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CADERNOS DE VIAGEM

EUROPA - Escócia

Apresentação

Informações Gerais

O idioma dos nativos não é difícil de entender, mas soa um tanto germânico e com um cantar tipicamente celta, com um destaque nas últimas sílabas. Ao lado do inglês, nas Terras Altas eles falam também o gaélico, uma das últimas manifestações da família linguística dos celtas, que na época inicial do Império Romano era espraiada por toda a Europa Central, França, Espanha do norte, centro e norte de Portugal, Inglaterra, Irlanda, País de Gales e Escócia.

O nosso ideário vê o escocês ainda de kilt (o saiote típico) ou encharcado de uísque (que aliás é uma palavra gaélica, que significa água), com a inddefectível gaita de fole. Eles cultivam, sim, esta imagem.

O país era terra dos caledônios, ou pictos (picti, assim denominados pelos romanos por usarem tatuagens pelo corpo, para assustar os inimigos, e que os romanos achavam ser pintura). Séculos antes da invasão romana, chegaram tribos irlandesas conhecidas como escotos.

Depois da chegada dos escotos da Irlanda, começavam a surgir nos vales das Terras Altas clãs como os Campbell [do gaélico cam-beul, boca retorcida] (centro de Argyll), Cameron (Lochaber), Robertson (Rannoch) e MacKay (Ilhas Southerland). Nas ilhas apareceram os MacDonald (Islay), MacLean (Mull, Tiree e Coll), MacDonald (Skye), MacLeod (idem) e MacKinnon (idem). Os clãs viviam do gado (ovelhas e bovinos), da cevada (matéria prima para o whiskey) e da aveia (da qual faziam o pão).

O primeiro proeminente homem a surgir dessa gente foi Somerled, do clã Donald. Ele resistiu à expansão dos noruegueses na região. O próprio Somerled tinha sangue picto e norueguês. Após ferozes batalhas, ele dominou a igualmente norueguesa Ilha de Man, de onde comandava as ilhas ocidentais. Para completar a integração, casou-se com Ragnhildis, filha do rei viquingue das Ilhas e de Man. Sob a promessa de fidelidade de Somerled, o rei Malcolm IV reconheceu o governo dele sobre essa região. Mas ambos tinham entendimento diverso acerca do "status" de Somerled. Este se via como o senhor das ilhas, enquanto Malcolm IV o tinha como um mero preposto do rei.

Para mostrar sua independência, Somerled saqueou Glasgow em 1164 com 150 navios. Mas em Refrew ele encontrou as tropas do Guardião da Escócia e foi morto. Somerled fundou uma poderosa dinastia noruego-gaélica conhecida como os Senhores das Ilhas. Ele deixou três filhos, dois dos quais continuaram a linhagem: Dougall, o mais velho, fundou o clã dos MacDougall de Argyll e Lorn, e Reginald (cujo nome era Donald) criou os MacDonald de Islay.

Mas os clãs não formavam uma confederação. Após a derrota dos noruegueses em Largs no ano de 1266, a Escócia vivia ainda dividida pela luta entre clãs e a coroa, desesperada, procurava a lealdade deles para não sucumbir aos ingleses. As alianças entre os clãs eram tremendamente frágeis. Depois de recusarem a apoiar Robert de Bruce, os MacDonald de Islay seguiram Angus Or, irmão dele. E mais tarde lutaram ao lado do mesmo Bruce em Bannockburn.

Em 1370 os Camerons tinham terras em Lochaber, que os MacIntosh reclamavam para si. Depois de um ataque de surpresa, onde os MacIntosh roubaram gado, os Camerons juntaram 400 homens e marcharam para Badernoch, território do clã Chattan (uma confederação dos MacIntoshes, Davidsons, MacPhersons, MacGillivrays, MacBeans e Farquharsons). Desgostosos com sua posição na confederação, os MacPhersons se retiraram dela, rumaram para o outro lado do rio Spey e se sentaram para assistir ao conflito. Os Camerons dizimaram os Davidsons e estavam para liquidar os MacIntoshes, quando os MacPhersons finalmente resolveram voltar ao grupo e puseram os Camerons para correr.

