Na região viviam os índios puris. Vez por outra, bandeiras cruzavam o território, entre eles a do coronel Simão da Cunha Gago, residente em Aiuruoca, e que obteve autorização para procurar em 1744 ouro e pedras preciosas às margens do rio Paraíba, onde é hoje o município de Resende.
Na tropa do coronel estava o padre Felipe Teixeira Pinto, que convenceu o coronel a erguer uma igreja onde ele pudesse rezar missas e ministrar os sacramentos. Escolhida uma vasta campina às margens do rio Paraíba foi ereta uma capela a N. Sra. da Conceição (segundo alguns, pelos anos 1729 ou 1730) no Timburá, em terras parte ocupadas por lavradores e parte por índios.
Ela foi feita curada pelo bispo D. Guadalupe e foi dada provisão em 12 de maio de 1747 para uso de altar portátil.
Outra capela foi fundada à mesma Virgem, só que aquém do rio, no alto de um morro, feita de pedras e barro, com seis metros e dezesseis centímetros de fundo e quatro metros e quarenta centímetros de largura, tamanho que foi aumentado para mais cinco metros e meio de comprimento, com paredes de pau-a-pique, em 1795 ou 1796, por influência do Vigário Antônio de Mattos Nóbrega de Andrade e com a ajuda dos fregueses (moradores da freguesia).
Provisão do Rio de Janeiro cessou o uso da primeira igreja e nomeou esta para a sede paroquial pelo alvará de 2 de janeiro de 1756 com natureza colativa.
Com o tempo, novas obras ampliaram a edificação.
Em fins do século XVIII, pela enorme extensão da freguesia, seu vigário se ocupava de atender desde o rio Barra Mansa, Paraíba acima, até Santa Ana das Areias (SP), enquanto o coadjutor atendia dali até o rio Piraí.
Em 1812, foram lançados os primeiros alicerces da igreja matriz, “um templo não somente para o povo de então, como para as gerações futuras”, como diziam à época. A comissão administrativa era formada pelo vigário José Antônio Martins de Sá, Manuel Antônio da Silva Guimarães e do Comendador Bento de Azevedo Maia. A direção geral da obra ficou a cargo do capitão Inácio de Seixas Ribeiro. Houve divergência sobre o local da construção: uns desejavam o Campo do Manejo, outros o Morro dos Passos. Por fim, estabeleceu-se que seria construída nas terras doadas de Antônio Corrêa da Fonseca, doação esta feita em 27 de outubro de 1749.
A igreja tinha 50,70m de comprimento sobre a largura exterior de 21,52m. Suas paredes eram de taipa. Possuía seis altares laterais: N. Sra. das Dores, doada por D. Francisca Pereira da Conceição; N. Sra. da Glória, doada por D. Maria Soares Lousada; São José com o respectivo altar, doados por Inácio Ferreira Pinto; Santo Antônio, doado pelo Comendador Joaquim José Martins; São Miguel, doado por Manuel Gomes de Carvalho, depois Barão do Amparo; e a imagem de São Sebastião, oriunda da antiga capela. As doações de vários devotos contribuíram para o douramentos dos altares. Na sacristia, ficavam, por falta de espaço, três grandes imagens que representavam a Sagrada Família.
Em 1874, ocorreu outro incêndio: uma faísca elétrica atingiu a torre da ala direita. A centelha ziguezagueou pelo templo, chegou ao altar-mor, onde estava o andor de Nossa Senhora ornamentado com flores de papel, mas contornou-o sem danificar a ornamentação.
Ao sul com Santa Ana das Areias (SP) rio Paraíba acima, no lugar chamado de Serrote ou Fortaleza. Ao norte, dividia-se com a freguesia de N. Sra. da Conceição de Aiuruoca (MG) pelo rio Paraibuna. A leste, confrontava com São João Marcos e Santa Ana do Piraí (antes pertencente à Sacra Família de Tinguá).
Nome | Função | Período | |
---|---|---|---|
CAPELÃES | |||
Felipe Teixeira Pinto | 1748 | ||
VIGÁRIOS | |||
Antônio Francisco de Bitencourt, bacharel (1) | colado | ||
Felipe Teixeira Pinto | encomendado | 1759-1765 | |
Henrique José de Carvalho Queiróz (2) | colado | 1767-1789 | |
José de Queiróz Mascarenhas | encomendado | 1795 | |
Antônio de Matos Nóbrega de Andrade | encomendado | 1795-1808 | |
José Antônio Martins de Sá | colado | 1808-d.1812 | |
Manuel da Fonseca Melo | a.1846-1848 | ||
Inácio Ferreira Franco | 1849-1853 | ||
José Júlio de Araújo Viana | 1854-1858 | ||
Felipe José Correia de Melo, cônego | colado | 1859-1870 | |
João da Mata Tarlé | encomendado | 1875-1890 | |
Miguel Calmon de Aragão Bulcão, cônego | 1892-1909 |
(1) Não se colou por ter obtido a paróquia de N. Sra. do Loreto e Santo Antônio de Jacarepaguá.
(2) Mons. Pizarro conta que se ocupava mais de outros assuntos que não os paroquiais, que ficava a cargo do coadjutor. Os assentos nos livros eram cheios de defeitos.
Fontes
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