GENEALOGIA FLUMINENSE

Região Serrana - Genealogias

Família TEIXEIRA PENA

Marco Polo T. Dutra P. Silva

4.2 Maria Izabel Teixeira Dutra, que nasceu em Campos a 13 de maio de 1923 e foi casada em Campos, na Igreja de N. S. do Carmo, realizando juntos os atos civil e religioso, no dia 5 de janeiro de 1949, às oito horas da noite com Pedro Phenee Silva. Ela acresceu ao nome os sobrenomes Phenee Silva do marido.
Maria Izabel em sua formatura        Pedro nasceu na Rua dos Guaianases, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo (SP), no dia 12 de novembro de 1922, ainda que tenha sido registrado como sendo de 19 do mesmo, filho de Francisco Leôncio da Silva e Alice Pheeney de Camargo. Foi batizado na Igreja de Santa Efigênia a 8 de julho de 1923 por José Octávio da Silva e Eudóxia de Mattos Leme sob o nome de PEDRO MACÉLIO.
        Perdeu o pai muito cedo, quando sua atenção ainda era dedicada apenas aos estudos e às "peladas" que jogava com frequência nos campos vizinhos de sua casa. Com a morte do pai, a vida em casa sofreu um reajuste forçado: para auxiliar a mãe na educação de Pedro, Francisco (filho de Alice e irmão do Pedrinho) deixou o Seminário em que estudava. Coincidência ou obra divina, Pedro recompensou esse sacrifício abrigando, anos mais tarde, o último suspiro do irmão em sua casa, no bairro do Jardim Paulista.
        Ele era canhoto, mas acredita-se que sua mãe tinha forçado a destra, pois algumas atividades (tais como lançar objetos ou chutar bolas) ele o fazia com a esquerda. Entretanto, escrevia com a mão direita.
        Pedro sempre foi aficcionado do cinema. Conhecia a todos os artistas das telas e todas as películas da época. Para custear esse "hobby", cobrava de "Mina", a segundo esposa do seu avô, alguns tostões como remuneração sempre que ela lhe pedia um favor. Assim quando ela, com a vista fraca, chamava Pedrinho para enfiar a linha na agulha para suas costuras, já sabia que isso iria custar-lhe algum.
        "Mina" tinha um baú de madeira, onde guardava seu dinheiro. Vez por outra percorria a casa falando aflita "meine Schlüssel, meine Schlüssel..." (minha chave, minha chave...). Não é difícil perceber que nessas horas Pedrinho havia "aliviado" a chave do baú para conseguir alguns tostões a mais para balas, bolinhas de gude etc.
        Como forma de assegurar a educação dos filhos se lhes faltassem os pais, Alice dava os filhos para senhoras ricas batizá-los. A Dona Eudóxia de Mattos Leme coube batizar o Pedrinho. Dela, o titular lembra que num de seus aniversários a mãe o levou para visitá-la. Por ser rica a madrinha, Pedro contava ganhar uma bicicleta de presente. Mas Eudóxia lhe deu mil e trezentos réis quando o aluguel de uma bicicleta por uma hora custava mil e quinhentos réis. Dizem que Alice saiu mais decepcionada que o filho da casa da comadre.
        Pedro fez o grupo escolar e entrou para o ginásio das Perdizes. De lá foi para o Ginásio São Paulo.
Pedro na década de 40        Mas, faltando o pulso firme do pai, Pedro crescia quase sem controle. Em 1934 o irmão mais velho levou-o a Jaú. Sem que Pedrinho esperasse, se viu só, longe dos parentes e internado no Ginásio Municipal de Jaú, dos Primostatenses. Esta "traição" do mano parece ter calado fundo no garoto, tanto que Pedro sempre reclamou disse e dizia ter com muitos conhecidos, mas poucos amigos.
        Com pena, Dona Alice tirou-o de lá no ano seguinte. Talvez a memória dela ainda registrasse o que houvera com sua madastra. E nesse ano (1935), Pedro foi empregado como atendente no escritório de advocacia do Dr. Osvaldo de Brito, com um salário de trinta mil réis mensais. Pouco depois, foi entregador na Schilling, Huller & Cia. durante cerca de quatro meses. Em 1938, na inauguração do Cine Metro (que estreiou com a fita "Melodia na Broadway"), colocou-se com o salário de 75 mil réis por semana. Mas pouco tempo (dois meses) ficou neste emprego. Começou, então, sua vida como bancário. Esteve no Banco de São Paulo (1940-41), no Banco da América, no Banco Mercantil de São Paulo e no Banco Português do Brasil (hoje incorporado ao grupo UNIBANCO).
        Quando trabalhava no Banco Português, seu irmão Antônio conheceu um Sr. Horácio, dono de uma firma de propagandas em rodovias. Horácio procurava alguém de confiança para caixa executivo, oferecendo um salário de 2.500 réis (o dobro do que Pedro ganhava no banco). Aceitou e foi trabalhar no Rio de Janeiro. Cerca de um mês depois, tendo um parente desempregado, Horácio chamou Pedro e comunicou-lhe que breve teria de despedí-lo. Como a polícia carioca só aceitava como documento a carteira de trabalho, Pedro pediu seu registro. Horácio "cochilou" e assinou a dita carteira. Com ela, Pedro exigiu dois salários pela demissão. Consultado o advogado da firma, o patrão teve de pagá-los. Isto foi em princípio de 1945.
        Em 1946 a serviço do UNRRA - União Nacional de Reabilitação e Reconstrução Aliada, programa das Nações Unidas do qual o Brasil fazia parte, Pedro teve a oportunidade de visitar diversos países, como Estados Unidos, Trinidad-Tobago, Itália, Iugoslávia, Grécia e Ilhas Canárias, viajando de navio e de hidroavião.
        Na volta, trabalhou no Banco do Comércio e Indústria de Minas Gerais (1949), sendo transferido para Campos a pedido. De lá, novamente por sua solicitação, voltou a São Paulo. No dia 17 de abril de 1950 ingressou no Banco do Estado de São Paulo, indicado de seu irmão João Pheeney.
        Fato importante ocorrera com ele alguns anos antes. Em 1945, quando o pe. Pheeney voltava da guerra, a família foi esperá-lo no porto do Rio de Janeiro. Hospedaram-se numa das pensões do Rio, onde morava a jovem Maria Izabel, estudante da Faculdade Santa Úrsula, na capital da República.
        Pedro foi acompanhar Maria Izabel até a Estação Leopoldina, eis que ela estava indo em férias para sua terra. Era 13 de julho de 1945.
        Não mais a teria visto se o padre tivesse chegado naquele dia. Ocorre que o navio atrasou e a família Silva teve de voltar ao Rio alguns dias mais tarde. Desta feita, Maria Izabel aceitou a côrte do paulista ("botocudos de São Paulo" era seu conceito inicial sobre os Silva, como nos declarou há poucos anos).
        Maria Izabel viveu em Campos, onde estudou até 1936 no Externato Imaculada Conceição com a insígne mestra campista Maria Benedita de Jesus Gouveia. Finda esta fase de sua vida escolar, ingressou com a terceira melhor média no "Liceu de Humanidade de Campos", sempre se destacando por seus conhecimentos do vernáculo. Terminou o ginásio em 1941, último ano em que esta fase teve duração quinquenal. Iniciou o curso clássico (hoje extinto, tal como ocorreu com o científico; englobados que foram pelo segundo grau), porém não o concluiu pois em 1944 foi prestar vestibular no Rio de Janeiro. Principiou o curso de Letras Clássicas na Faculdade de Ciências e Letras do Instituto de Santa Úrsula. Atendendo a sugestão de seu professor catedrático de Latim, e depois padrinho de casamento, Dr. Jerônimo Ribeiro, transferiu-se para a Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil. Sua formatura foi noticiada no jornal carioca "A Manhã", em edição de 23 de dezembro de 1947, página 5, nos seguintes termos:

