A região ao norte da baía de Guanabara estava sob jurisdição da matriz de N. Sra. da Candelária, no Rio de Janeiro.
Em 1567 foram concedidas a Miguel de Moura "nove mil braças de terra de largo, ficando ao meio delas o rio Macacu, e doze mil para o sertão de ambas as partes do mesmo rio", o qual as doa aos padres jesuítas que, por sua vez, vendem parte delas Manoel Fernandes Ozouro e sua mulher Isabel Martins. Estes fizeram construir, em 1612, entre os rios Caceribu e Aguapeí-Açu, uma capela dedicada a Santo Antônio, com o beneplácito do prelado Alborim.
No sertões de Itambi e Tapacorá, no século XVII, foram criados 3 curatos: (a) “Capela dos Povos” ou “Capela do Rio abaixo do Rio das Pedras”, construída antes de 1601, perto da foz do Rio Macacu, onde ficava o cruzeiro do adro da igreja de São Barnabé (hoje Vila Nova de Itambi); (b) Nossa Senhora da Conceição, no Iguá, em 1627 (hoje Venda das Pedras); (c) esta Santo Antônio de Caceribu ou de Macacu, por escritura de 11 de agosto 1628 (hoje Sítio Arqueológico da Vila de Santo Antônio de Sá).
Em 1628, seu proprietário doou 350 braças de terras para que a capela de Santo Antônio, quando ela foi elevada a curato. Posteriormente, acresceu ao patrimônio da igreja outras 100 braças de terras.
Mas só em 1640, ali começaram a realizarem-se atos paroquiais. Em 30 de dezembro de 1644, o prelado Loureiro desmembrou o território da freguesia da Candelária e criou a freguesia de Santo Antônio do Caceribu, para todo o distrito de Macacu, do rio Magé para a vila de Santo Antônio. O rei confirmou a nova paróquia em alvará régio de 10 de fevereiro de 1647.
Em 1697, ordem real mandou a Fazenda e o povo dividirem as despesas para levantar de novo a igreja, já bastante danificada.
Com a ruína da segunda edificação, começaram em 1704 os trabalhos de construção de uma nova igreja e da torre (a única parte da igreja que ainda resta), trabalho concluído em 1768.
Em 1649, os franciscanos resolvem erigir na vila de Macacu um convento sob a denominação de São Boaventura, cedendo às instâncias do padre Bartolomeu Simão Pereira, primeiro vigário de Macacu. De 1660 a 1670, eles passaram construindo seu convento em terras que lhes foram doadas pelo capitão João Gomes Sardinha, bem em frente à igreja matriz de Santo Antônio de Sá. O convento foi um dos mais importantes da época, abrigando cerca de 30 frades, com noviciado, seminário de gramática, além da ordem terceira, com capela própria. Em 1784, todo o convento foi reconstruído.
Em 1644, o prelado de São Sebastião do Rio de Janeiro, Pe. Antônio de Marins Loureiro cria de forma provisória a paróquia de Santo Antônio de Caceribu, desmembrando o território de Tapacorá e Macacu, da freguesia de Nossa Senhora da Candelária. A paróquia de Santo Antônio Caceribu foi confirmada por alvará de 10 de fevereiro de 1647.
Os anos de 1828 e 1829 foram fatais para toda a região de Macacu, determinando a transferência da paróquia para a igreja matriz da Paróquia da Santíssima Trindade e o abandono do convento, diante da desolação que a malária espalhou por toda a parte. As "febres de Macacu", como eram então denominadas, acabaram, de vez com tudo e hoje da antiga e prestigiosa vila só restam, cenário bucólico de pastagens de animais, o frontispício do imponente convento, todo trabalhado em cantaria e a torre solitária da velha matriz.
Em 1794, a freguesia dividia-se com a do Santíssimo Sacramento de Cantagalo (acompanhando a serra), com a de N. Sra. do Desterro de Itambi (pelo rio Caceribu), com a de São João Batista de Itaboraí (pelo mesmo rio) e com a de Aguapeí-mirim.
Nome | Função | Período | |
---|---|---|---|
CAPELÃES | |||
Bartolomeu Simões Pereira | 1640-1647 | ||
VIGÁRIOS | |||
Bartolomeu Simões Pereira | encomendado e depois colado | 1647-1657 | |
Simão Rodrigues Pereira | encomendado | 1657-1652 | |
Bartolomeu Simões Pereira | colado | 1652-1661 | |
Simão Rodrigues Pereira | encomendado | 1661-1680 | |
Antônio de Sampaio | encomendado | 1680-1682 | |
Luís Gago Machado | encomendado (já confirmado em 1705) | 1682-1709 | |
Francisco da Silva Ascoli | encomendado | 1709-1710 | |
Ventura de Alvarenga Mariz | encomendado (já confirmado em 1717) | 1713-1720 | |
João Gomes da Silva | encomendado | 1722-1724 | |
Miguel Antônio Ascoli (1) | colado | 1724-1728 | |
Manuel Tavares Pereira, bacharel | encomendado | 1728 | |
Miguel Antônio Ascoli | 1729-1743 | ||
Gaspar Antunes de Souza | encomendado | 1743-1744 | |
Antônio Vaz Pereira | encomendado | 1744-1746 | |
José Pereira Távora (2) | colado | 1748-1781 | |
Bartolomeu Martins da Mota | encomendado | 1781 | |
Manuel José da Silva | colado | 1782-1793 | |
Ângelo José Ferreira | encomendado | 1793 | |
Francisco Ferreira de Azevedo | encomendado e depois colado | 1793-1809 | |
Manuel Pinto dos Reis | 1826-1829 |
(1) Assinava como vigário colado em 1730 e em 1733;
(2) Ele assinava como TÁVORA e depois passou a assinar-se BRAVO. Em 1760, assinou José Pereira ROSA. Em 1780, ele se afastou das funções, que foram assumidas pelo coadjutor Inácio José de Oliveira até o vigário reassumir;
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