HISTÓRIA
GERAL
O Primeiros Hominídeos
Introdução
O período Plioceno Inferior (5,3-2,5 milhões de anos atrás) coincide com a fase final da existência da fauna chamada vilafranquiana, de caráter arcaico: bovinos (como o Leptobos etruscus), alguns canídeos (como o canis etruscus) e felinos, o Hippopotamus antiquus, o Dicerorhinus etruscus, o mastodonte (Anancus arvernensis), os elefantes antigos (Archidiskodon meridionalis vestinus e meridionalis), ursos (ursus etruscus), suínos (sus strozzi), equinos (equus stenonis) etc.
Durante o Plioceno Inferior, os antropóides já se apresentavam como pongídeos (Pongidiae) ou hominídeos (Hominidiae). Os primeiro desses gêneros levou aos orangotangos, gorilas e chimpanzés. O segundo deu origem as diversas formas humanas, como os ardipetecos e os australopitecos.
Essas criaturas adotaram um postura bípede mais ou menos permanente. São diversas as explicações para isso. A primeira é a de que no período de 5 a 2,5 milhões de anos atrás mudanças climáticas tornaram progressivamente a África um continente árido. Florestas foram muito lentamente definhando, abrindo áreas de savanas e pastos entre os bosques situados em locais úmidos. Os antropóides se adaptaram a esse ambiente, mas se viram obrigados a percorrer campos abertos à cata de novos bosques quando seu habitat não mais conseguia sustentá-los. A postura bípede permitia ver mais longe quando estavam no chão, evitando seus predadores. Além disso, esta postura liberava os braços para carregar objetos e crias.
Uma outra tese defende que o deslocamento de um bípede consome menos energia que o de um quadrúpede, mesmo quando apenas em velocidade de marcha. Dessa maneira, a postura bípede seria uma estratégia de redução no dispêndio de energia na coleta de alimentos ao se deslocar de um bosque a outro.
Uma terceira razão relaciona a postura à exposição do corpo ao sol na tórrida África. A postura ereta expõe menor área corporal à insolação, ao tempo em que aumenta a área corporal refrescada pela brisa.
Posssivelmente o bipedalismo decorra de uma conjunção desses fatores.
Os primeiros antropóides
Os gêneros mais antigos associados aos humanos modernos são o Orrorin Tugenensis, de cerca de 6 milhões de anos de idade, o Ardipithecus Ramidus Kadabba, vivente entre 5,8 e 5,2 milhões de anos atrás, o e o Ardipitecus Ramidus Ramidus, que viveu há cerca de 4,4 a 4,5 milhões de anos. O primeiro tinha compleição assemelhada à do chimpanzé, mas com características dentárias de hominídeo, mostrando uma dieta rica em fibras e não apenas de frutas e folhas tenras. Eles viviam em árvores e se discute sua capacidade de andar permanentemente como um bípede. O cérebro dessa espécie é mais ou menos igual ao do chimpanzé.
O resfriamento do clima no período Mioceno Final (6 a 5,3 milhões de anos atrás) provavelmente detonou o processo evolutivo dos antropóides em direção aos hominídeos. No período Plioceno Inferior, há 4,5 milhões de anos, no final da Era Terciária, surgiam no sul da África as primeiras formas do gênero australopiteco.
A espécie mais antiga de australopiteco é o Australopitecus Anamensis. A segunda espécie mais antiga hoje conhecida é a do Australopitecus Afarensis, dos quais foram encontrados exemplares no norte do Quênia, na Tanzânia e na Etiópia. Este vivia no leste da África e seus fósseis são datados de 2,9 a 3,9 milhões de anos. O Afarensis deve ter vivido nas florestas e savanas. A exemplo das espécies anteriores, também apresentava capacidade de locomoção nas árvores.
Subindo na escala do tempo, encontramos o Australopithecus Africanus, cujos primeiros exemplares foram encontrados perto de Johannesburgo (África do Sul) em 1924. Ele existiu no período entre 3 e 2,5 milhões de anos atrás. Seu cérebro era bem maior que os das espécies precedentes, de 415 cm3. Por sua compleição mais forte, é também conhecido como austalopiteco robusto.
Os exemplares mais novos de australopitecos têm idade de 1,7 milhões de anos. E até o momento nenhum foi encontrado fora da África, o que se explica por sua incapacidade de manejar o fogo e de fabricar roupas que permitissem a eles enfrentar o frio das regiões setentrionais.
A julgar pelo formato dos dentes e com comprimento do aparelho digestivo, a dieta do australopiteco era basicamente o consumo de sementes, frutas, raízes e capins. O esmalte de seus dentes indicava que jamais comiam carne.
Os australopitecos se valiam de pedras para romper a casca de nozes e de outros frutos, para espantar predadores, concorrentes à comida e ao território. Usavam também gravetos para retirar insetos, larvas e corós das fendas das árvores. Mas não sabiam produzir instrumentos com pedra ou outro qualquer material.
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