"Com invulgar brilhantismo, colou grau, ontem, pe la Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, a senhorinha Maria Izabel T. Dutra, filha do casal Alberto Antônio T. Dutra - Ma P. T. Dutra, da sociedade de Campos."


 

                Formada, Maria Izabel voltou a Campos, onde lecionou grego e latim no primeiro curso clássico noturno do Liceu. Seus alunos eram antigos colegas que não tiveram oportunidade, por exercerem profissões diuturnamente, de completar o programa do curso. A propósito, todas as professoras do período noturno do Liceu nesta ocasião eram antigas colegas dos alunos. E isso trazia a curiosa situação de ex-colegas tratando-se por "o senhor", "a senhora". A propósito, esse tratamento era voluntário e apenas uma das professoras o exigiu. Era a única tratada por "você", por picardia dos alunos e ex-colegas.
        Assim que se casaram foram para São Paulo, mas Maria Izabel não se adaptou de início à nova terra, seus usos e costumes. Educada como moça de família de projeção social e renome numa pequena, ainda que orgulhosa, cidade do interior do Estado do Rio de Janeiro, Maria Izabel contava com criadas para as tarefas domésticas. Sequer sabia cozinhar, quando se casou. E saber cozinhar era considerado na ocasião um atributo fundamental para o casamento.
        Também, como consequência do orgulho da abastança dos campistas, Maria Izabel não conhecera provações de qualquer ordem. Isto lhe foi maléfico quando se mudou para a terra de Pedro.Era costume trazido pelos imigrantes um alto senso de economia. Por esse motivo, na casa de Alice, onde foram morar, quando era servido margarina no café o queijo ficava guardado. Se havia bife, cada um recebia um único, e assim por diante.
        Além do mais, por ser uma das poucas mulheres na casa, Alice exigia contribuição dela na hora de lavar e passar as roupas do pessoal da casa, apesar de Pedro pagar à mãe pelo uso de um dos quartos da casa.
        Nada disso Maria Izabel estava acostumada a fazer na casa dos pais. Sentindo profundamente a mudança, arrumou suas coisas e voltou para Campos.
        Um mês depois Pedro também chegava a Campos. Ela havia reassumido o magistério e ele obteve sua transferência para a agência do Banco do Comércio e Indústria de Minas Gerais em Campos. Mas Pedro não se adaptou também a Campos e a 5 de setembro de 1949 o casal retornou definitivamente a São Paulo.
        Eles reiniciaram sua vida em um quarto alugado, vizinho à casa de Alice. Após a morte dela, foram para uma casa no atual bairro de S. Judas, na Rua Massaranduba. Aí residiram por três anos e meio.
        Não raro Pedro varava noites jogando sinuca, para desespero de Maria Izabel, que esperava por ele até raiar o dia. E, quando amanhecia, o trabalho caseiro não permitia a ela dormir. E ele seguia também direto para o banco. Com o treinamento, logo Pedro se tornou um ás nesse jogo, sendo quase imbatível nele. Várias vêzes o leite dos filhos saía das mesas de jogo.
        Em 1955 mudaram-se para um apartamento que Pedro comprou, através do IAPB (Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Bancários, hoje absorvido pelo INPS), situado no bairro do Jardim Paulista, à beira da Av. 9 de julho.
        Pedro, que em 1950 entrou para o quadro de funcionários do Banco do Estado de São Paulo, estabilizou assim sua vida profissional, poucas vezes apelando para outras atividades extrabanco. Lembramo-nos apenas de ter trabalhado numa firma de embalagens, de nome EMPAX, em Santo Amaro.
        Curioso comportamento, Pedro gostava muito de dormir (chegou a fazê-lo numa ocasião, por 56 horas consecutivas), mas também trabalhava demais. Anos e anos a fio ele passava noites em horas extraordinárias de trabalho no BANESPA. Lembramo-nos de várias vêzes termos separado vias de documento para ele. Apesar disso, gostava de passar por preguiçoso. Exemplo foi o diálogo ocorrido entre ele e o diretor de administração do BANESPA, quando Pedro se aposentou:

