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CADERNOS DE VIAGEM

AMÉRICA DO NORTE - Estados Unidos - Texas

El Paso

De Phoenix tomamos um trem para El Paso, no Texas. A composição foi pelo sul do Arizona. Passou por um wash enorme do Gila River, totalmente seco, parecendo um deserto. Passamos também por Picacho Pass, área que foi cena da única batalha dos confederados no Arizona.

No caminho, vimos o Davis Monthan Air Force Base, um pátio enorme lotado de aviões. As companhias aéreas usam a secura do deserto para conservar os aviões que não estão sendo usados.

O trem margeia a Dragoon Mountains, quartel-general do chefe apache Cochise, que liderou o bando chiricahua contra a cavalaria americana, de 1861 a 1872, ano em que foram doadas terras para a tribo apache. E também pelo monte chamado Dos Cabezas (Duas Cabeças), que tem esse nome porque os cumes parecem duas cabeças humanas, que os índios criam ser de Cochise e de seu amigo cap. Thomas Jeffords, além da montanha Cochise's Face, pico mais alto da Chiricahua Mountains.

O trem cruzou ao sul do Novo México, passando por Wilcox Playa, um enorme lago branco e seco. De longe parece uma praia seca e nele são frequentes as miragens.

Passa também por Steins, lugar da última grande batalha entre Cochise e a cavalaria e pelas ruínas de adobe da parada da Butterfield Stagecoach, linha de diligências que levava 55 dias para fazer o trajeto de St. Louis a San Francisco, pela quantia astronômica de US$ 150,00. Esta parada foi queimada pelos índios apaches.

Passamos também pela linha Continental Divide, ponto mais baixo cruzado pela estrada de ferro, e por Deming, cidadezinha onde existe a única corrida de patos do mundo.

Chegamos a El Paso. O trem vem serpenteando por morros completamente brancos e arenosos, mal salpicados por moitas.

El Paso parece uma cidade árabe, branca, grudada na Organ Mountains. Uma mexicana, com o neto, que só falava inglês, me diz, apontando um morro perto, que ali já era o México. Não acreditei, pois não vi qualquer muralha, mas ela estava certa.

O mal-afamado Rio Grande não passa de um riozinho que pode ser atravessado a pé com água pela cintura.

Passamos alguns dias ali, curtindo o clima mexicano. Comi comida típica e fomos fazer um "city tour" com um casal argentino e outros que não me lembro.

Essa excursão nos levou a um forte antigo militar (Fort Bliss) e a um belvedere, Mt. Franklin, de onde se vê El Paso a seus pés e o México ao longe. O guia tentou ir à missão de Ysleta, mas ela estava se preparando para um festa de abertura de um cassino. Ysleta é o lugar do grupo étnico sobrevivente mais antigo identificável do Texas, os índios Tigua. A segunda igreja mais antiga continuamente usada nos EUA é a da Missión Ysleta, de 1682.

Aproveitando a proximidade, fizemos uma rápida visita à cidade mexicana de Ciudad Juárez.

Na viagem que estivemos em El Paso, nosso vôo deveria ser para Saint Louis e de lá para Miami. Ocorre que Saint Louis estava debaixo da maior enchente até então registrada e tentamos usar deste argumento para mudar nossa passagem para Novar Orleáns sem pagar multas. A moça deu um sorriso e fingiu acreditar em nosso argumento. Mas mudou o bilhete sem custos. Fomos para Nova Orleáns (vide no índice) e dela para Miami e dali para o Brasil.

 

Índice dos Estados Unidos



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