GENEALOGIA FLUMINENSE

Região Serrana - Genealogias

RELAÇÃO DE POVOADORES

Lênio Luiz Richa

          Antes da fundação da cidade de Cantagalo já havia um arraial de garimpeiros, com cerca de duzentas casas, chefiado por Manuel Henriques, o Mão de Luva, português, vindo de Minas à frente dos seus homens. Ele e os dez considerados cabeças do grupo foram acusados de facinorosos, presos em 1786, julgados pelo desembargador Tomás Antônio Gonzaga (depois, inconfidente em Minas Gerais) e degredados em 1787 (TC.I.14).

          Segundo a lenda, Mão de Luva seria o Duque de Santo Tirso, em Portugal que, por ter-se enamorado da herdeira do trono, a futura rainha D. Maria I, caiu em desagrado e veio a sofrer cruel perseguição, sendo condenado ao degredo e à miséria no Brasil. Entretanto, pelo exame criterioso dos fatos, à luz dos documentos e dos testemunhos antigos, nada indica que fosse um nobre. Sabe-se que ele residia “no lugar da Igreja Nova do Xopotó”, em Minas, onde tinha família e que foi referido por Eschwege, vinte e cinco anos depois, como "um mulato ativo e atrevido, que já entrou em muitas desordens", sendo que “numa delas perdeu uma das mãos que substituiu por uma luva de couro”. (Cantagalo, da Miragem do Ouro ao Esplendor do Café, de Clélio Erthal, fls. 39).

          Quando foi preso, em 1786, foi classificado como sendo branco, tinha mulher, filhos, os escravos Felipe, Domingos, João Craveiro e Félix (este comprado do padre Felisberto José Machado), “um pardo forro contratado para trabalhar” e, pelo menos, o enteado Manuel da Costa, filho da sua mulher. (O Tesouro de Cantagalo, de Sebastião A. B. de Carvalho, fls. 53, 57, 66 e 69).
          Também desta época eram:


2. Terras distribuídas em 21 de julho de 1787

2.1 Por escolha: (TC.I.19)

2.2 - Por sorteio (lotes de 30 braças em quadra) (TC.I.20)


2.3 - Outras terras

          No mês seguinte foram distribuídas mais 50 datas no córrego Cantagalo, iniciando do lugar em que o mesmo encontra o Rio Negro, todas de 900 braças quadradas (4.356 metros), cinco delas, por escolha, para as mesmas autoridades que escolheram acima. Das restantes 45, Ferreira Dias menciona apenas parte dos nomes daqueles que receberam terras ou que vieram mais no início da colonização: (TC.I.33/34 e 56 e O Tesouro de Cantagalo, de Sebastião A. B. de Carvalho).


3. Outros moradores de Cantagalo

          Alguns dos primeiros povoadores poderiam estar, ainda, entre os cidadãos abaixo, citados como participantes de eventos diversos no Município, nas primeiras décadas da sua fundação (outros são citados pela importância que tiveram em suas épocas):

 

Retornar para os Povoadores da Região Serrana


Criado e administrado por Marco Polo T. Dutra P. Silva