Diretor (polido):"Seu Pedro, o que o senhor vai fazer daqui em diante ?"

Pedro (em tom confidente): "O que sempre fiz no Banespa: NADA!".

     

 


        O homem o olhou com evidentes sinais de espanto.
        Maria Izabel, que se mantivera afastada do magistério desde que abandonou o Liceu em 1949, voltou a ele no ano de 1965, no ginásio estadual "Ministro Costa Manso". Entretanto no ano seguinte, por deslealdade do diretor daquele ginásio, foi dispensada em favor de um apaniguado dele. Sentindo-se decepcionada e injustiçada, ficou afastada do magistério por mais três anos.
        Nessa época fez um dos seus mais destacados trabalhos intelectuais: a tradução das orações em grego (prenhes de abreviaturas) existentes na antimensa que mostramos adiante. A tarefa foi realizada para a páscoa dos militares coordenada pelo pe. Pheeney e rendeu a ela agradecimentos pessoais do bispo de São Paulo.
        Todavia, para melhorar a renda familiar, precisou voltar a lecionar. Conseguiu lugar, em 1968, na extensão do ginásio estadual "Dr. Carlos Augusto de Freitas Villalva Jr.", que depois se tornou autônomo com o nome de "Ginásio Estadual do Bairro de Indianópolis" e que hoje se denomina "Ginásio Estadual Dr. Ângelo Mendes de Almeida". Nele, sempre estimada pela Diretoria e colegas, foi Presidenta da Associação de Pais e Mestres por três anos. A consideração dos colegas era tanta que sempre ela era procurada para opinar, mesmo sobre tópicos específicos de outras disciplinas que não Língua Portuguesa. Muitos a chamavam de "Enciclopédia Ambulante", meio na troça, em respeito à sua sólida cultura geral.
        No período em que esteve afastada do magistério, Maria Izabel foi convidada para Assistente do titular da cadeira de grego na Faculdade de Letras da USP. Pedro, no entanto, se opôs achando a USP em lugar ermo e distante e Maria Izabel se viu obrigada a declinar do convite.
        Pedro sofreu muito com os dentes, até decidir-se por substituí-los por uma dentadura. Certa feita, o neto André tomava banho e brincava na banheira da casa dos avós e viu a dentadura do avô num copo dágua. Não resistiu e comentou para a avó, que lhe dava banho: "Olha! os dentes do vovô estão rindo pra mim..."
        Teve também uma doença nos cabelos e quis tratá-lo com criolina (um desinfentante forte). O remédio não deu resultado e ele sempre viveu com coceira e caspas no couro cabeludo. Tinha horror a médico, porém nos anos 60 foi operado de hemorróidas no Hospital da Beneficência Portuguesa. Em 1984, com duas hérnias do tamanho de laranjas, enfrentou novamente o bisturi.
        Não passava um dia sem ingerir algum medicamento. Os filhos brincavam perguntando nas refeições se ele queria suco de Cafiaspirina ou de Melhoral.
        Reclamava demais de aerofagia e de falta de ar. Porém fumava mais de dois maços de cigarros por dia. No início usava a marca Lincoln (hoje inexistente), sem filtro. Depois passou para Hollywood e Minister. Não aguentava qualquer esforço físico. O Natal de 1985, por exemplo, foi passado na chácara do filho Guto. A casa fica na parte baixa da encosta de um morro. Na volta Pedro teve de subir as escadas (não mais 100 degraus) por etapas.
        O casal era complementar. Pedro geralmente casmurro e Maria Izabel sempre alegre e comunicativa. Dois episódios conferem um contorno adequado a eles. Certa ocasião estávamos indo ao acampamento onde Pedro tinha o seu "trailler" estacionado. Em certo ponto deveria ser feito um contorno. Acontece que muito mais no jeito existia um acesso proibido. Travou-se, então, o seguinte diálogo entre o casal:

Pedro: "Vamos por aqui (apontando o acesso irregular) ou é melhor darmos a volta ?
Izabel: "É melhor ir pelo lugar certo"
Pedro: "Mas são 5 quilômetros a mais..."
Izabel: "Então vamos por aqui..."


