Rumamos a Rock Springs atravessando as montanhas. Sobe, sobe, sobe, sobe ... Lá em cima o Red Canyon, um vale enorme onde à esquerda o capim se estende como um gramado cobrindo as montanhas. Aqui e acolá ainda uma mancha de neve nos morros. À Direita um paredão vermelho formando o canyon.
No caminho saímos por uma estrada secundária de terra para Atlantic City e South Pass, vilarejos de madeira do tempo dos mineradores. Uma visita breve.
De volta à estrada principal, logo se começa a ver o South Pass, um caminho por entre as montanhas, ao sul do Sweetwater River, por onde os pioneiros passavam cruzando o Divide (Continental Divide). De lado a lado terra pobre, cheia de arbustos e antílopes (às centenas).O tempo muito frio, talvez pela altura.
Dormimos em Rock Springs e dali seguimos para Fort Bridger ainda pelo deserto do Wyoming. Até Green River a paisagem foi a mesma. Nessa cidade apareceram buttes fascinantes. Pareciam torres avermelhadas de castelo. Um paredão de cerca de 100 metros de altura à beira da estrada. Essa região quebra a área branca arenosa do deserto.
Adiante voltou o deserto plano, tendo como fundo as Rochosas e as Wind River Mountains.
Chegamos ao forte Bridger, onde reconstruíram o antigo posto de trocas.
Do forte original pouco mais que as estruturas ainda existem, pois o lugar ficou por muitos anos abandonado.
Há nele o túmulo de um cachorro herói, que morreu do coice de uma mula do melhor amigo dele.
Rumamos para o norte pela US-189. É uma estrada acompanhada por uma cadeia de morros até Kemmerer. Após isso o Open Range, isto é, um descampado de dezenas de milhas quadradas, arenoso, de terra branca e mortas. Estava um vento frio (± 15 ° C).
Pouco depois de uma estrada secundária para Opal, vem uma enorme represa de águas negras (contrastando com as paradas brancas em volta), do rio Green.
Quilômetros adiante vem a Name's Hill, onde o pregador James Bridger gravou seu nome em 1844. Nesse local, atravessava-se o Green River e se realizava o rendez-vous da Old Oregon Trail.
Passa-se por meia dezena de pequenas cidades (coisa de 300 habitantes).
O cenário não se altera até a bifurcação para Pinedale. Dali em diante a proximidade das Rochosas umedece o ar e a paisagem se altera bruscamente: a terra passa a ficar forrada de grama e árvores crescem nas montanhas. As Rochosas não mais deixam de ser visíveis, próximas, à frente.
Em pouco tempo se entra no Canyon Hoback, onde os pioneiros passaram pela primeira vez em setembro de 1811, quando a turma de astorianos de William Price Hunt e outros 61 viajantes entraram por esse canyon em direção ao Pacífico. Iam como guias os lendários John Hoback, Jacob Reznor e Edward Robinson, todos do Kentucky. Eles se separaram da expedição por aqui, na junção dos rios Hoback e Snake, para irem à caça de castores. Em outubro de 1812, por aí passou Robert Stuart (também da firma Astor) com destino a St. Louis, levando a notícia do insucesso na construção do Forte Astoria. Encontraram os caçadores famintos e sem seus pertences, roubados pelos índios. Os três receberam roupas e alimentos e voltaram à caça e, em 1813, foram mortos pelos índios.
Outra placa conta que num domingo (23 de agosto de 1835) o rev. Samuel Parker fazia um sermão, quando surgiu uma manada de búfalos. Todos saíram à caça, deixando o pastor falando sozinho.
Conosco desce o rio Hoback, rápido, serpenteando sob a estrada, como um cachorro a acompanhar seu dono.
Perto do fim da descida, paredões altíssimos parecem assustadores gigantes de pedra olhando ameaçadoramente o rio.
O rio se acaba pouco adiante, no Snake River.
Segue Jackson ...
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