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GENEALOGIA BRASILEIRA

Genealogias - Minas Gerais - Região Sudeste

FERNANDES FURTADO DE MENDONÇA

Marco Polo T. Dutra P. Silva

O coronel Salvador Fernandes Furtado de Mendonça nasceu em Taubaté e foi filho do cap. Manuel Fernandes Edras e Marquesa Cubas (SL, vol V, tit. ALVARENGAS, p. 432).
          Ele foi casado com Maria Cardoso de Siqueira, filha de Antônio Cardoso e Maria Rodrigues de Siqueira.
          O casal morou muitos anos em Taubaté.
          Pelos anos 1687, ele e seu cunhado Francisco Pedroso bandeiraram pelos sertões dos Caetés. Em 1694, com Manuel Garcia Velho, estiveram na Casa da Casca, pelas bandas do rio Doce, preando índios.
          Tendo encontrado por acaso a bandeira de Bartolomeu Bueno de Siqueira, recebeu dela amostras de ouro, que levou a Taubaté para Carlos Pedroso da Silveira, que as levou ao governador, no Rio de Janeiro.
          Ele esteve outras vezes nas Minas Gerais, prospectando ouro no ribeirão do Carmo, em Ouro Preto e redondezas. Estabeleceu-se em Minas em 1703, tendo recebido em 1711 sesmaria no Morro Grande, para os lados do Bromado (CF, MENDONÇA, Salvador Fernandes Furtado de).
          O coronel, homem bastante rico, tinha vida trivial, bem adaptado à sociedade de onde morava, pacífico e morreu tranquilamente em sua cama. Sua única excentricidade foram seus livros, segundo os cronistas, como as Ordenações do Reino, que tinha encadernadas, em pastas com frisos de ouro; o Repertório das Minas; uma História Social em seis volumes e mais 27 livros de muitos autores encadernados em pergaminho. Tinha louça de porcelana, talheres de prata e copos de vidro e prata, o que era verdadeiramente raro (Wikipedia, verbete Salvador Fernandes Furtado de Mendonça).
          Os antigos livros sobre Minas Gerais dizem que «montava cavalo alazão arreado com sela de pele de onça, coxim de marroquim, xaréu e bolsão de veludo verde bordado a retrós amarelo; freio de prata nas ocasiões solenes para vir à missa do arraial ou andar na vila, onde muitas vezes foi nomeado juiz ordinário. Nos coldres, carregava seu par de pistolas de canos de bronze e aparelhadas de prata. Nas festas trajava-se com esmero, calças de limites e meias de seda, véstia de veludo, chapéu de três quinas finíssimo, todo de preto, a lhe luzirem nas meias e sapatos fivelas de ouro e pedras; apoiava-se no bastão encastoado de prata. Tinha mais dois outros fatos e um capote de camelão vermelho, além de outras peças interiores. No trem bélico, 14 armas de fogo, algumas aparelhadas de prata, catanas e lanças, o que não era demais, pois índios e negros enchiam de sobressalto as Fazendas e povoados, como na 1712 e noutra em 1719.» Dizem também os antigos cronistas: «Os quilombos se explicavam, negros fugiam em grande número, a sorte é que pretos e índios eram inimigos entre si.».
          Em 1724, o coronel foi eleito Provedor do Sacramento, para fazer a Semana Santa de 1725 que foi solenissima. Domingos Pais de Barros, seu parente, anos antes instituíra a solenidade, organizando orquestra que lhe dera grande dificuldade, sendo a música arte de escravos; se um escravo valia 180 oitavas, um negro trombeteiro alcançava de 500 a 1.000! Por termo de 15 de outubro de 1724 os oficiais nomeados da Irmandade se comprometeram a doar 1.403 oitavas para a celebração da Semana Santa, e o coronel assinou as 500 que lhe competiam; no mesmo dia se assinou a autorização de compra de ornamentos, devendo-se a importância pagar pro rata.
          Morava então em sua fazenda do Rio do Peixe, caminho do Gama, cujo âmbito abrangia as Cachoeiras de Lavras Velhas, pois por carta de sesmaria de 3 de março de 1718 o governador D. Pedro de Almeida Portugal, conde de Assumar, confirmou a posse do coronel nos três sítios que fundou no Rio do Peixe, onde morava com mulher, filhos e genros. Por se estabelecer ali um grande engenho de cana, o sítio do Morro Grande adquiriu e guarda ainda o nome de Engenho Pequeno. Havia ali também uma mineração de roda (inventada em 1710 pelo Padre Bonino) no ribeirão de São Caetano. Tinha outras terras e propriedades na Bela Vista.
          Em seu testamento, ele escreveu: "Declaro que Andreza de Castilhos, mulher parda que tem assistido comigo há muitos anos de quem tive três filhas, é forra por três sentenças e por uma carta de alforria que lhe passou o Exmo. Sr. Governador D. Lourenço de Almeida em nome de Sua Majestade, a quem Deus guarde, por ser esta mulher por uma parte descendente do gentio da terra, e eu ter dado a Antônio Delgado d Oliveira, como administrador das ditas, 680 oitavas de 320 mil réis, que fazem 217$600 réis.". O coronel recomendou ainda a seus testamenteiros defender essa liberdade e a sustentassem a todo transe, gastando quanto fosse necessário contra qualquer demanda, à custa de sua fazenda. Escreveu também: "Declaro que a dita Andreza de Castilhos é filha de homem branco e de mulher neófita.". Da liberdade de Andreza dependia, pois, a das filhas do coronel.
          Ele morreu no dia 21 de julho de 1725, tendo sido enterrado na matriz de São Caetano. O inventário de bens dele teve início na vila do Carmo em 1725 (LA1, 2º Ofício, maço 138, nº 2800). Ela morreu em 9 de março de 1726 e o inventário de seus bens iniciou em 1726 no mesmo lugar (LA1, 1º Ofício, maço 18, nº 528).
          Pais de:

