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GENEALOGIA BRASILEIRA

Fontes Primárias - Rio de Janeiro - História de Paróquias

Freguesia de São Salvador do Mundo

Histórico

 

Uma capela a São Salvador teria sido ereta em 1616 na paragem de Guaratiba, termo da cidade do Rio de Janeiro.

Já existia em outubro de 1676 uma capela curada dedicada a São Salvador em Guaratiba, criada por determinação do prelado Silveira junto à barra do porto local. Por ter sido abandonada, por volta de 1690 a pia batismal foi transferida para a capela de Santo Antônio da Bica, administrada pela viúva d. Isabel Coutinho. Ela reparou a antiga capela e pediu a transferência da curadoria de volta a São Salvador. Em setembro de 1696, a pia batismal voltou a São Salvador, ouvido o capelão curado Luís de Seixas.

Em visita pastoral feita em outubro seguinte, foi determinado à viúva e herdeiros que aperfeiçoassem o prédio, senão a curadoria voltaria a Santo Antônio. Antônio de Sá Barbosa, filho da viúva e testamenteiro de seu pai, aceitou o encargo.

Em 1730, novamente por fraqueza da reedificação, foi outra vez a pia mudada, agora para a capela de N. Sra. da Saúde, onde ficou até inícios de 1743 porque os proprietários não se animavam a dar um só pedaço de terras à Igreja para uso da matriz da freguesia. Dali, passou para a capela de N. Sra. da Conceição, na barra de Guaratiba.

A capela era muito pequena para o assomo de fiéis e o bispo ordenou o início das obras de reerguimento da antiga igreja matriz, por ser terreno já pertencente à Igreja. Curiosamente, o mons. Pizarro em suas "Visitas Pastorais ...", diz que a nova matriz foi construída  no local da capela de N. Sra. da Conceição.

Em 1750 se concluiu a capela mor dela e em 12 de janeiro de 1755, ela foi elevada à categoria de paróquia por alvará. Interessantemente, batismos constantes de livros paroquiais de 1752 já afirmam ser ela uma paroquial e ter vigário.

Em 1773, o capitão Francisco Pais Ferreira e sua esposa Beatriz de Sá doaram à Igreja sua capela particular, junto com um terreno de 40 braças de comprido e 20 braças de largura, ambos em sua fazenda do Engenho de Fora. Ali foi instalada a sede paroquial.

 

Limites

 

Dividia-se ao norte com N. Sra. do Desterro de Campo Grande, a leste com N. Sra. do Loreto e Santo Antônio de Jacarepaguá e a oeste com São Francisco Xavier de Itaguaí.

 

Capelas

 

  • Santo Antônio, na fazenda da Bica. Ereta antes de 1681, possivelmente por Belchior da Fonseca Dória, que ali quis ser enterras. Recebeu por uns anos a cura da capela de São Salvador. Em 1743 achava-se em ruínas, apenas restando-lhe os alicerces. Foi reerguida pelo capitão Francisco de Macedo Freire em 1791;
  • São Francisco de Paula, no engenho de Magarça. Foi edificada por Francisco Álvares de Barros, com provisão de 31 de julho de 1760. O engenho foi de Manuel Martins Magarça e sua mulher Maria Simões de Brum. Vendido pela viúva ao capitão Domingos Álvares de Barros, ele fundou a capela, que foi benta em 1760. O engenho, com a capela, passou à propriedade do capitão Francisco Caetano de Oliveira Braga, que nela fez obras em 1780 e em 1790, quando teve faculdade de usar pia batismal, concedida pelo visitador Manuel Henrique Mayrink;
  • Santa Ana, na fazenda da Pedra, dos religiosos carmelitas. Foi ereta pelos anos 1750 a mando do padre mestre provincial frei F. Quintanilha. Renovada em 1810;
  • N. Sra. da Saúde. Ereta em 1722, por provisão do padre Gaspar Ribeiro Pereira, provisor do bispado. Serviu de igreja matriz entre 1730 e 1743;
  • N. Sra. da Conceição. Construída por Luís Vieira de Mendanha antes de 1681. Belchior da Fonseca Dória, falecido em 19 de outubro de 1681, ordenou em seu testamento que se dissessem missas em sua intenção nesta capela. Ela serviu de matriz da freguesia entre 1743 e 1750;
  • N. Sra. do Desterro, na Pedra. Fundada por Jerônimo Veloso Cubas e sua mulher Beatriz Álvares Gago antes de 1629;
  • da Real Fazenda de Santa Cruz