Pedro
: "E se o guarda pegar, você paga a multa ?"

 

 

 

 

 

        Maria Izabel era baixinha e pesava mais de cem quilos. Quando os filhos chamavam-na de gorda ou baixinha, invariavelmente respondia com humor:

"É a mãe !

        Quando ela teve infarte em princípios de 1986, pensava-se que iria partir logo. Todavia, o tabaco levou Pedro antes. Segundo Beto, filho do casal, Maria Izabel tinha ido ao Rio visitar a mãe. Pedro e Beto ficaram ouvindo música e conversando até altas horas da noite. Nessa madrugada de 23 de junho de 1986 Pedro passou do sono à eternidade. Exatamente como o irmão Chico e na mesma cama onde ele morrera, Pedro expirou dormindo.
        Maria Izabel tinha enorme volúpia para comer. Após o infarte, teve de parar de fumar. Isso não foi grande esforço porque consumia poucos cigarros. Mas reduzir seus 105 quilos, preparando-se para a hipótese de uma operação cirúrgica, foi uma batalha vã. Apesar de admoestada pelos filhos, ela parecia orgulhar-se de comer e desobedecer aos médicos. No último dia que a vimos em São Paulo, ela pegou um iogurte e nele colocou duas colheres de sopa de acúcar. Quando lhe criticamos, ela sorrindo dizia "nhã-nhã", saboreando o doce.
        Dormia tarde e acordava cedo a vida inteira. Por isso, quando se sentava para ver televisão logo caía no sono. Numa das últimas imagens que dela se guarda, ela dormia no sofá e sobre ela dormia seu neto Paulo Adriano.
        Quando Pedro se foi, Maria Izabel trouxe a mãe para morar com ela.
        Na madrugada de 17 de julho de 1987 Maria Izabel chamou os filhos Beto e Tarso e disse sentir dores no peito. Vestiram-se rapidamente e foram para o hospital. Porém já no limiar da porta da casa ela "travou", não conseguindo andar. Puseram-na rapidamente sobre uma cadeira e ela foi levada desse modo para o carro. Ao chegar no hospital, não durou mais que dois ou três minutos.
        Pedro e Maria Izabel tiveram:

5.1 Marco Polo Teixeira Dutra Phenee Silva, autor deste trabalho. Nasceu em Campos a 15 de dezembro de 1950 e foi casado com Maria Isabel Moraes Mendes e depois com Mithiko Sugawara.

6.1 André Honório Mendes Pheeney Silva, que nasceu em São Paulo, no Hospital dos Servidores Públicos, no dia 20 de fevereiro de 1976, uma sexta-feira.

André Honório esteve, em 1977, na companhia de seus pais, viajando por diversos estados do nordeste brasileiro, ainda que muito pequeno.

Desde cedo foi educado no convívio social, entrando para a escola-berçário "Fralda Molhada", em São Paulo, com oito meses de idade. Completado um ano e meio, foi transferido para a escola "Chapéu de Sol", próxima à casa dos pais, no bairro do Butantã, na mesma cidade. Em Brasília, uma das primeiras providências de sua mãe foi matriculá-lo na "Escola Maternal Ursinho Feliz", de onde saiu em 1980 para o "Colégio Minilaser". Daí, em 1987, para o INEI - Instituto de Educação Integral, na avenida L 2 Sul.

De espírito alegre e inteligência lúcida e viva, encantava a todos que dele se acercavam. Desde pequeno tinha o raciocínio rápido. Uma vez ia de carro com os pais e avós paternos e falava sem parar. Num dado momento, no auge do assanhamento, disse que quando chegasse no Rio de Janeiro ia por a "bisa" (sua bisavó Branca) na cadeia. "Na cadeia?????" perguntou a avó, filha de Branca. André, rápido, desconversou: "Nããão! Na CADEIRA, porque a bisa já está velha ...".

Assim que os pais foram para Brasília, foi uma tarde com a mãe ao banco. A mãe entrou na fila do caixa e mandou-o sentar-se na escada. Ele foi, mas veio encafifado: "tem um bichinho lá". A mãe olhou e só viu u'a mancha. "É só u'a manchinha ...". Ele foi de novo e novamente voltou sério: "A manchinha está dormindo ...". Era uma barata morta, com as patinhas para cima.

Outra noite, a mãe mandou-o escovar os dentes, para o bichinho da cárie não comer os dentes. Ele, confiante, rebateu de pronto: "não tem perigo, o bichinho tem medo da cobrona (a língua)".

André esteve estudando no Alaska entre agosto de 1991 e julho de 1992, dentro de um programa de intercâmbio cultural. Esteve, também, com família em Spokane, no estado de Washington, por algum tempo. Na volta, foi aprovado na Faculdade de Engenharia da Produção Mecânica na Universidade de São Carlos (USP) e na UnB (Universidade de Brasília), para a qual optou como calouro de Engenharia Mecânica. Prestou novo vestibular na UnB para Relações Internacionais e abandonou a Engenharia. Formou-se e atualmente estuda Cinema na mesma UnB.
        Foi estagiário do Ministério da Indústria, Comércio e Tecnologia e depois funcionário da Caixa Econômica Federal. Hoje, com o irmão Pedro, têm uma empresa de produção e edição de vídeos promocionais e comerciais.

