CADERNOS DE VIAGEM
AMÉRICA DO NORTE - Estados Unidos - Colorado
Idaho Springs
Nas proximidades de Denver fica a Lookout Mountain, onde estão os despojos de Buffalo Bill. Toma-se uma estrada tipo "highway" (a I-70) e depois uma estradinha menor, sem acostamento. Lá adiante está o Museu de Buffalo Bill. Do belvedere se enxerga toda a planície, a perder de vista. Nela os (poucos) prédios de Denver. Vê-se que a terra, como todo o Colorado, é cheia de pedras e arenosa. Não presta para nada.
O museu mostra um vídeo com a vida de Buffalo, com fotografias dele, mulher, duas filhas (eram 4 filhos, mas uma filha e um filho morreram novos), do filho adotivo (que construiu e foi enterrado no memorial da Lookout Mountain). Mostrava fotos dele quando tentou ser ator dramático, da troupe do Wild West Show, armas e roupas usadas no show.
Um pouco mais alto que o museu está o túmulo dele e da mulher.
Da Lookout Mt. fomos para Idaho Springs, uma pequena cidade com ruas limpas e casas de madeira, coloridas, com o estilo da cidade do velho oeste, para conhecer o Mount Evans (por uma estrada considerada a mais alta dos EUA), mas a estrada para o monte estava fechada. Ainda assim, decidimos ir até onde dava.
O caminho acompanha o Clear Creek (que passa por Idaho Springs) ainda pequeno, O riacho vai descendo pela montanha. Ele se origina do degelo das Rochosas e tem a água fria como a da geladeira degelando. Sua água é barrenta e a correnteza muito forte, pois o declive é muito acentuado.
Pouco adiante, o primeiro contacto do caipira que vos escreve com a neve. Ele ficou bobo como uma criança ao tocá-la. Ela é fofa na parte mais externa e dura mais no fundo. Amarronzada pelos respingos de lama e pelos galhinhos ressecados dos pinheiros.
Deu para ir até o Lago Echo. Um lago do tamanho de um campo de futebol todo coberto de neve. As redondezas também todas cobertas de neve. Parece cobertura de glacê. Muito frio e por todo canto filetes de água gelada, decorrentes do derretimento da neve.
Voltamos a descer pelo Bergen Park, errando o caminho e indo parar em Evergreen. Retornamos e pousamos em Idaho Springs.
No dia seguinte, passeamos na vila. Na Miner St. (acho que é a principal) há o Platten Building, onde funcionava o Duck Inn, que hoje se chama Dakota Guest House. Neste Duck Inn Buffalo Bill teria tomado seu último drinque em público em 6 de janeiro de 1917, com mineradores locais. Ele faleceu em 10 de janeiro de 1917.
Dirigimos de Idaho Springs para Black Hawk pelo Virginia Canyon, numa estradinha de terra de 9 milhas, que subia, subia e subia. Passava por desfiladeiros estonteantes e ao lado de perigosas encostas cheias de neve. Muito freqüentemente os avisos davam conta de zonas sujeitas a avalanche ou à queda de pedras. E como havia neve e pedras. Pegamos um atalho de terra que cruzava vilarejo e mineradoras.
Fomos conhecer o Monte Evans, que a neve tinha impedido quando chegamos no começo de junho. O Echo Lake estava descongelado. Quanta diferença! O que era uma plataforma branca mudou para um lago alpino cercado de grama verde.
Sobe-se, e sobe-se, sobe-se. Pronto? Não! Sobe-se ainda mais. A estrada é estreita e à beira do abismo. Perigosíssima quando há gelo sobre ela. Do pico do monte se vê Denver lá embaixo e longe. Mal dá para distinguir o downtown e seus edifícios altos.
Da estrada também se vê a floresta densa de pinheiros e de um ponto, o Echo Lake é visto quase de cima. Parece pequeno dali.
No meio do caminho está outro lago, o Alpine Lake, quase totalmente congelado, apesar de estarmos em fins de julho.
A vista é imperdível. À frente o planalto central (Central Plains) e atrás os picos nevados das Rochosas se sucedendo, um atrás do outro. É a mais alta pista para carros nos EUA, segundo os folhetos. Há cabras montesas para todo lado, brancas e meio soltando a lã, para passar o verão. No topo o vento é de rachar. Mal dá para tirar fotografias e olhar o panorama.
Segue Central City ...
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