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SAINT-RÉMY-DE-PROVENCE
Pelas estradinhas típicas do interior francês, rumamos para Saint Rémy de Provence (Sant Reoumi, em provençal). Era domingo e a cidadezinha fervilhava de gente e de barracas de produtos para venda. Só conseguimos estacionar longe do centro, perto do cemitério.
A poucos quilômetros de St. Rémy, fomos conhecer as ruínas da antiga cidade de Glanum, vilarejo dos celto-lígure da tribo salienos, no vale de Notre-Dame-de-Laval, construída entre os séculos 4° e 2° a.C.
Um santuário foi construído sobre uma fonte e dedicado ao deus celta Glanis, de onde o nome do povoado. Ali foram achados nomes de moradores (como Vrittakos, Eporix e Litumaros), bem como divindades (como o próprio Glanis e as deusas Rosmerta and Epona), de clara origem celta.
A oppidum enriqueceu quando os gregos de Marselha subiram o Ródano para comercializar com os nativos. E também helenizou-se. Segundo especialistas, a arquitetura mostra isso.
Quando os conflitos entre os salienos e os gregos se intensificaram, estes solicitaram ajuda aos romanos, que em 125 derrotaram os nativos. Pouco a pouco, por sua localização privilegiada, a vila voltou a progredir, mas os celtas se rebelaram contra os romanos e em 90 a.C. a vila foi novamente destruída. Paulatinamente, a região foi se romanizando.
Logo à beira da estrada, um arco do triunfo (construído entre 10 e 25 a.C.) e um mausoléu de cerca de 40. d.C. (conjunto conhecido como Os Antigos). Neste se lê:
SEX M L IVLIEI C F PARENTIBVS SVEIS
ou, Sextus Marcus Lucius, da (família? tribo? dos) Julios, filho de Gaio, a seus ancestrais.
Mais tarde, quando os romanos tomaram a Gália, a cidade se monumentalizou, ganhando basílica, foro, templos e mansões.
Mas com a chegada dos visigodos, a vila foi definhando e os moradores se transferiram para onde é Saint Rémy.
Do outro lado da estrada, o vilarejo. Uma área bem grande ainda mostra bem visíveis os dois eixos usuais das cidades romanas. Há dois fóruns, banhos, residências de nítida influência helênica (dizem os especialistas), mercado, templo de Cibele, algumas casas grandes (villae), a Fonte Sacrada junto a outros templos e residências nativas, talvez do período mais antigo.
Ao lado do sítio ancião, pode-se ver as paisagens que Van Gogh imortalizou em seus quadros. Um museu ajuda a contar essa história e mostra diversos quadros dele.
Segue para Les Baux de Provence ...
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