André e sua namorada Mariana Reschke da Cunha, filha de Geraldo José Schubach da Cunha e Mayra Marley Reschke da Cunha, tiveram:

7.1 Felipe Reschke da Cunha Mendes Pheeney.

 

6.2 Pedro Augusto Mendes Pheeney Silva, que viu a luz no Hospital Distrital da Asa Sul, em Brasília, a 14 de julho de 1979.

Pedro Augusto também foi novinho para a escola. Com cerca de oito meses de vida foi matriculado na escola Casulo, na superquadra 905 Sul. Em 1980 foi também para o MiniLaser e em 1986 para o INEI.

Ele sempre foi afobado para falar, misturando os conceitos e os sinônimos. Dizia "lerbitou" para libertou, "penso secreto" para pensamento secreto , "munição coletária" para correção monetária e "fubá de onça" para bafo de onça. Uma vez ficou muito preocupado porque o avô estava aposentado (confundiu com desempregado).

Uma vez viu uma vizinha que andava sempre às carreiras e comentou que ela parecia "corredora de baratona". Quando bravo, chamava o irmão André de "rendículo". Outra vez, contava para a mãe de um amiguinho que tinha um bambolê, mas não sabia o nome do brinquedo, então explicava que era para fazer "rebolo" e imitava o menino brincando. A mãe sacou a jogada, mas o corrigiu: "não é rebolo, é rotação". "Não", disse ele inconformado, " rotação é isso" e soltou um belo arroto.

Uma noite estudava verbos com o pai e saiu com a seguinte conjugação "Eu vou, tu vais,. ele vai, nós vamos, vós vastes ....".

Pedro foi aluno do Colégio Militar de Brasília e esteve estudando em Stoughton, no Wisconsin, também por intercâmbio, entre julho de 1995 e agosto de 1996. Nesse intercâmbio visitou a Califórnia, Arizona e Missouri. Quando voltou, foi aprovado no vestibular para Administração de Empresas na UnB em 1997. Esteve envolvido com a AIESEC, uma empresa sem fins lucrativos que se propõe a implementar o intercâmbio de recém-formados para estágio em empresas do Brasil e do exterior. Foi vice-presidente dessa organização em Brasília e mantém inúmeros contatos com outros representantes da empresa em todo o mundo, valendo-se de seu domínio da língua inglesa.

Esteve trabalhando em Portugal por duas vezes (1999 e 2001) e depois numa pequena empresa de consultoria em Brasília.

Depois de namorar e viver com Melissa Andrade, eles se casaram em Brasília em maio de 2006. Mas se separaram poucos anos depois.

Pedro esteve uns meses trabalhando na Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), onde entrou em concurso. Mas tendo passado também em concurso para a VALEC-Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., optou por se transferir para esta empresa.

 

6.3 Paulo Adriano Mendes Silva e Phenee, que veio ao mundo a 15 de abril do ano de 1986 no Hospital Santa Luzia, também Capital Federal.

O Paulo se desenvolveu pelo convívio com irmão mais velhos. Tinha cabelos amarelos, quase brancos, escorrediços. Com isso, o André o punha de ponta-a-cabeça para varrer o chão com os cabelos dele.

Seus verbos eram todos "regulares": dirigei ao invés de dirigi, sabei para soube ... E, mais, tinham sexo. Dizia que ele era homem e por isso deveria dizer "eu sabio", "eu abrio", "eu querio" ...

Uma vez em Florianópolis estava ensimesmado e dizia "abô". Logo depois, "achô". E assim ia a ladainha dos "abô" e "achô". Era o garçon que descia e subia uma escada para a cozinha, que ficava no porão do restaurante e ele acompanhando o sumiço e reaparecimento do homem.

Paulo estudou no Colégio Militar de Brasília. Estudou, também, doutrina cristã e budista no Colegium Lux. É enxadrista amador e aprendiz de violonista. Estudante de inglês e aficcionado até demais pelo RPG, um jogo de estratégias e lutas marciais.

Cursou Ciências Sociais na Universidade de Brasília, a UnB. Hoje é funcionário da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), onde trabalha no departamento de tribos isoladas.

 