1.1 Antônio Fernandes Furtado nascido em Taubaté cerca de 1680.

1.2 Feliciano Cardoso de Mendonça, casado com Maria Rodrigues de Siqueira.
           O inventário de bens dele teve início na vila do Carmo em 1723 (LA1, 1º Ofício, maço 9, nº 350).
          O casal teve:

2.1 Branca Furtado de Mendonça, casada com o cap. Leonardo de Azevedo e Castro, filho de Manuel de Azevedo e Castro e (...).
           Eram moradores em Brumado.
           O inventário de bens dela começou em Mariana em 1749 (LA1, 1º Ofício, maço 16, nº 479).
           Eles geraram:

3.1 Luísa da Silva e Castro, casada com Pedro Romeiro de Campos.
           Ele veio para o Brasil entre 1725 e 1730 (e-mail de Phillipe Garnier à lista Gen-Minas em 2 jan 2007). Possivelmente com seu irmão Amaro Romeiro da Costa, que se estabeleceu em Furquim.
           Pedro recebeu uma sesmaria no lugar chamado Quebra Canoas (e-mail de Paulo Costa Campos a 5 de junho de 2007 à lista de discussão Gen-Minas).
           Deste casal vieram:

4.1 Leonarda Joaquina de Mendonça, nascida em São José da Barra Longa e casada na capela de Santa Ana, em Mariana, no dia 11 de janeiro de 1785 (DB3, 68v) com Joaquim de Carvalho Cesimbra, nascido em Mariana, filho de José de Carvalho Cesimbra e Ana da Conceição.

