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CADERNOS DE VIAGEM

AMÉRICA DO NORTE - Estados Unidos - Califórnia

San Diego

Fomos para San Diego de trem, no dia 19 à tarde. Saímos à tarde (4:45 horas). No trem, um bando de executivos. Lá parece que eles saem cedo do trabalho.

O trem passa por cidades pequenas e arrumadinhas (em particular San Juan Capistrano), onde vai despejando os "yuppies".

Algumas praias de pouca areia e muitas pedras surgem. Perto de San Diego, o trem começa uma subida longa e lenta, em meio a morros de capim completamente secos e amarelos. Batemos um papo casual com um casal de mexicanos.

O trem contorna a baía de San Diego, de águas azuis profundas, rumo ao centro da cidade. A estação final é um edifício bonito e limpinho no estilo colonial espanhol/mexicano, com duas pequenas torres nos topos em forma de abóbada. Os trilhos ficam quase na rua. Uma baixa cerca divide a calçada dos trilhos.

Bem ao lado da estação está uma estação de metrô, em forma de "S" com lojas nas laterais, teto em forma de círculo. É metrô de superfície, mais se assemelhando a um tróleibus de alguns poucos vagões vermelhos. Uma das linhas parte em direção aos bairros pobres (quase totalmente habitados por latinos) e à fronteira do México que fica a cerca de 6 km dali.

Chegamos à tardezinha e conseguimos um hotel a poucas quadras da estação. O hotel não era novo, mas bastante confortável e limpo. Perto dele, o único lugar nos Estados Unidos onde pudemos tomar suco de laranja sem a casca espremida junto. Isto é, sem cica.

Passeamos pela orla da baía até o anoitecer e depois fomos conhecer as ruas centrais da cidade. Inclusive pelos calçadões por onde o metrô anda.

Visitamos a costa da baía, o embarcadouro. Posteriormente fomos fazer um cruzeiro de duas horas a US$ 15,00 na San Diego Bay. Esse passeio dava direito a uma passagem de ida e volta à ilha de Coronado de barcaça.

No passeio vimos vários navios de guerra, porta-aviões, U.S. Naval Training Center, focas, pelicanos, submarinos e caça submarinos. É bom levar casaco porque venta muito no barco.

Do barco deu para ver a ilusão de ótica do prédio de parede de vidros, imitando o formato de taça. Algumas reentrâncias no alto do prédio, estrategicamente postadas, dá de longe a impressão de serem borbulhas. Assim, visto da baía, o prédio parece uma taça de champanhe borbulhante. Outro prédio de destaque é o do Hotel Pan Pacific, que à noite tem as torres iluminadas, mostrando suas formas hexagonais. Ele foi feito pelos mesmos arquitetos que projetaram a Disneylândia.

Num tróleibus semelhante ao que existe em outras cidades americanas, pagando US$ 15,00/pessoa para uma volta (que dura 2 horas se você não desembarcar em nenhum ponto), demos uma volta por San Diego. O tróleibus cruza a ponte da ilha de Coronado, passa pelo San Diego Zoo, onde se encontra o Spanish Village. O trajeto é interessante para uma visão mais ampla da cidade, mas não substitui uma boa caminhada.

Descemos na Old Town, um quarteirão fechado. Ali as casas são no estilo espanhol, telhado quatro águas e pátio interno. Algumas são térreas, como a enorme casa de Machado y Silva, de 1830, também conhecida como Casa da Bandeira, porque ali a bandeira mexicana ficou supostamente escondida, quando a tropa americana chegou durante a guerra. Outras são assobradadas, como a Casa de Brandini, hoje um restaurante.

