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CADERNOS DE VIAGEM

AMÉRICA DO NORTE - Estados Unidos - Califórnia

Sacramento

Se São Francisco enriqueceu com o ouro, tudo começou em Sacramento. O suíço Johann Auguste Sutter se casou e veio para os States. Aqui recebeu sesmaria perto de Sacramento, onde construiu um entreposto comercial fortificado: o Fort Sutter. Nele tinha ferraria, armas, etc.

Anos depois ele contratou um capataz de nome James Wilson Marshall para construir uma serraria em Coloma (cóloma), perto das árvores (pelo que deduzi, pois é região serrana, cheia de árvores, ao contrário de Sacramento) da Serra Nevada, às margens do rio Americana.

Um dia, inspecionando a construção, Marshall viu uma pedra brilhante no fundo da água. Era ouro. Com a descoberta, a povoação de Sacramento, à beira-rio, passou a enriquecer pelo movimento de navios no rio homônimo trazendo equipamentos para os mineiros. Neste ponto começou a decadência do Fort Sutter e o enriquecimento da Califórnia.

A nova Sacramento não difere muito do padrão americano de cidade: um centro (downtown) com prédios hiper-modernos. O palácio do governo estadual é o California State Capitol, uma réplica menor do Capitólio de Washington. Apesar de ser palácio de governo, há lojas dentro dele. Vocês já imaginaram lojas de roupas dentro do Congresso ou uma livraria dentro do Palácio do Planalto?

Ela tem um metrô também. Ruas limpas e largas. Trânsito tranqüilo e guardas multando à vontade os veículos estacionados erroneamente. Ninguém lá parece reclamar de indústria de multas. Talvez entendam que a indústria da multa decorre da indústria de infrações dos maus motoristas.

Quando começou a enriquecer, Sacramento atraiu o Pony Express (que ligava St. Joseph, Missouri, a Sacramento), o Wells-Fargo (banco, diligência de transporte). Tudo isso é mostrado na Old Sacramento, onde prédios originais e reconstituídos recriam a cidade daquela era.

Dentre os prédios mais interessantes da Old Sacramento estão os dois acima e o do museu ferroviário (Califórnia State Railroad Museum). Este museu está em dois prédios: um é uma estação ferroviária com vários trens (antigos e modernos). Você vai andando com uma espécie de telefone portátil ("wands") que sintoniza automaticamente em mensagens gravadas quando você chega perto de lugares marcados. Ali a mensagem conta o que você está vendo, com detalhes de datas, eventos históricos etc.

O outro prédio guarda um grande número de trens, máquinas e vagões, perfeitamente cuidados, lustrosos e encerados. Um deles chacoalha como um trem andando de verdade. Um ex-funcionário de ferrovia (como parecem ser todos os funcionários voluntários do museu) mostrou como era o interior daquele vagão, que ia de Oakland a Chicago e pertencia a uma companhia canadense. Os bancos se transformavam em camas em 3 minutos nas mãos dos serventes do vagão. Ele, o funcionário, ficou maravilhado por ver pela primeira vez na vida brasileiros. Segundo ele são, na ordem, os alemães, britânicos, japoneses, neozelandeses os que mais visitam o museu. Perguntou se falávamos o português, disse que falou muito espanhol numas férias no México, mas que achava difícil o espanhol falado pelos latinos.

As ferrovias foram basicamente construídas com mão-de-obra chinesa. Em 1865 a Central Pacific empregava 10 mil deles, a US$ 30,00/mês. Eram 80 - 90% da mão-de-obra da construção civil. Na jornada ferroviária cerca de 1 mil chineses morreram.

No porto está um hotel de quatro andares: a antiga barcaça (tipo rio Mississipi): o Delta King. Entrei nele: um luxo só, no estilo antigo. Ele fica no Sacramento River (águas frias), após ele receber as águas do American River.

No meio do rio a ponte do trem se apóia sobre uma coluna. Quando um ferry se aproxima, a coluna gira a ponte para abrir caminho para o barco, como no Harlem River, em New York.

Há, onde o American River entra no Sacramento River, uma praia onde o pessoal vai nadar. Dá para ver a separação das águas (o American as tem mais escuras). Num pequeno trecho há três pontes antigas: uma verde para carros (sobre o American), uma amarela (que é o cartão postal da cidade, também para carros) e uma preta (giratória, para trens). Sem contar as rodovias tipo "freeway" que cruzam esses rios.

Seguem Placerville e Coloma ...

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