Consta que teria sido erguida no atual município de Serra uma capela a São João Batista em 1584, a pedido do padre Brás Lourenço. Ela teria sido ereta para dar assistência espiritual aos índios da tribo de Araribóia.
Em uma carta assinada em 27 de julho de 1565, o padre Pedro da Costa afirma estar na aldeia de São João e de ter sido "encarregando-me mais de umas duas ou tres aldêas que estão légua e meia ou quasi duas da de S. João, pera que as visitasse cada semana, fazendo-lhes a doutrina e bautisando os que estivessem em necessidade".
No restante da carta, o padre narra que ali já viviam cerca de 400 indígenas batizados, mas encontrava dificuldades por causa das epidemias, como a de varíola, e também por causa de grupos de indígenas que não seguiam as regras cristãs estabelecidas pelos padres jesuítas.
Acredita-se que tenha sido ali na igreja que o padre jesuíta e santo católico José de Anchieta realizou um de seus milagres. Contam relatos da época que Anchieta estava na aldeia quando fez um menino falar, como foi narrado pelo padre Simão de Vasconcelos:
Faziam-se festas em uma aldeia de São João, no orago dela, e entre aplausos, festivais corriam os cavaleiros a um pato, segundo costume, à competência de que o mais destro o levava. Levantou-se questão porfiada entre os cavaleiros, ao qual com mais rezam pertencia o pato, e não acabavam de resolver-se. Achava-se à festa José, quiseram todos que fosse ele o juiz da contenda, aceitou a judiciatura com sua boa graça, e porque parecesse desinteressado, chamou junto a si um menino de cinco anos de idade, mudo de seu nascimento, e por tal conhecido de todos, e pôs em seu alvedrio a sentença definitiva do caso, ficaram suspensos os cavaleiros, vieram todos na eleição, e quando admirados notavam o sucesso, ouviram a voz do menino, que clara e inteligivelmente pronunciou as palavras seguintes: o pato é meu, a mim se me há de dar para que o leve a minha mãe. Não houve em todas aquelas festas espetáculo mais festival, tiveram os pretendentes a resolução por de Deus, clamaram a virtude de seu servo José, e foi-se o menino com o pato, e fala para casa.
Com o tempo, a igreja foi abandonada.
No mesmo distrito de Carapina, município de Serra, uma capela particular a São João Batista foi construída em 1746 pelo padre Manuel da Rocha Pimentel.
Ela foi elevada a sede de freguesia pela Lei n° 5, de 16 de dezembro de 1837.
Entre 1844 e 1846, não havia vigário na paróquia por falta de igreja, sugerindo que o edifício ainda não havia sido entregue para os serviços religiosos. Em 1880, quando o bispo passou por lá, viu apenas umas casas dispersas. E não viu a igreja matriz porque ficava fora da linha da estrada (jornal O Apóstolo)
Freguesia de São José do Queimado pelo oeste, a de N. Sra. da Conceição de Serra pelo leste.
Nome | Função | Período | |
---|---|---|---|
CAPELÃES | |||
VIGÁRIOS | |||
João Luís da Fraga Loureiro, padre-mestre | 1848 | ||
(...), missionário (1) | 1850 | ||
(vago) | 1854 | ||
Francisco Antunes de Siqueira | 1855-1856 | ||
Ovídio Goulart de Souza | 1856-1857 | ||
Antônio Martins de Castro | colado | 1857-1868 | |
Mieceslau Ferreira Lopes Wanzeller (2) | encarregado | 1880 | |
José Gomes de Azambuja Meireles, cônego (2) | encarregado | 1880-1887 | |
Eurípedes Calmon Nogueira da Gama Pedrinha, monsenhor | encarregado | 1890-1898 | |
Manuel Rodrigues Bermudes de Oliveira, cônego (3) | 1898-1895 | ||
Eurípedes Calmon Nogueira da Gama Pedrinha, monsenhor (2) | encarregado | 1895 | |
Agostinho Martelli | 1899-1900 |
(1) Renunciou ao posto;
(2) Vigário de N. Sra. da Vitória;
(3) Alguns dos assentos eram assinados pelo padre José Blanco González;
Voltar para Fontes Primárias
Criado e administrado por Marco Polo T. Dutra P. Silva
® Site registrado na Biblioteca Nacional desde 2003. A reprodução de partes de artigo é permitida desde que informado o título dele, seu autor e o endereço da página web correspondente.