Passamos por Segóvia, fundada por Hércules Egípcio, bisneto de Noé em 1076 a.C.
Historicamente, era um lugar povoado por povos neolíticos da Cultura do Vaso Campaniforme e pelos celtiberos arévacos e vacceos que resistiram furiosamente às legiões romanas até sua queda.
Os romanos conheciam-na como Segóbriga (o sufixo briga mostra a origem celta do castro).
Os visigodos pronunciavam-na Secuvia, abandonaram os castros altos e se instalaram às margens dos rios Eresma (antigo areva) e Clamores.
Do período romano ficou o aqueduto. É o cartão postal da cidade. Depois vieram os árabes e a Reconquista.
Em relação ao aqueduto, conta uma lenda que a pequena Juanilla era encarregada de descer todos os dias da cidade alta para buscar água para o consumo da família. Um dia, revoltada, disse em alto e bom som que daria sua alma ao diabo para não ter de continuar com aquela tarefa.
O Cão, atento, apareceu e topou a parada. Ela, passado o susto inicial, exigiu que o inominado o fizesse antes do galo cantar. À medida em que o dia passava, o remorso foi batendo e ela foi à igreja, onde danou a rezar, pedindo perdão a Deus e Sua proteção. Quando o diabo ia colocar a última pedra, o galo cantou. As orações dela fizeram a noite andar mais rápida
A construção do aqueduto está situada no governo de Trajano ou de Nerva. De um modo ou outro, na segunda metade do século I d.C.
São 88 arcos e mede 728 metros de extensão. No ponto mais alto, dista 29 metros da rua.
Da Era Visigótica, quando Segóvia foi sede de arcebispado, ficaram necrópoles nas cercanias da cidade. Da breve Era Muçulmana não ficou muito.
No século XII El-Idrisi escrevia que Segóvia não era uma cidade, mas um aglomerado de vilas que serviam com sua cavalaria ao senhor de Toledo.
Com o repovoamento pelo conde Raimundo de Borgonha (genro de Alfonso VI) em 1088, a rocha voltou a se encher de casas. Ali se construiu o Alcalá, um casteo tipo Disneylândia, de conto de fadas. Tem o formato triangular e suas paredes são todas trabalhadas. Suas muralhas ampliam os já altíssimos penedos sobre os quais está construído. Seu interior é deslumbrante pelas fotos que vimos.
Várias comunidades conviviam na Segóvia dos séculos XV e XVI: cristãos, mouros e judeus. Os Cônegos moravam entre a Catedral e o Alcázar. Os cavaleiros no centro e na parte oriental do burgo. Os mercadores e os que exerciam ofícios, junto às muralhas. Os judeus viviam entre a Catedral e a Porta de Santo André (a Judería) e os mouros nas vizinhanças da igreja de San Millán. Estes últimos, excelentes pedreiros e marceneiros, construíram as capelas e igrejas de estilo mudéjar de Segóvia.
Entre o aqueduto e o Alcalá fica a Catedral de Segóvia.
A Catedral tem pé direito de 88 metros. É altíssima, mas não é muito comprida. Tem estilo românico: no centro a capela-mor e o coro e nos lados capelas particulares, onde as famílias enterravam seus mortos.
Nos fundos da Catedral estão os despojos de São Frutus, padroeiro da cidade.
Na Catedral teria morrido o príncipe D. Pedro, que as más línguas dizem que foi empurrado da janela por seu pai Henrique II, por ser filho bastardo.
Ao lado da Catedral fica a Plaza Mayor, de onde sai a rua que vai para o Alcázar.
Segue Ávila ...
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