 

Oratórios

 

  • de Baltazar Rangel de Souza Coutinho, no Saco;
  • de d. Francisca Vitória Lucena de Carvalho. O filho dela, Estolano José de Sá, pediu sua desativação, mas um pouco mais tarde renovou seu uso;
  • de André Luís de Guimarães, na fazenda dos beneditinos. Estava desativada em fins do século XVIII;
  • do juiz de órfãos de Guaratiba;

 

Conventos

 

  • dos Carmelitas, na fazenda da Pedra, anteriormente mencionada;

 

Capelães e Párocos

 

Nome Função Período
CAPELÃES

(desconhecidos)

  (...)-1689
José Rodrigues Pinto   1689-1690
André Pinto Ribeiro   1690-1691
Domingos de Santa Maria, frei   1691
Bento da Silva, frei   1692
Miguel de Noronha da Câmara    
Luís de Seixas   (...)-1697
Antônio Metela Velho   (...)-1700
Gregório Pinto Correia   1702
Mamede Álvares Alvarenga   1703-1711
Cosme Aranha Rebelo   1714-1728
Manuel Rodrigues de Carvalho   (...)-1729
Domingos de Almeida   (...)-1731
Pedro de Souza Homem   1737-1740
João Vieira de Araújo   (...)-1741
Domingos dos Santos Ferreira   (...)-1745
João de Cerqueira Pereira   1752-1755
VIGÁRIOS
José de Oliveira (1) encomendado 1755-1756
Eusébio de Matos Henriques encomendado 1762-1763
Manuel Joaquim da Silva encomendado 1763-1768
Amador dos Santos encomendado 1768-1769
Luís Gomes da Silva (2) encomendado 1769-1777
Brás Luís de Pina encomendado 1778-1780
Inácio Martins de Cerqueira encomendado 1780-1786
Miguel de Azevedo Santos encomendado 1786
Fernando Luís Pinto Vieira colado 1786-1798
João Batista do Amaral   1843-1859
Alexandre Francisco Servelon Verdeixa   1859-1860
Rufino Augusto Lomelino de Carvalho   1860-1890
Vítor Leonardo de Soledade, monsenhor   1891-1896
Pascoal M. Quercia (3) vigário encarregado 1896-1903
Ângelo Passarelli (4)   1903-1904
José Morinelli   1904-1906
Florêncio Dubois vigário encarregado 1906
Carlos Maria Rossini   1906-1909
Constâncio Lokkeis, frei   1909-1917
Jaime Sabba Battistoni   1917-1918
Julião Cantuer   1918-1921
Pedro Storms   1921-1922
Felício Magaldi, dr.   1922-1925
Manuel Rodrigues Santa Rosa   1925-d.1928

(1) Trocou em 1756 a vigararia com o padre Antônio de Almeida e Silva, vigário de Magé. Arrependido, este não assumiu o posto em Guaratiba;

(2) Entre 1772 e 1777, o coadjutor Antônio Rego (Câmara??) Coutinho (Br...) assinou os assentos paroquiais. Em 1779, ele voltou a assinar os termos até 1884;

(3) Acumulando com a função de cura do curato de Santa Cruz;

(4) O padre José Morinelli ficou por um largo tempo encarregado da freguesia como vigário interino;

 

Fontes

 

  • Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, O Rio de Janeiro nas Visitas Pastorais de Monsenhor Pizarro - Inventário da Arte Sacra, vol. I, p. 101 e ss.
  • ARAÚJO, monsenhor José de Souza de Azevedo Pizarro, Memórias Históricas do Rio de Janeiro e das Provincias Annexas à Jurisdicção do Vice-Rei do Estado do Brasil, dedicadas a El-Rei Nosso Senhor D. João VI, Impressão Régia, Rio de Janeiro, 1820, vol. III, pp. 240 e ss.;
  • LAEMMERT, Eduardo von, Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial da Corte e Província do Rio de Janeiro, anos 1846 a 1889, Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro, 1994;
  • Arquivo da Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro, livros paroquiais;
  • Arquivo da Cúria Metropolitana de Niterói, livros paroquiais;

 

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