5.2 Francisco Alberto Teixeira Dutra Phenee Silva, nascido a 7 de janeiro de 1952 em Campos; engenheiro mecânico pela Universidade Mackenzie, solteiro.
        Na família era tido como o modelo de capricho e organização desde criança. Era, nessa época, o mais gordo dos irmãos, e o de pavio mais curto.
        Alguns episódios mostram como era curta sua paciência. Estava em férias na casa do tio Carlito em Unamar, litoral fluminense. Educadamente, mas com os bons modos peculiares, pediu a alguém: "Fulano, me passe essa bosta." O tio, indignado, disse que não admitia palavrões naquela casa. Beto imediatamente se levantou, mandou o tio àquele lugar, pegou sua mala e foi embora da casa, para desespero da avó, que lá estava. Noutra ocasião, mandou o tio padre àquele lugar quando esse ralhava com ele.
        Era comilão. Uma vez estava em Campos e o tio Betinho comprou uma lata de sorvete. Depois que todos se serviram, o Beto perguntou se alguém queria mais. Constrangidos, todos negaram. Ele, então, entornou uma garrafa de Coca Cola na lata e comeu tudo. No dia seguinte, o tio veio com duas latas e falou, bem-humorado: "uma é para nós e a outra para esse animal".
        Como a maioria dos garotos da idade e que moravam no conjunto habitacional dos bancários, foi catequizado por Dona Camila e foi coroinha na igreja de São Gabriel, na época em que as missas eram rezadas em latim.
        Tinha um estilo peculiar de jogar pingue-pongue, com a mão esquerda levantada. O pessoal caçoava dele chamando-o de Ivanhoé, pois na TV havia uma série desse nome, em que o herói lutava à espada com a mão esquerda para cima.
        Na juventude jogava peladas com os irmãos e amigos quase todos os dias, cursando o ginásio e depois o colegial à noite. Junto com o irmão Marco Polo, se iniciaram em violão com a tia Maria. Nos fins de semana ia com os irmãos para o Delfim Verde, um clube em Itapecerica da Serra, onde aprendeu a jogar tênis.
        Beto fêz concurso para o Banco do Brasil, foi aprovado, mas se recusou a tomar posse.
        Em 1976 ele esteve viajando pelo Paraguai, Argentina e Chile com dois amigos. Visitaram Assunção, Salta, Tucumán, Mendoza, Las Cuevas e Santiago. Na Argentina, época pós-Videla, usava uma barbicha perigosa, que chamava a atenção por parecer com a dos revolucionários terroristas da época.
        Formou-se engenheiro mecânico pela Faculdade Mackenzie em 1979.
        Em 1980 esteve na Bolíva (Cochabamba, La Paz e Copacabana) e Peru (particularmente em Cuzco, para conhecer Machu Pichu). Em 1982 passou 20 dias em Buenos Aires. Hoje volta e meia vai aos países andinos em férias.
        Beto foi funcionário da Companhia Siderúrgica de Tubarão, tendo tomado posse em 1980. Nesse emprego morou em Vitória (ES) entre 1980 e 1986. Nessa cidade tomou gosto pelo pedestrianismo e até hoje corre todos os dias no Parque do Ibirapuera. Por isso se tornou o mais esbelto dos irmãos.
        Voltou a São Paulo e foi morar com os pais e, após a morte deles, mudou-se para o bairro do Itaim, em apartamento próprio.
        Em 1989 esteve com o irmão Tarso viajando pela Espanha, conhecendo Málaga, Marbella, Granada, Barcelona e Madri. Visitou, também, a cidade de Ceuta, no Marrocos.
        Esteve cedido à Companhia Siderúrgica Nacional, foi importante assessor na Diretoria da FEPASA em 1991. Ficou dois anos desempregado, naquele que foi talvez o período mais estafante de sua vida. Pouco saía de casa, restringiu seus gastos ao mínimo, sofreu de estresse e quase nada realizou nessa época. Recusou algumas propostas de amigos, por considerar o salário insuficiente para sua qualificação.
        Em 1992 foi se encontrar com o irmão Marco Polo, que estava de férias nos Estados Unidos. Lá conheceu a Costa Leste (Nova York, Washington, Philadelphia, Boston), Atlanta e Nova Orleans.
        Prestou concurso para os Correios e para a Petrobrás. Aprovado nos dois, optou pela Petrobrás, tomando posse em 1994. Morou em Santos (SP) por uns anos e hoje reside novamente em São Paulo.
        Tem uma casa de praia em Camburi, para onde vai nos fins de semana. Estudou espanhol, a língua que adora.

