Os suessetanos iberos que moravam na região, chamavam-na Bolsca ou Olsca, como se vê em moedas que cunharam. Quando os romanos chegaram, Quinto Sertorio fez de Osca o centro administrativo da região. Ali o governador romano criou escola para os nativos. A Urbis Victrix (V.V. Osca) se cristianizou principalmente pelos trabalhos de São Lourenço (século III) oscense.
Os árabes chegaram a Wasqa no século VII trazendo um reaquecimento econômico. Por ser região de fronteira entre o emirado árabe e o império carolíngio, a vida na cidade não era muito tranqüila. Volta e meia um ou outro exército ocupava o vale. Dessa época é a lenda de Roldão, cavaleiro franco sobrinho de Carlos Magno e que saltou a cavalo entre as penhas que presidem a cidade.
Os senhores locais cristãos se fortaleceram com a ajuda carolíngia e no século XI expulsaram os muçulmanos, tornando-se reis aragoneses. Contam que Pedro I obteve vitória sobre os mouros em 1096 com a ajuda de São Jorge.
Dizem as lendas que o rei Ramiro foi chamado do convento francês de Saint Ponce de Tomeràs para ser rei porque seus irmãos tinham morrido. Os nobres não o obedeciam porque a tradição não permitia a um monge ser rei. Ramiro, então, mandou um mensageiro aconselhar-se com o abade de Saint Ponce. O homem levou o mensageiro à horta e pôs-se a cortar as folhas de couve mais sobressalentes. Depois mandou o enviado contar ao rei o que vira. Ramiro apregoou que iria iniciar uma campanha contra os mouros e convocou os nobres ao palácio. À medida em que iam chegando, o carrasco os decapitava. Essa foi a campanha de Huesca. A partir daí o rei não teve mais resistência às suas ordens.
A cidade é cortada pelo rio Isuela e na província começam as primeiras montanhas dos Pirineus espanhóis. A catedral foi levantada sobre uma mesquita árabe. Em 1273 já era sede episcopal e o bispo Jaime Sarroca era sobrinho do rei Jaime I, o Conquistador. Eles iniciaram a construção do novo templo.
O bispo Juan de Aragón e Navarra (1384-1526), filho natural do príncipe de Viana, deu a forma que hoje tem a catedral.
Nesse dia em que visitamos estava para se iniciar uma missa de réquiem de corpo presente.
Outra vez voltamos a Huesca para ver a igreja de San Pedro Viejo. Crê-se que no lugar já houvera estado um templo romano, uma igreja visigoda, depois moçárabe. Já em 1096 era chamada de El Viejo, o que demonstra sua antigüidade.
O rei Ramiro II, o Monge, depois de entregar o reino a seu futuro genro Ramón Berenguer, conde de Barcelona, se retirou ao mosteiro de San Pedro, para continuar sua vida monástica. Ali morreu.
A Capela de San Bartolomé guarda os despojos de dois dos reis aragoneses: Alfonso I, o Batalhador (1073-1134) e o próprio Ramiro II (1084-1157). Além deles estão sepultados na capela uma infanta que morreu muito jovem, o infante D, Fernando (filho de Alfonso II e abade do mosteiro de Monte Aragón) e o abade Bernardo Altercapila (fal. 1494), último prior do mosteiro.
Dentro da igreja, na Capela dos Santos Justo e Pastor, atrás de uma cortina vermelha que há no alto, estão as relíquias desses dois santos.
Segue Santa Cruz de Serós ...
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