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CADERNOS DE VIAGEM

AMÉRICA DO NORTE - Estados Unidos - Louisiana

Venice e Biloxi

 

Venice

No dia seguinte demos uma volta incrível. Fomos por Arabi à procura do delta do Mississipi. O caminho é plano e o calor úmido. Depois de Arabi, à esquerda da estrada nos acompanhava por todo o caminho um elevado de terra artificial, coberto de grama, usado para proteger a terra das enchentes do rio. Várias refinarias de petróleo e plantações de laranja vão surgindo pelo caminho. Casas palafitas são comuns.

Passa-se por vilarejos pequenos (Belle Chasse, Empire, ...) até Venice, o ponto mais ao sul que se atinge de carro. É uma região de bayous, cobertos por aguapés.

Adiante da cidadezinha há uma fábrica ao lado de um dos braços do delta. Não dá para ir além de carro.

Tentamos pegar um barco para ir até o Golfo do México, mas não havia um único disponível. Nem numa enorme marinha por ali achamos um barco de turismo. Eram milhares de barcos de pesca ou iates particulares.

Na volta paramos no Forte Jackson na Plaquemines Parish. Ele foi construído em 1822 sobre um antigo forte francês, o Bourbon. Esse forte e o de San Felipe, mandado construir em 1792 pelo barão de Carondelet, governador espanhol de Louisiana, formavam a linha de frente da defesa do Delta do Mississipi.

O Fort Bourbon foi ampliado após a tentativa britânica de apossar-se do Delta na Guerra de 1812. O novo forte foi batizado em homenagem ao gen. Andrew Jackson, herói da Batalha de Nova Orleans e sétimo presidente dos Estado Unidos.

Eles se mostraram eficientes na defesa do rio e sua queda em mãos dos federais na Guerra Civil (1861) levou à tomada de Nova Orleans por aquelas tropas.

Após a Guerra Civil, o forte serviu como prisão e campo de treinamento. Foi novamente usado como peça defensiva na guerra entre os Estados Unidos e o México (1898) e na Primeira Guerra Mundial (1917-1918). Depois disso, foi abandonado, encheu-se de terra nas sucessivas cheias do rio Mississipi e tornou-se um lugar infestado de cobras. Hoje é cercado por um fosso de água verde e muros de tijolo. Dentro está arrumadinho, gramado e pintado. Nas laterais os vários compartimentos militares: paiol, estrebaria, ...Ao fundo, largo e manso, o rio Mississipi corre rumo ao mar.

 

Biloxi

Na volta, ao invés de ir para o hotel, pegamos a ponte para Slidell (slidél), em cuja cabeceira está o Forte Pike, outro guardião do porto de Nova Orleans. Essa ponte corta o lago Pontchartrain perto da foz do Golfo do México.

Fomos até Biloxi, no Mississipi. É lindo. Demos uma parada em Bay Saint Louis (1) , onde fomos ver o Golfo do México. Uma praia gostosa, de areias soltas e mar aberto, mas manso. A cidadezinha é muito gostosa. Cruzamos a ponte sobre a baía em direção a Biloxi (bâlócsi). À beira da estrada sucedem-se bairros que parecem de cinema, com casas lindas, algumas com vista para o mar, acompanhando a estrada (Pass Christian, Long Beach, Gulfport ...).

Jantamos num restaurante em Biloxi e passeamos pelo porto. Tentamos jogar algumas moedas no cassino local, a barcaça President, mas havia tanta gente, que não tinha uma única máquina disponível.

 


(1) Ali, em dezembro de 1814, cinco navios americanos dispersaram a armada inglesa que estava entrando no lago Borque. Foi a última grande batalha naval antes da vitória de Jackson em Nova Orleans.

Segue Biloxi ...

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