5.3 Augusto César Teixeira Dutra Phenee Silva, nascido também em Campos, a 2 de junho de 1953.
        Quando criança, foi coroinha na igreja de São Gabriel, como os irmãos mais velhos.
        O mais dotado para esportes, na juventude jogava "peladas" com os irmãos e amigos quase todos os dias. Também com eles frequentava o Delfim Verde, um clube em Itapecerica da Serra na década de 70, onde aprendeu a jogar tênis e pelo qual chegou a vice-campeão estadual de futebol de salão, só perdendo para o São Paulo F. C. Jogava, ainda, futebol de campo e de praia, além de vôlei.
        Eles, os irmãos e amigos fundaram um time de futebol "Estrela Vermelha", formado pela criançada que morava no prédio marrom do conjunto habitacional dos bancários da Av. São Gabriel. Esse time jogava contra os times dos outros prédios do conjunto habitacional e outros times da redondeza.
        Ele foi por muitos anos professor de tênis no BANESPA, em São Paulo. Participava do "ranking" da Federação Paulista de Tênis, onde chegou à terceira classe. Praticava, também, natação, futebol de salão e pingue-pongue. Era magérrimo.
        Era desde pequeno muito tinhoso para comércio. Havia um comprador de jornais velhos que volta e meia ia à casa da mãe deles. Uma vez o homem declarou que, "se não ficasse de olhos abertos, o garoto passava a perna nele".
        Em 1970 viajou com um amigo por trem, ônibus e também pedindo caronas. Saiu de Bauru para Campo Grande e Ponta Porã. Dali para Assunção, Foz de Iguaçu e voltaram a São Paulo. Em 1971, com o mesmo amigo, saiu de Bauru para Corumbá. Dali para Santa Cruz de la Sierra, Cochabamba, La Paz e Copacabana. Também nesse ano conheceu Brasília. Em 1972 foi visitar Salvador com outro amigo, viajando quase que exclusivamente de caronas.
        No ano de 1972 serviu ao Exército, como motorista. Nas olimpíadas do Segundo Exército foi vice-campeão na prova de revezamento na natação, campeão de vôlei e de futebol de campo, num time em que jogava o falecido Enéias (centroavante da Portuguesa de Desportos). Foi convidado a participar das provas de pentatlo em Recife, mas recusou porque queria sair na primeira baixa para continuar seus estudos.
        Em 1974 Guto entrou para o curso de administração de empresas na Faculdade D. Pedro II. Mas em 1977 a faculdade foi vendida para a São Judas Tadeu e o curso transferido para a Moóca e Guto desistiu dela.
        No Delfim Verde, tinha conhecido Roseli Pereira (Rose), nascida a 8 de março de 1956, e sua irmã Rejane, que jogavam tênis. Eram filhas de Pedro Garcia Pereira e Norma Rostello Pereira; neta paterna de Joaquim Inácio Pereira e Guilhermina Cândida de Jesus, neta materna de Giácomo Baptista Rostello e Benedita Clauss Rostello.
        Joaquim Inácio tinha originariamente o sobrenome Gallenbark e o mudou em razão de ter sido processado por matar um homem. Comprovou-se depois que o havia feito em legítima defesa.
        Guto e Rose se casaram na igreja de Santa Ana, na Bela Vista, São Paulo, no dia 27 de setembro de 1979. Roseli Pereira passou a assinar-se também Dutra Silva.
        Guto deu aulas noturnas de tênis no BANESPA até 1985. Entre 1976 e 1978 foi comprador sênior na Stanley. Demitiu-se para se dedicar às aulas de tênis. Rose dava aulas de ginástica no mesmo clube.
        Em 1985 entrou para a Firestone, em Santo André, onde chegou a supervisor de vendas. Nessa época, com o "burro na sombra" e frequentes almoços de negócios, o Guto passou a ganhar peso até chegar aos atuais 120 kg, tornando-se o mais gordo dos irmãos.
        No ano de 1987 voltou a estudar administração de empresas na Faculdade Paulo Eiró, formando-se em 1990.
        Em 1993 foi dispensado da Firestone e partiu para trabalhar como representante autônomo até maio de 1996. Depois criou sua própria empresa de representação de empresas do ramo alimentício. Atua na área do Vale do Paraíba e capital de São Paulo.
        Pelos anos 1995 ajudou o irmão Tarso no projeto de aulas de natação para cegos. Ainda volta e meia auxilia o irmão nos projetos de divulgação comercial que o Tarso administra.
        Nos anos 80 eles compraram um "trailler". Pedro, pai de Guto, também tinha seu "trailler". Com ele passaram o Natal de 1981 em Camboriú (SC). Ambos "traillers" ficaram por uns meses em um acampamento em Itapecerica da Serra e depois foram para um acampamento em Bertioga, onde costumavam passar os fins de semana. Ainda agora a família do Guto vai constantemente para lá.
        Em 1990 o casal foi fazer um cruzeiro a Buenos Aires. No mesmo ano levaram as filhas a Assunção do Paraguai. Em 1991 o casal foi para Nova York, Washington e Atlantic City. Em 1992 o Guto e um amigo foram conhecer a Califórnia, o Havaí e Las Vegas. Em 93 voltou aos Estados Unidos com três amigos, visitando Miami, Orlando e Nova York. Poucos anos depois o casal esteve passeando em Londres e em parte da Europa. Em 2003 Guto e a filha Tatiana passaram seis meses na Austrália.
        Tiveram:

6.1 Tatiana Dutra Silva, nascida em São Paulo a 9 de setembro de 1980. Jogou vôlei no BANESPA e é modelo artístico, participando de feiras de produtos, exposições e outros eventos do gênero. Em 1997 entrou na Universidade Paulista para cursar Propaganda e Marketing. Esteve estudando inglês em Londres (inglaterra) e na Austrália.
        Ela se casou em Fernando de Noronha em novembro de 2005 com Léo.

6.2 Juliana Dutra Silva, nascida em São Paulo a 5 de outubro de 1982. Estudante secundarista, joga tênis no BANESPA e pratica equitação em Bertioga. Esteve estudando num intercâmbio no estado americano de Oklahoma.

 

