Fizemos ponto em Oviedo (Oviéu, no linguajar local), uma cidade média, cuja entra é complicada e sujeita a engavetamentos. A estrada dá para uma fonte e todo o trânsito converge para ali.
A cidade foi fundada em 761 sobre um assentamento pré-histórico em desuso pelos monges Fromestano e seu sobrinho Máximo, que buscavam um lugar tranquilo para suas orações. Na colina de Oveto ergueram uma ermida a São Vicente, que mais tarde se converteu em mosteiro, hoje sede do museu arqueológico local.
O soberano Fruela I levantou outros edifícios nas redondezas do mosteiro. E, em 762, Afonso, o Casto, vencedor sobre exércitos muçulmanos, para lá transladou sua corte.
Converteu-se num centro secundário de peregrinação na Idade Média. E, em 1388, Oviedo se tornou a capital do Principado das Astúrias, título associado ao herdeiro da Coroa Espanhola desde então. No século seguinte, a cidade recebe o Jubileu para a veneração das santas relíquias e no século XVII foi fundada a Universidade de Oviedo.
Em Oviedo não se deve deixar de ir ao Museu Arqueológico, muito bem montado. No piso superior se tem uma exposição em ordem cronológica, de modo que se pode ver como os objetos vão ficando menores e mais fáceis de manejar e mais eficientes à medida em que se evolui da Cultura Acheliense para a Musteriense, Auriñaciense, Salustrense, Magdaleniense, Asturiense e Aziliense. Depois, com a chega do bronze (vários machados de bronze são exibidos) e dos objetos megalíticos. Por fim, as primeiras cerâmicas e a metalurgia de ferro (associada à chegada dos celtas e à cultura castrenha asturo-galaica).
No mesmo piso estão diversas lápides romanas. Uma delas, enorme, é a lápide votiva onde se lê:
MP. CAESARI.AUGUSTO.DIVI.F | Ao divino MP César Augusto |
COS.XIII.IMP.XX.PONT.MAX. | cônsul 13 vezes, imperador XX (anos?), pontífice máximo |
PATL.PATRIAE.TRIB.POT.XXXII | pai da pátria, detentor do poder tribunício por 32 anos |
(apagado) SACRVM | (apagado) consagrado |
Também junto aos pré-romanos e romanos fica a seção de numismática.
No térreo fica o claustro, com diversas lápides medievais de abades, cavaleiros e aristocratas. Uma delas é de dona Gontrodo, que teve um filho natural com o rei Alfonso VII (Urraca) e depois fundou e se recolheu no Mosteiro das Beneditinas de La Veja, em Oviedo.
Outro ponto alto em Oviedo é o panteão real na Capela do Santíssimo Sacramento, na Catedral de São Salvador.
O panteão não é muito considerado pelo pessoal da igreja. É pobremente iluminado e não há indicação dele na igreja. Ali no centro está o túmulo do rei Alonso III que construiu o panteão e trouxe os ossos de seus antepassados. Nas paredes estão as urnas dos reis Ruela I (757-768), Bermudo I, o Diácono (789-791), Alonso II, o Casto (791-842), Ramiro I (842-850), Ordoño I (850-866), lonso III, o Magno (860-910) e Garcia I (910-914).
Outros dois tesouros da Catedral de Oviedo são a Cruz da Vitória que teria sido levada quando Pelágio venceu os mouros em 711 em Covadonga. Em seu verso está a inscrição em latim " hoc signo tvetvr pivs. hoc signo vincitvr inmicvs" (com este sinal, o piedoso é protegido. Com este sinal, o inimigo é vencido). O outro tesouro da catedral é o Santo Sudário (não o lençol sagrado que está em Turim, que é chamado de Sudário, mas tecnicamente é lenço com o qual Madalena enxugou o suor e sangue do rosto de Cristo).
Nas proximidades de Oviedo, subindo a colina de Naranco, estão duas igrejas pré-românicas: Santa Maria e San Miguel de Lillo. Há no local um centro de informações que passa um filme no qual as construções das igrejas locais são divididas em três períodos históricos, reconstruídas e examinadas por animação gráfica computadorizada.
Segue Cangas de Onis ...
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