Chegamos a Chicago, cidade que fica à beira do lago Michigan. A cidade tem uma downtown muito bonita, com vários prédios moderníssimos, mas também tem terrenos baldios cheio de lixo, ruas cheias de remendos e outras feiúras de cidade pobre.
Há um canal lindo ligando o rio Chicago ao lago. Suas águas são de cor verde-garrafa e ele tem cerca de 100 metros de largura. Barcos e lanchas passam por ele o tempo todo. Num certo ponto construíram um canhão de água que pega água do canal e a lança a alta pressão na forma de arco até perto da outra margem do canal. Barcos passam por baixo do arco, para alegria e refresco de seus ocupantes. Esse jato dura entre 5 e 10 minutos e se repete a cada meia hora.
O lago é um verdadeiro mar verde. Enormes petroleiros parecem canoas nele. Do meio dele não se vê terra nenhuma. As águas são frias e é frequentemente varrido por um vento gelado, pois não há obstáculo natural entre Chicago e o Ártico. Tão frio é o vento que voltei do passeio de barco pelo lago com a pele corada de frio. Chicago é conhecida como Windy City (Cidade do Vento).
Há nele uma praia e, em volta dela, passarela para bicicleteiros, patinadores e pedestres. Uma arquibancada permite que se sente para apreciar a paisagem.
Fomos acompanhando o canal até o rio Chicago, de águas escuras, mas inodoras. Por esse rio passa tudo quanto é tipo de barco.
Alguns têm mastro tão alto que não passam por baixo das pontes. Se em Nova Iorque as sirenes de ambulâncias, bombeiros e polícias eram os sons típicos da cidade, aqui são as sirenes das pontes que dão o tom. A toda hora elas estão soando, pois há 62 pontes na cidade. Mesmo o pessoal da cidade pára para ver as pontes subindo. O tráfego, é óbvio, congestiona. Vimos de perto uma dessas pontes subindo. É impressionante o ranger de toneladas de ferro sendo içadas por cabos de aço. Parece que os cabos não vão aguentar. Seguindo o canal, passamos pelo local onde foi o primeiro entreposto comercial, origem da cidade. Ali se compravam as peles trazidas pelos índios Iroquois.
Bem adiante visitamos o edifício mais alto do mundo: a Sears Towers, com 110 andares. O elevador que leva ao topo é tão rápido que o estômago dança dentro do corpo, tanto na subida quanto na descida. Um ascensorista dava informações aos visitantes sobre o edifício.
No dia seguinte demos uma volta de barco pelo lago. O passeio começa no canal e ruma inicialmente para o rio Chicago. Do rio, se vê a cidade por um ângulo pouco usual. Num edifício, por exemplo, o subsolo é usado como garagem de barco, enquanto os andares mais altos servem de garagem para automóveis. O barco vai até a altura do Sears Tower e volta em direção ao lago. Passa por uma eclusa que protege a cidade e sai para navegar num canal que ser forma entre o continente e um quebra-mar que fizeram para diminuir o impacto das ondas. Ele navega poucos metros fora desse canal, todavia, dá para sentir a beleza daquele lago-mar, geralmente encrespado pelo sopro do vento gelado. E do outro lado o recorte que os arranha-céus fazem no horizonte. Dá para ver o John Hankock Building (o segundo prédio mais alto da cidade, de arquitetura muito parecida à do Sears Tower).
Na volta do passeio lanchamos num barzinho às margens do canal e, caminhando pela calçada em suas margens, chegamos a uma enseada defronte à eclusa de entrada no Lago. Caminhando à direita se vai contornando o lago, passa-se pela praça Buckingham, em cujo centro fica um chafariz bonito e grande, iluminado à noite. Caminhando cerca de meia hora, chega-se ao Adler Planetarium, que fica numa península que avança sobre o lago. Dali a vista é magnífica. Era fim de tarde e a maré estava subindo. Patos nadavam no lago, albatrozes voavam, inúmeros veleiros voltavam à marina.
De Chicago peguei um trem para Toronto. Passei por Kalamazoo, Lansing, Flint e em Sarnia entrei no Canadá. No caminho, acho que perto de Kalamazoo há um hotel Marco Polo. Não sabia que minhas franquias chegavam até lá.
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