5.4 Paulo de Tarso Teixeira Dutra Phenee Silva, nascido em São Paulo no dia 1º de junho de 1957, foi funcionário do Banespa, estudante de Comunicação Social da Faculdade Cásper Líbero e professor de natação para cegos. Casou-se a 17 de setembro de 1983 com (nomes retirados a pedido)
        Bem menor que a trinca de irmãos mais velhos, o caçulinha teve lá seus privilégios. Usava e abusava deles. Uma noite o pai tentava dormir no quarto, enquanto os três mais velhos faziam bagunça e discutiam na sala. Pedro mandou ficarem quietos várias vezes, sem resultado. Bravo, pegou o cinto e foi para a sala. Quando passou pelo quarto onde Tarsinho estava, ele viu o pai e gritou: "Lá vai o cinto ...". Quando Pedro chegou na sala os "anjinhos" estavam sentadinhos, com auréolas e tudo. Em outras eras o próprio Tarso teria entrado na dança.
        Também por ser o menor, não lhe era permitido acompanhar os mais velhos aos bailes e saídas noturnas, mas a mãe, diante de suas pirraças, dava sempre alguma compensação a ele. Esse amparo especial moldou um caráter mais cuca fresca nele, mas também teve seu lado maléfico, criando um clima de impunidade que o levou a experimentar maconha. Foi um período turbulento na vida dele.
        Em 1972 começou a frequentar curso de natação no conjunto esportivo ao lado do Ginásio do Ibirapuera. Lá conheceu o professor David Camargo Machado, um dos melhores do Brasil, que resolveu transformar um grupo de 15 aprendizes em verdadeiros atletas. No inverno de 72 Tarso e o grupo foram para Curitiba, treinar no Clube Israelita, o único que à época tinha piscina aquecida no Brasil.
        Por pressão do pai, Tarso fêz concurso para o Banco do Estado de São Paulo (BANESPA) em 1973. Trabalhou em agência na Av. Paulista e depois no Departamento de Crédito Rural, no centro da cidade.
        Em 1978 entrou para a Fundação Cásper Líbero, onde deixou inconcluso um curso de Relações Públicas.
        Nessa época Tarso era vidrado em surfe e consertava pranchas em casa. A vida burocrática do BANESPA não o seduzia. Contrariando os conselhos do pai, pediu transferência para a agência de Ubatuba em 1982, na expectativa de trabalhar meio período e curtir a praia no resto do dia.
        Bem que o pai dissera. O trabalho na matriz é especializado e você se limita a cumprir sua tarefa, enquanto na agência se trabalha em todas as áreas, num sistema de mutirão constante. Quando o gerente decide, pode haver trabalho noturno ou nos fins de semana.
        Resolveu voltar para São Paulo quando percebeu que seus planos iam fazer água. Casou-se, mas o casamento durou pouco tempo.
        Em 1986, pouco depois da morte do pai, o Tarso decidiu que realmente a vida de bancário não era para ele. Pediu demissão do BANESPA.
        A convite de um amigo, foi passar uns meses na Espanha, tocando música brasileira. Ele não era músico e, como declara, "os europeus devem ser surdos". Partiu em julho de 1988 e aportou em Madri, dali rumando para a Costa del Sol, no sul da península.
        Durante quatro meses tocou berimbau e percussão na vila de Marbella, em festas políticas, clubes noturnos, restaurantes etc. Em uma dessas sessões estavam presentes Bo Derek, Jack Stewart e outros figurões da mídia internacional.
        Sua simpatia lhe valeu o título de Ciudadano Honorifico conferido pela prefeitura de San Pedro de Alcantara, vilarejo próximo a Marbella.
        Na volta, em Camburi, tinha como vizinho o Renato Brandão (Renatinho), uma amigo dos tempos do Pombal (apelido que davam aos prédios do conjunto habitacional dos bancários onde viviam). Renatinho estava já casado com Deise Alba, que tinha uma irmã gêmea de nome Denise Alba Conceição, nascida em São Paulo a 16 de dezembro de 1965, filha de Valdir Conceição e Fé de Alba Escuredo.
        Denise trabalhava para a Folha de São Paulo. É uma pessoa bonita, muito tranquila e bem humorada. A ela o Tarso deve sua recuperação.
        Estão vivendo juntos desde 1989, no apartamento que foi do pai do Tarso e que lhe coube em herança.
        Juntos visitaram Portugal, Espanha, França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Áustria, Suíça, Itália, Mônaco e o Marrocos em 1989. Nela Tarso tocou no metrô de Paris e em outras cidades. A mulher experimentou usar "topless" em praia da Espanha. No Marrocos um beduíno achou a Denise bonita e quis comprá-la. O Tarso primeiro perguntou se ele pagava CIF ou FOB (isto é, com os impostos e seguros incluídos ou não). Depois respondeu que se o preço fosse bom venderia uma outra igualzinha que tinha no Brasil (se referia a Daisy, gêmea de Denise). Voltaram da Europa em novembro de 89.
        Na volta executou um projeto seu de aulas de natação para cegos no IBIS-Instituto Brasileiro de Incentivos Sociais, no bairro do Bom Retiro. Esse projeto, iniciado em 1977, chegou a ter 500 alunos e durou até o início do governo Covas, em São Paulo, quando o Estado o extinguiu. Era um trabalho interessante, visando aumentar a autoconfiança dos deficientes visuais. Várias mães declararam que os filhos ficaram mais dóceis e independentes depois de frequentarem a escola do Tarso. Outras diziam que os filhos ficavam uma fera quando por qualquer motivo não podiam ir às aulas. Mais um dano que a politicalha causou a uma comunidade.
        O casal atualmente trabalha em negócio próprio de produção de eventos culturais para empresas, escolas, hotéis ...
        Fizeram várias viagens pelo país, Argentina e Uruguai. Em maio de 1997 foram visitar a Califórnia e Nova York.
        Pais de:

6.1 Leon Alba Dutra Silva Pheeney, nascido em SãoPaulo a 24 de agosto de 1998.

 

Voltar para início da família Teixeira Pena


Criado e administrado por Marco Polo T. Dutra P. Silva