Ali também se encontra o museu de Wells Fargo Museum & ATM, que funcionava preliminarmente como banco, correio e transporte de passageiros. Ali se contam estórias como a de C. Bart, ladrão metido a poeta que roubou a Wells Fargo por 12 anos, sempre deixando versinhos sobre a façanha. Também tem recortes de jornais publicando como a viagem de passageiros era terrível. com dicas de como se comportar no trajeto, tal como não perguntar quanto tempo falta para chegar ao próximo posto, não apontar lugar onde ocorreram mortes brutais etc...

Na volta, o tróleibus passou por uma avenida e o motorista, muito gozador, disse que tinha uma placa dizendo "chops cross" (cruzamento para helicópteros). Noutro lugar, uma árvore cercada por gramado de pouco mais de um metro de raio. O motorista disse ser o menor parque nacional dos Estados Unidos, mas ainda assim os burocratas federais colocaram placas de "Proibido Caçar", "Proibido Pescar"...

Adiante, outro trocadilho. A rua estava esburacada e ele falou: "it's not my fault. It's not your fault. It's the asphalt."

Tomamos os ônibus nºs 20 e 13 para conhecer a missão de San Diego de Alcalá, a primeira missão franciscana na Califórnia, construída no Presídio Hill em 1769, e removida para o lugar atual em 1774.

A missão fica muito longe do centro e no caminho se passa pelo estádio de beisebol dos Padres de San Diego. Conosco ia um casal de canadenses que vinha de Vancouver para ver o jogo.

Nessa missão há um cemitério indígena. Um jardim interno com toscas cruzes de pedra marcam o local de algumas sepulturas.

A arquitetura era, naturalmente, espanhola. Num enorme pátio interno muito bem cuidado há placa com a biografia de São Diogo. San Diego foi um santo canonizado a pedido do rei Felipe II, porque salvou da morte seu filho Carlos. A ele foram atribuídos muitos milagres.

No fim da tarde decidimos ir à ilha de Coronado (leia Côr Neido) para ver o hotel onde o rei inglês Eduardo VIII teria encontrado a americana divorciada Wallis Simpson, com quem casou após renunciar ao trono. Foi o primeiro hotel do mundo a ser iluminado por energia elétrica, instalada sob supervisão do próprio Thomas Edison. Também nesse hotel foi filmado "Some like it hot" com Tony Curtis, Jack Lemmon e Marylin Monroe. Um hotel enorme e elegante, com café e terraço dando de frente para o mar, cuja praia de areia fina e sem pedras é mais bonita do que as que vimos em Los Angeles.

Andamos prá burro na ilha, onde a maior parte é tomada por campos de golfe e casas térreas. Nela está o Meridien de San Diego, com flamingos passando sobre os espelhos de água.

A ilha é também ligada ao continente por uma linda e alta ponte em curva. Sobre ela há um pedágio de US$ 1,00, do qual estão isentos todos os carros com pelo menos duas pessoas (os chamados poolcar).

Um trem do metrô leva a San Ysidro, na fronteira com a cidade mexicana de Tijuana (vide relatório sobre o México. Era hora de fim de expediente e tanto o caminho dos pedestres quanto as estradas estavam lotadas perto da fronteira.

A fronteira fica entre morros de cascalho puro, sobre os quais patrulheiros americanos de binóculos vigiam. Dois muros paralelos altíssimos acompanham a linha fronteiriça, dando a impressão de uma enorme prisão.

No vale dos morros, uma avenida com muitas pistas e centenas de carros se afunilam no posto policial, congestionando o tráfego. Ao lado há passarelas com catracas verticais por onde as pessoas à pé atravessam a fronteira. Essas calçadas formigam de gente, talvez por ser hora de fim de expediente.

Há uma travessia de pedestres por sobre a estrada, no lado americano, de onde se pode ver o México (Tijuana) por sobre o muro. Lembra um subúrbio de uma grande cidade brasileira.

Cruzamos essa passarela e fomos fazer compras num supermercado ao pé do muro. Era só mexicano. É um lugar sujo e feio, bem diferente da downtown de San Diego.

Segue San Luis Obispo ...

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