CADERNOS DE VIAGEM
AMÉRICA DO NORTE - Estados Unidos - Idaho
Clearwater
Voltamos em Grangeville, mas em vez de seguir pela US 95, optamos por descer pela US 162 ao vale do rio Clearwater, onde viviam os Nez Perce (leia Né Pârce). Uma descida tão cheia de curvas que até eu fiquei enjoado. Vale a pena, entretanto. Passa-se horas (3 ou 4) serpenteando ao lado do Clearwater. No vale estivemos na cidadezinha desse nome, mas nada havia de muito antigo.
Vimos o campo de batalha de Clearwater e um parque sagrado, chamado Coração do Monstro, onde é contada a lenda da criação do rio Clearwater: o coiote chorava para que em suas lágrimas o salmão nadasse e fosse para onde o povo estava e ali pudesse ser pescado. Um dia o Monstro veio e falou: "porque você está fazendo isso se o povo tinha ido embora? Então o Coiote se foi também."
Depois de muito acompanhar o rio, encontramos de novo a I-95. Na confluência há um morro abaulado, onde os índios viam dois animais com as mandíbulas entrelaçadas. Diziam que a formiga e o coelho tiveram uma discussão sobre quem deveria comer os salmões secos. Não perceberam o coiote por perto. Advertidos para pararem, não obedeceram e, por isso, foram transformados em pedra.
Também juntinho da confluência das estradas há a missão Spalding, de um missionário que veio com os Whitmans e foi morto pelos índios. Na missão só pudemos ver um cemitério antigo, onde estão sepultados os membros de umaa família de pregadores, índios e empresários da região.
Pouco adiante passamos por Lewiston e começou uma subida inclinadíssima. O carro gemia, mudava de marcha a todo instante, tentando subir. Quando chegamos lá no topo (a uns 800 m de altura), a vista é imperdível. Ao pé se estende a terra de Washington. Em Lewiston o Clearwater entra no Snake e juntos vão ao Columbia (entre o Oregon e Washington). Este é o caminho fluvial que Lewis-Clark tanto procuraram para o Pacífico.
Segue Coeur d'Alene ...
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