Jacob Frees, à razão de 6 indivíduos no primeiro e 4 no segundo. Pró-Memória – Caixa 7.
Dos filhos de Jacques Vuichard, sabe-se que Françoise viria a se casar em torno de 1826 com Simon Antoine Mettraux (vide Mettraux), tendo com ele pelo menos sete filhos, nascidos também na Pena. Seu irmão Joseph Damien, a seu turno, contrai matrimonio em Nova Friburgo, com Marie Virginie Lantelm, filha de Jacques Mathieu Lantelm e Marie Jullianne “Saudan”, já falecida.
Não se sabe exatamente quando vem a falecer Jacques Vuichard e a família em linha masculina gradualmente desaparece de Cantagalo. Em 16 de setembro de 1840, Joseph-Damien, permuta as terras que possuía na Barra do Rio Negro, em um local denominado Pedra Lisa, por outras, nos Dois Rios, da comarca de Campos, residindo neste negócio, possivelmente, a lacuna observada.
Jacques Vuichard casou-se com Marie Esseiva.
Filhos:
1.1 Françoise Vuichard, casada com Simon Antoine Mettraux, filho de Jean Mettraux, de Neyrus e Catherine Monnerat. Vide sua descedência no tit. METTREAUX.
1.2 Joseph-Damien Vuichard, nascido no dia 25 de setembro de 1810 e casado a 28 de fevereiro de 1829 com Marie-Virginie Lantelm, nascida em 1812, filha de Jacques-Mathieu Lantelm e Marie-Julianne “Sauvain”(?).
Eles tiveram:
2.1 Francisco Vuichard, radicado como fazendeiro em São Fidélis, à época distrito de Campos.
2.2 Felipe Mateus Vuichard, nascido em 1832 em Cantagalo. Casou-se em 21 de novembro de 1853 com Madalena Henriqueta Moretti, natural e batizada na Igreja Santa Genoveva, no Rio de Janeiro, filha de Romain Moretti e Rosália Castella.
O casal gerou:
3.1 José Romano Vuichard, nascido no dia 8 de novembro de 1854.
3.2 (…), nascido em São Fidélis aos 4 de outubro de 1862 e batizado a 17 de fevereiro de 1863.
3.3 Maria Vuichard, nascida em São Fidélis aos 15 de março de 1868.
2.3 Maria Francisca Vuichard, que nasceu em Cantagalo aos 17 de dezembro de 1839 e batizada em 25 de março de 1840.
2.4 Vicente José Veichard, casado em Cantagalo, aos 28 de maio de 1859, com Luísa Justina de Azevedo, natural da freguesia de Santa Rita, filha de João Antônio de Azevedo e Maria Inácia Pontes.
Deste casamento vieram:
3.1 Leocádia, nascida em São Fidélis aos 3 de janeiro de 1865.
3.2 Amélia, batizada em São Fidélis aos 22 de janeiro de 1868, com 4 meses de idade.
3.3 Maria Adelaide, batizado em São Fidélis aos 20 de dezembro de 1870, com 6 meses de idade.
Dados complementares:
Em 1858 o Almanak Laemmert assinala Nicolau “Vichard”,
como um dos marceneiros de Cantagalo. Será o mesmo Francisco Vuichard?
Será outro filho de Joseph-Damien? Os dados relacionados a São
Fidélis nos foram gentilmente cedidos pelo genealogista Marco Polo Teixeira
Dutra Phenee Silva.
Este texto é uma versão revista e ampliada do tópico sobre a familia Bapst, publicado inicialmente no livro "Imigrantes", Henrique Bon, Ed. Imagem Virtual, 2004. O livro pode ser adquirido diretamente do autor, através do contato acima.
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