Na Ilha Grande foi ereta a primeira igreja da paróquia de Angra dos Reis, criada pela Carta Régia de 3 de setembro de 1593 e dedicada aos Reis Magos. Era uma modesta capelinha de taipa.
Contam que o primeiro vigário era rigoroso contra os costumes dos seus paroquianos, muitos deles mamelucos e que guardavam antigos modos de vida, em desacordo com a doutrina cristã. Numa ocasião, o padre foi atraído a uma ilha, com o pretexto de dar o Viático a um moribundo. No meio da viagem, os nautas amarraram uma pedra ao pescoço do sacerdote e lançaram-no ao mar.
Após o incidente em que foi assassinado o vigário, o prelado do Rio de Janeiro recusou-se a nomear novo pároco para aquela igreja. Desejando ter assistência religiosa, a população da localidade transferiu-se ao outro lado da baía, próximo à capela dos carmelitas, que passou a funcionar também como sede da paróquia.
Envolta em lendas, dizem que a igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição surgiu quando uma embarcação contendo a imagem de Nossa Senhora da Conceição a caminho de São Paulo precisou invernar em Angra. Segue a lenda que a tempestade só amainou quando desistiram de carregar a imagem da santa e perceberam que era vontade desta ficar no local.
Em 1624, a Câmara Municipal decidiu-se pela construção de uma igreja matriz própria. Após adquirir um terreno e financiamento, as obras começaram a 25 de fevereiro de 1625. Os trabalhos foram lentos e, em 1632, a sede da paróquia foi transferida da igreja do Carmo para a igreja de Santa Luzia, que passou a funcionar como matriz provisória.
Várias vezes a vila pediu apoio financeiro à metrópole para as obras da matriz, e em 1704 a coroa enviou duzentos mil réis como ajuda. Mesmo assim, a igreja matriz foi inaugurada apenas a 4 de fevereiro de 1750.
A partir de 1906, a igreja passou a ser administrada por frades carmelitas e muitos dos vigários de N. Sra. da Conceição eram também vigários de Santa Ana, na mesma ilha, assim como de N. Sra. do Rosário de Mambucaba.
Sem informação
Nome | Função | Período | |
---|---|---|---|
CAPELÃES | |||
(desconhecidos) | |||
VIGÁRIOS | |||
Antônio Dias | a.1688-d.1710 | ||
Luís Nogueira Travassos | a.1724-1745 | ||
Gaspar Fernandes | 1746-1749 | ||
José de Souza Barreto | 1749 | ||
Manuel Antunes Proença | 1750-1784 | ||
João Martins Garcia | 1784-1785 | ||
Antônio Teixeira de Souza | 1785-1787 | ||
Frutuoso Gomes Freire | 1787-1794 | ||
João Martins Garcia | encomendado | 1795-1796 | |
Frutuoso Gomes Freire (1) | 1796-1798 | ||
Antônio José de Lemos (2) | pro paroco | 1801 | |
Manuel José de (Azevedo?) | 1803 | ||
Antônio José de Lemos (3) | 1804 | ||
José Esteves Moreira (4) | colado | 1805-1812 | |
Antônio José de Lemos | pro paroco | 1813 | |
José Teixeira da Cunha Lousada | encomendado e depois pro paroco | 1813-1815 | |
Joaquim Leandro de Souza | 1815 | ||
Agostinho Marques de Gouveia (5) | colado | 1815-1824 | |
Manuel Esteves da Nóbrega | encomendado | 1825-1835 | |
José de São Boaventura Souza (6) | 1835-1844 | ||
Manuel Esteves da Nóbrega | colado | 1844-1845 | |
José de São Boaventura Souza | pro paroco | 1846 | |
Manuel Maria Cabral Osório (7) | colado | 1846-1849 | |
Joaquim José Martins Zimblão (8) | encomendado | 1849-1850 | |
Patrício Muniz, dr. | 1852-1856 | ||
Manuel Olavo de Souza | encomendado | 1860 | |
João Onofre de Souza Breves (9) | encomendado e depois colado | 1863-1864 | |
Joaquim Eugênio de Souza Breves | encomendado e depois colado | 1864-1874 | |
Diniz Manuel Bitencourt | pro paroco | 1874-1878 | |
Manuel Rodrigues Pereira | encomendado | 1879-1881 | |
Manuel Olavo de Souza | pro paroco e depois vigário | 1881-1886 | |
João dos Santos Reis | interino e depois titular | 1886-1901 | |
Ambrósio Amâncio de Souza Coutinho | 1901 | ||
André Maria Prat Lacrest | pro paroco | 1901-1902 | |
Miguel Sonni | 1902-1905 | ||
Atanásio van (Rÿnvÿek?), dr. | 1905-1906 | ||
Serapião de Lange, frei | 1906-1909 | ||
Afonso van der Berg | 1910-1911 | ||
Wildebrando van Eÿk, frei | 1911-1915 | ||
Brocardo de Vliegen (?), frei | 1916-1919 | ||
Canísio Mulderman, frei | 1919-1920 | ||
Sebastião Boerkamp, frei | 1920-1927 | ||
Rafael Willens, frei | 1927-1928 | ||
Antônio Wessing, frei | 1928-d.1932 |
(1) Muitos dos assentos foram assinados pelos coadjutores José Esteves Moreira no ano de 1798 e Eugênio Martins da Cunha até 1801;
(2) Muitos dos assentos em 1802 foram assinados pelo coadjutor Antônio Jorge da Costa;
(3) Não se assinava como vigário e muitos assentos assinados pelo coadjutor Francisco Gonçalves da (França?) Santos em 1805;
(4) Muitos assentos assinados pelo coadjutor Luís Caetano Gomes e Inácio José Justiniano entre 1809 e 1811. E pelo coadjutor José Teixeira da Cunha Lousada em 1812 e 1813;
(5) A partir de 1824, muitos assentos asssinados pelo coadjutor Manuel Esteves da Nóbrega, futuro vigário;
(6) Assinava como pro paroco (1845) e depois como vigário coadjutor;
(7) Diversos assentos foram assinados pelos coadjutores João Manuel Alves Ribas em 1843 e em 1851 e outros pelo coadjutor Manuel Olavo de Souza;
(8) Muitos dos assentos assinados pelo coadjutor Manuel Olavo de Souza em 1852;
(9) O padre Joaquim Eugênio de Souza Breves era pro paroco em 1864. Em 1865 era pro paroco o padre Diniz Manuel Bitencourt, que assinou diversos assentos;
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