Por essa época, o clã Donald foi perdendo força e os Campbells se fortalecendo. Estes receberam da Coroa terras que eram dos Donalds, os Senhores das Ilhas. Com uma firme base em Argyllshire e Perthshire, os Campbells passaram a apoiar aqueles que maiores retornos lhes proporcionassem. Os MacGregors, por exemplo, não tinham documento de posse do seu pedaço da Escócia e os Campbells passaram a cobrar alugueres deles. Furiosos, a princípio os MacGregors se recusaram a dar qualquer dinheiro a MacChaelein Mór (Grande Filho de Colin, como o chefe dos Campbell era conhecido). Mas o poderio dos Campbells se impôs e empobreceu de tal maneira o clã MacGregor, que estes se tornaram meros arrendatários dos Campbells. Para não sucumbir, os MacGregors começaram a atacar Perth e Stirling para roubar gado. Em 1570 o 10º chefe dos MacGregors tentou resistir aos Campbells de Glenorchy, mas foi preso e decapitado em Balloch.

Pelos anos 1603 os Campbells estavam decididos a extinguir o povo dos MacGregors. O conde de Argyll, chefe do clã Campbell, estimulou uma querela entre os MacGregors e os Colquhouns de Luss, Dumbartonshire. Os MacGregors haviam invadido Luss e tomado 300 vacas, 100 cavalos, 400 ovelhas e igual número de bodes dos Colquhouns. Não satisfeitos, os MacGregors massacraram 140 membros do clã dos Colquhouns.

O rei James VI, de partida para a Inglaterra, ficou uma fera com esse exemplo de desunião sangrenta de seus súditos. Antes de partir, fêz o Conselho Privado aprovar uma lei tornando os MacGregors foras-da-lei, abolindo esse nome e proibindo que mais de quatro membros dessa família pudessem se encontrar ao mesmo tempo.

Diante disso, o clã dos Camerons, liderados pelo chefe Lochiel, o clã Ranald e o MacChaelein Mor prazeirosamente perseguiram os MacGregors. Alastair, 11º chefe dos MacGregors, se rendeu ao duque de Argyll sob a promessa de um salvo-conduto à Inglaterra, onde ele tencionava ingressar com um pedido de audiência ao rei para expor o caso do clã. O duque de Argyll levou o MacGregor para Berwick, poucos quilômetros dentro do território inglês, cumprindo sua promessa. Mas tão logo chegou a Berwick trouxe-o de volta para Edimburgo e mandou executá-lo.

A única ocasião em que os clãs se uniram foi para apoiar a dinastia Stuart em 1603, quando o rei da Escócia reclamou o trono inglês.

O rei James VI nomeou o Lorde Ochiltree para estabelecer o império de lei nas Ilhas. Convidou chefes dos MacLean (de Duart), Donald Gorm (de Sleat), Ranald, MacLeod e MacLean (ambos de Argour) para jantar no Castelo Duart. Assim que todos os chefes estavam a bordo, deu-lhes ordem de prisão e eles só foram libertados quando se comprometeram a ajudar o enviado real numa política de reformar as Ilhas. Nove chefes se reuniram em 1609 na ilha de Iona e assinaram o Estatuto de Iona, onde juravam obediência ao rei, assegurava educação nas Terras Baixas aos filhos das famílias de bem, abolia as armas de fogo, desestimulava a bebida e os cantos dos bardos. Era outra tentativa de britanizar os clãs.

O modo de vida tradicional dos clãs não acabou de imediato, mas a longo prazo. O golpe de misericórdia no sistema de clãs ocorreu em 1746, quando os escoceses foram derrotados pelos ingleses na batalha de Culloden.

Nossa visita ao país começou pela parte ocidental, pois chegávamos da Irlanda. Rumamos para o norte e de lá descemos pela parte oriental. Se v. quiser seguir nosso trajeto, basta seguir os enlaces nas páginas. Caso prefira escolher os locais, basta selecionar no mapa da Escócia a região e será apresentada a lista de cidades que estivemos nessa região.

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