O museu de Cromarty é tido como um dos melhores da região e fica na Courthouse. Nele se recebe um mapa da cidade e um toca-fitas para ir acompanhando na rua o que se explica no toca-fitas (isto é por eles chamado de Time Machine).
O museu na Courthouse tem uma apresentação interessante de um julgamento que ficou famoso na cidade no século passado. Bonecos em tamanho natural do juiz, do promotor, do acusado ... Eles se mexem, conferindo um efeito dinâmico à cena. Nesse salão há um painel com várias histórias de crimes e julgamentos célebres no passado da corte.
A cidade é minúscula e fica numa baía. Entre os personagens da cidade estão o escritor Hugh Miller, contador de lendas do norte da Escócia, e o exótico Urquhart, poeta e inventor, criador de diálogos absurdos e histórias sem pé nem cabeça. O som local recria um seus discurso cheio de palavras bonitas, mas sem sentido nenhum.
Na baía de Cromarty contam terem sido vistas sereias. Há vários contos envolvendo sereias e feiticeiras. No museu recolhemos algumas delas.
A primeira é a da Dama Verde que perambulava pela cidade, de casa em casa, enquanto os habitantes dormiam. Ela levava em seu braços uma criança duende.
A Dama Verde levantava o trinco, entrava na casa e se sentava perto da lareira, abanando as brasas até virarem fogo. Depois banhava seu duendezinho com o sangue do morador mais jovem da casa, que no dia seguinte era encontrado morto.
Outra versão dessa lenda fala de uma senhora de fulgurante beleza numa carruagem majestosa e que era vista no início da manhã ou pela meia-noite sentada na borda da cama daquele que estava para morrer.
Uma segunda lenda que recolhemos foi a da Luta do Arenque. Em meados de julho de cada ano imensos cardumes vinham nadando pelo Moray Firth adentro. Se espalhavam e ali ficavam até o início de setembro. A partir de um ano, na época do reinado da Rainha Anne, o arenque deixou de vir ao Moray Firth. Contam-se que as redes de dois barcos pesqueiros se emaranharam. Discute aqui, ameaça lá, a briga foi inevitável e sangue derramado no mar. Ofendidos, os arenques se foram e nunca mais voltaram.
Uma terceira lenda é a do Morial's Den (a Cova de Morial), um vale pequeno a oeste de Cromarty. Num meio-dia de sábado um fazendeiro estava apascentando suas ovelhas num canto afastado do vale. Ele já era de idade avançada e surdo.
Ele lia a bíblia, quando foi assustado por um som baixo e impetuoso, o primeiro a ouvir há meses. Ergueu os olhos e viu um vento fortíssimo em remoinho, ondulando as moitas e samambaias. A porção de mar que aparecia pela garganta do vale estava salpicada de branco. Logo tudo cessou e ele voltou ao livro. O som se repetiu novamente, mas agora ele notou atrás dele uma sílfide em pé. Ela trajava uma manta verde, com os seios e braços descobertos. "Senhor", disse ela numa voz suave. "O senhor está lendo o Livro. Veja se nele há alguma esperança de salvação para nós". "O Evangelho - disse ele - é dirigido aos filhos perdidos de Adão e não a criaturas de outras raças". A dama deu um grito estridente e desapareceu velozmente no vale.
A região é de fato muito mística. Na estrada para Cromarty fica o Eerie Clootie Well, um poço dedicado a São Curidan, ao lado do qual há uma árvore ornamentada por milhões de fitas, tapetes e peças de roupa infantil penduradas. São ofertas para a saúde das crianças doentes. As crianças são deixadas de noite embaixo da árvore.
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