Introdução
Na África oriental, se identificou uma sequência evolutiva que, partindo do H. Erectus, passava por formas iniciais e tardias do H. Sapiens arcaico, até chegar ao Homo Sapiens Sapiens moderno, que povoava a região pelos anos 120 mil a.C.
O Homo Sapiens arcaico alcançou a Europa por volta de um milhão de anos atrás, cruzando tanto o Mediterrâneo ocidental quanto o oriental.
Na Europa, evoluiu sob a denominação de Homo Antecessor, portador de uma tradição lítica acheulense. Exemplares datados de cerca de 600 mil anos atrás foram batizados como Homo Heildelberguensis.
Dominavam o fogo, que lhes garantia a sobrevivência no frio território europeu. Além de luz e calor, o fogo servia para espantar animais perigosos e para direcionar suas presas para lodaçais, precipícios ou gargantas rochosas, onde poderiam ser mortos.
Formas arcaicas de Homo Sapiens foram encontradas também no Oriente Médio e na Ásia.
Sítios da África do Sul trouxeram à luz um biotipo de H. Sapiens batizado de Boskop, com características anatômicas assemelhadas às dos atuais bosquímanos, embora menores.
Em relação a sua indústria, sítios subsaarianos e do Vale do Nilo apresentam ferramentas predominantemente acheulenses em pleno Pleistoceno Superior. Mas em poucos séculos, as clavas e cutelos acheulenses haviam sido substituídos pelas lâminas musterienses. No leste e sul da África, se desenvolveu a tradição fauresmite (fauresmith), de pequenos bifaces cordiformes associados a numerosos instrumentos de lascas.
Na Rodésia e Zâmbia, zona de úmidas florestas tropicais, surgiu a tradição sangoaniana que, além do instrumental acheulense, incorporou a acha lascada (possivelmente usada para derrubada de árvores e limpeza do terreno), punções e enxós.
Na África oriental se presencia a tradição stillbaiana, mais assemelhada à musteriense que as demais tradições africanas coevas.
As tradições do Oriente Médio se estendiam pelos altiplanos iranianos e pela Ásia Central. Embora assemelhadas às tipologias européias, a indústria de lâminas recebeu nomes regionais: auteliana (Palestina), baradastiana (Curdistão iraquiano) e zarziana (Curdistão turco).
O Homo Sapiens Sapiens
O Homo Sapiens Sapiens, também conhecido como homem moderno, apareceu por volta de 250 mil anos atrás. Apesar de já se poder falar numa nova espécie, eles ainda não eram anatomicamente assemelhados ao homem como o conhecemos nas ruas de nossas cidades. Ainda não se sabe com segurança a origem desse novo gênero e duas hipóteses hoje dividem a opinião dos cientistas.
O homem moderno desenvolveu inicialmente uma tradição lítica denominada pré-aurignaciana. A partir do sílex e da obsidiana, extraíam lascas alongadas e de lados paralelos, às vezes com pontas. Essa técnica possibilitou a produção habitual de lâminas.
Nas cavernas de Haua Fteah (ocupada entre 125 e 75 mil anos atrás) foram encontrados lâminas pré-aurignacianas. Também desse mesmo estilo são os artefatos da indústria batizada de amudiana, encontrados nas cavernas de Tabun, no Monte Carmelo (Israel), datados de 75 mil anos atrás.
Formas arcaicas do H. Sapiens foram também encontradas na Palestina. Na gruta de Mugharet-el-Zuttiyeh, os restos fósseis achados foram datados de 150 mil anos. Nas cavernas do Monte Carmelo (Israel), foram recuperadas ossadas de duas espécies do gênero Homo: em Mugharet es-Skhul (ou Caverna das Crianças), um dos grupos apresentou 70% dos traços fisionômicos assemelhados aos dos homens modernos. Na caverna de Cafzeh, perto de Nazaré, também havia restos humanos, datados de 90 mil anos.
Em Mapa (China) e em Java (Indonésia), há também restos de formas arcaicas de homens modernos, possíveis estágios locais intermediários entre H. Erecti e H. Sapientes.
O Surgimento do Homo Sapiens na África
O Surgimento do Homo Sapiens na Europa
O Surgimento do Homo Sapiens na Ásia
Segue o Homem de Neandertal
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