4.2 Joaquim da Silva Campos, casado com (...).
           Ele era cirurgião mor em Lavras, onde morreu em 1810. Sua biografia e descendência foi estudada por Paulo Costa Campos, bisneto do casal, que nos passou estas informações em e-mail de 31 de maio de 2007 à lista de discussão Gen-Minas.
           Eles tiveram:

5.1 Luís da Silva Campos, casado com Rita Antônia de Azevedo.
           Deste casamento vieram:

6.1 Benjamim da Silva Campos, casado com Ana Rosa Bueno.

6.2 Francisco da Silva Campos Sobrinho, bisavô do ex-Vice Presidente da República Aureliano Chaves.

 

4.3 cônego Francisco da Silva Campos. Diz o cônego Trindade (SJBL, pág. 52)) que o cônego Francisco ordenou-se em São Paulo em 1778, por estar a sede episcopal vacante. E segue: Francisco foi capelão-cura dos índios coroados em São João Batista do Presídio (hoje Visconde do Rio Branco) em 1791, trabalho em Santo Antônio do Escalvado e foi cônego catedrático da Sé de Mariana por instituição canônica de 1804.
           O inventário de bens dele começou em 1832 (LA1, 1º Ofício, maço 143, nº 2998).

 

3.2 padre Leonardo de Azevedo Castro, ordenado a 24 de fevereiro de 1758 em Mariana (SJBL, pág. 55).

 

2.2 Maria Cardoso de Mendonça, casada com Gonçalo de Souza Costa.
           Eram residentes em Escalvado.
           O inventário de bens dele começou em 1776 (LA1, 1º Ofício, maço 117, nº 2429).

 

1.3 Maria de Freitas Cardoso. nascida em 1688 e que foi casada com o sargento mor João de Sousa Taveira.
           Ele morreu no dia 30 de abril de 1725.
           Tiveram:

2.1 José de Souza Taveira.

2.2 Josefa.

2.3 Salvador.

2.4 Rosa.

2.5 Maria.

2.6 Joana.

2.7 uma filha póstuma.

 

1.4 cel. Bento Fernandes Furtado de Mendonça nascido pelos anos 1690 e casado em São Caetano 1729 ou 1730 com Bárbara Moreira de Castilho, filha do capitão Domingos Alves Ferreira Filho e Tomásia Pedroso da Silveira.
           Morava em Águas Claras.
           Procurou fortuna que não lhe sorriu em São Caetano, e foi descobri-la no ouro da Campanha do Rio Verde e Serro, adquirindo propriedades em ambos locais. Em seu testamento deixou algum cabedal. Um curioso episódio: o irmão Feliciano, acima, o deixou como tutor de suas filhas. Intimado a prestar contas e entrar com dinheiro para o cofre das órfãs (não pequena quantia, mas 3.864 oitavas de ouro), não o fez. Foi preso na cadeia da vila do Ribeirão do Carmo pelo juiz José Pereira de Moura. Como as tuteladas estavam contratadas para casar, deram quitação de suas legítimas e o tio pode ser solto (Wikipedia, verbete Salvador Fernandes Furtado de Mendonça).
           O testamento dele é de 1766 (LA3, 58º, 27v).
           Teve com certeza de 10 filhos. Havia em solteiro tido de uma Sebastiana Cubas um filho natural.
           Pais de:

2.1 Justa Inocência de Guadalupe , nascida na freguesia de São Caetano e casada na capela de Santa Ana, freguesia de Mariana, a 30 de maio de 1763 com João Varela da Fonseca, natural de Parati (RJ), filho de Luís Varela da Fonseca e Vitória da Silva Montanha.

 

1.5 Comba Furtado de Santa Rosa, nascida em 1692, casada com o capitão Antônio Pereira Rego.

1.6 Boaventura Furtado de Mendonça, nascido cerca de 1694.

1.7 padre Salvador Fernandes Furtado, que nasceu em 1698 em Taubaté, para onde sua família voltou por ocasião da grande fome em Vila Rica em 1697 e 1698.
           O padre Salvador foi o inventariante dos bens de sua mãe.

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Criado e administrado por Marco Polo T. Dutra P. Silva

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