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CADERNOS DE VIAGEM

AMÉRICA DO NORTE - Estados Unidos - Nevada

Las Vegas

O caminho até Las Vegas (a cidade do jogo) vai por entre montanhas cobertas de pedras e capim esturricado, embalado por um vento forte e quente. Só os pinheiros quebram o amarelo da paisagem. Até Boulder City não há postos de gasolina ou lugar para comprar comida ou água. Las Vegas é um oásis no deserto de Mojave (ou Mohave). Muitas palmeiras verdes nos subúrbios da cidade.

Las Vegas de dia parece a rua Domingos de Morais, no Jabaquara, ou seja, nada espetacular. Porém, quando o dia se vai e os néons são acesos, a metamorfose é completa. Sai de baixo! Eles não economizam energia elétrica. São milhões de lâmpadas em cada hotel, geralmente monstruosos, coisa de 1.500 a 3.000 apartamentos. Dos 10 maiores hotéis do mundo, 8 estão em Las Vegas. É hotel e cassino por todo lado. Cada um com painéis gigantescos, com inúmeros jogos de luzes.

Esses hotéis são muito baratos, embora luxuosos. É nos cassinos que o povo paga as contas. Milhares de pessoas feito autômatos em frente às máquinas caça-níqueis (slot machines), enfiando moedas e apertando o botão de girar o painel.

Estou no Circus Circus, a 39 dólares o dia. Não foi fácil achar acomodação. No primeiro dia tive de ir para um motelzinho feio. O Circus Circus garante que se não tiver vaga, encaixa você a qualquer custo em outro hotel. Já no dia seguinte achei vaga no Circus Circus e deu para respirar mais aliviado. Cada hotel faz suas promoções. Aqui, para fazer jus ao nome, há circo grátis até a meia-noite, quando a legislação exige a saída das crianças de circulação.

Nos cassinos, muitas mulheres de hiperminissaia, a maioria são coroas pelancudas.

Esse hotel tem um trenzinho elevado (tramway) como o de Miami, que vai dos alojamentos (chamados manors) até a Strip, que é a rua principal, onde estão a maioria dos cassinos. Eles funcionam 24 horas por dia, embora de dia a frequência seja menor. A maioria dos atendentes é de latino-americanos. As mesas de jogos não são tão frequentadas, sendo que o pôquer atrai mais jogadores. O arraso é mesmo nas slots machines. Eu tinha programado usar 100 dólares nos cassinos. Joguei um pouco em cada um que entrei (Circus Circus, Stardust, El Morocco, Westward Hotel, Royal, Slots-a-Fun, Desert Inn e Holy Cow). Entre 1 e 5 dólares em cada um. Êta jogador disputado pelos cassinos!

Num desses hotéis-cassinos, o Mirage, construíram um monte de pedras com águas caindo do seu cume. De tempos em tempos, do topo do monte sai, um rugido altíssimo, fogo e fumaça, imitando um vulcão em erupção. Muito lindo!

Voltamos a Las Vegas, onde "quebrei" dois cassinos: No Harrah's joguei 1 quarter e ganhei 6 ou 7. Ele é lindo: o néon forma uma barcaça do Mississipi toda iluminada. As rodas são de néon vermelho (como as rodas originais das barcaças) e, visto do Caesar's Palace, elas giram em anéis circulares, dando a impressão de que o cassino está andando.

O outro cassino que arrebentei foi o Caesar's Palace. A entrada é por escadas rolantes horizontais que vagamente te levam entre jardins com muros e paredes de mármore, repletos de fontes iluminadas coloridas esverdeadas, um aqueduto também iluminado. De tempos em tempos se vê em baixo entradas/saídas de carros muito limpas e calmas. Chega-se a um terraço de onde se pode ver a Strip iluminada. Outra escala rolante leva ao Zoológico onde está o tigre branco (uma das raras peças existentes) e o cassino. Mais alguns brasileiros, de São Paulo.

Do cassino se tem acesso ao ginásio onde são apresentadas as maiores lutas de boxe americanas e às galerias comerciais. Esse "shopping center" imita uma antiga villa romana. O teto é pintado de azul, mais escuro no ápice e clareando à medida que desce. Na parte mais baixa do teto um tom alaranjado. Nuvens brancas quebram a monotonia. Esse conjunto dá a idéia de que se está num fim de tarde no Lácio. A iluminação não é forte, o que reforça essa sensação. As lojas têm o aspecto de domi romanas, com os deuses familiares nos pórticos, etc. Aqui e acolá fontes nas piazzæ (praças).

Nele ganhei 40 moedas depois de perder umas 5. Dali fui perdendo to-das, exceto umas 3. Com essas ganhei umas 200. Tudo em quarters. A Mithiko transferiu a metade desse notável patrimônio para sua própria bolsa.

Nessa mesma noite fomos ver um show no Imperial Hotel, chamado The Legends (As Lendas). Um "cover" de astros do passado, a maioria mortos: Neil Diammond, Marilyn Monroe, Blues Brothers (uma dupla que se vestia de gângster e era meio doida. O gordinho, John Belushi, morreu drogado em 1987), Sammy Davis Jr., o maestro Liberace (uma bichona fruto da terra, que entrava em seus espetáculos vestindo roupas brilhantes, capa cor-de-rosa, pendurado por cabos como se fosse um anjo, ria o tempo todo, principalmente de suas próprias piadas.

Um misto de Sílvio Santos, Clóvis Bornay e Pedrinho Mattar), Cher e Elvis Presley. É impressionante como os americanos entram no espetáculo: no fim do show o Elvis estava no saguão distribuindo autógrafos.

Para encerrar, eu fiz questão de jogar um pouco no Pioneer, o cassino-cartão postal de Las Vegas, com um enorme cowboy de néon no pórtico. O cassino está decadente e ainda conserva a mobília da década de 50, quando era mundialmente famoso.

O calor é bravo, estamos no deserto de Mohave, mas muitas pessoas andam pelas ruas. Eu esperava menos movimento, tanto porque o FROMMER'S assim o dizia, quanto pelo comodismo dos americanos.

Capelas. Há um sem-número de capelas que providenciam casamentos em 72 horas. São bonitinhas, pequenas e bem pintadas.

Segue Overton ...

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