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CADERNOS DE VIAGEM

EUROPA - Inglaterra - Sudeste

Ilha de Wight

A ilha é grande e tem o formato aproximado de um diamante. Uma barca parte de Portsmouth para uma travessia de cerca de 40 minutos por um mar azul. O porto de desembarque é em Ryde.

Ryde, ilha de Wight

A ilha era habitada pelos atrebates, um grupo de origem belga que se deslocou para as Ilhas e desalojou os durotriges, camponeses que habitavam a região. Tanto os atrebates quanto os durotriges mantinham intenso comércio com a Bretanha e a Gália celta.

Ao norte dos atrebates viviam outra tribo de origem belga, os poderosos catuvelaunos. Estes apoiaram uma revolta interna dos atrebates. Verica, rei atrebate fugiu para Roma, pedindo ajuda a Cláudio. Este imperador, recém entronado, queria uma vitória militar que impressionasse e consolidasse seu trono. Os romanos invadiram o sul da Inglaterra, derrotando duas tribos em 30 batalhas. Foi o início da romanização da Britania.

Administrativamente, a província dos atrebates foi dividida em três civitates: Silchester, Winchester e Chichester. Cogidubnus, um nobre atrebate, foi nomeado governador desse território. A ilha de Wight ficou sob seu controle.

No século IV começou a invasão dos germânicos. A ilha foi basicamente povoada pelos jutos vindos de Kent no fim do século V e princípios do século VI. Stuf e Whitgar, sobrinhos de Cynric (que com Cerdic liderou a invasão da Inglaterra), foram os primeiros governantes saxões da ilha de Wight.

A cidade de Ryde, porto de entrada da ilha, tem relevo acidentado. As ruas, como sempre, estreitas e movimentadas. Na parte baixa há praias (com areia!!!). A Union Street desce do centro para o cais, até a rua chamada de The Esplanade, que segue a praia e sai da cidade.

Ryde

Ryde é um vilarejo portuário com ares de estância de verão: casas ajeitadinhas, ruas regulares e limpíssimas, pequenas lojas de comércio.

Em Ryde, há um espetáculo imperdível: o balé das águas (Waltzing Waters), no Westridge Centre. Ao som de músicas de todo gênero, as águas dançam por 40 minutos. São inúmeras mangueiras jorrando água para cima. Holofotes vão alterando as cores dos jatos conforme a música se desenvolve. Alterando a pressão ou rodando os aspersores, eles conseguem com que as colunas de água formem figuras como um bolo de noiva, uma bailarina rodopiando, um véu esvoaçando etc. Daí combinam tudo com a música. É simplesmente imperdível.

Newport é a capital da ilha. Uma cidade alegre e acolhedora como poucas. O dia estava ensolarado e a ilha cheia de turistas vindos de todas as partes da Inglaterra e do continente. Ela é, por excelência, a região predileta dos ingleses para veraneio.

O Castelo de Carisbrooke

entrada do castelo de Carisbrooke

O Castelo Carisbrooke, normando, foi construído por sobre as bases de um buhr saxão por William FitzOsbern (o prefixo normando Fitz vem do normando fils, que significa "filho"), aparentado de Guilherme, o Conquistador.

Ele fica fora do centro da cidade, sobre uma colina. Perto do estacionamento há um semáforo porque a rua é muito estreita e em forma de um L. Um corredor leva ao portão medieval.

Como praxe, o castelo é cercado de um fosso (hoje seco e gramado) e seus muros foram construídos sobre altos aterros, como forma defensiva. No interior há outro aterro alto num dos cantos do castelo e, sobre esse aterro, uma grande construção arredondada onde ficava a guarda de vigia.

Recomenda-se extrema cautela no interior do castelo em tempo úmido, pois os degraus que levam ao topo da torre são de pedra não polida (portanto escorregadios) e estreitos.

Tirando a colina interna, o resto da área do castelo é plana e ali ficam as construções principais. Uma delas é o poço cuja água é bombeada por jumentos, construído em 1587. Exibições horárias mostram o trabalho do animal: ele é colocado no interior de uma enorme roda de madeira semelhante a roda d'água. Quando anda, faz enrolar a corda e subir o barril de madeira cheio de água.

Há, também no interior deste castelo, as ruínas da mansão de Carey e o Salão Nobre de Isabella. A capela de São Nicolau é lindamente decorada, com vitrais belíssimos. Ao contrário da maioria das igrejas, seu interior é claro. Nas paredes estão inscritos os nomes dos filhos da ilha que morreram nas Guerras Mundiais.

Nesse castelo foi aprisionado em 1082 Odo, o traiçoeiro meio-irmão de Guilherme.

Em 1078 uma rebelião tirou o castelo dos FitzOsberns, mas os também normandos Redvers o retomaram para si. Posteriormente, pelos anos 1263, a condessa Isabella, de 23 anos, viúva de William de Fortibus, ampliou e fez várias melhorias no castelo.

Apenas duas vezes o castelo participou de ações militares. Em 1136 foi sitiado e tomado pelo rei Stephen e em 1377 os franceses invadiram a costa norte da ilha, destruindo as cidades de Yarmouth e Francheville, e sitiaram Carisbrooke. De acordo com a tradição, o castelo foi salvo pelo lanceiro Peter Heynoe, que acertou o comandante francês, desorganizando o exército invasor, que se retirou para Yarmouth.

Em meio às guerras de dinastia da Coroa inglesa, não raro os capitães do castelo tomavam o partido errado e eram acusados de traidores. Três morreram na forca.

No ano de 1647 o rei Charles I foi preso pelas tropas de Cromwell e mandado para a ilha de Wight. Lá foi inicialmente tratado mais como hóspede ilustre que como presidiário. Contudo, dada a tentativa frustrada de resgate, o tratamento, embora continuasse respeitoso, mudou. Em março de 1648 outra tentativa de resgate quase funcionou. Finalmente ele foi levado de volta a Londres em novembro de 1648 e lá executado em janeiro de 1649.

Esse não foi o único caso de prisão real em Carisbrooke. Em 1650 o futuro rei Charles I fugiu, mas seu irmão Henry, duque de Gloucester (leia-se glósta) e sua irmã Elizabeth, de 14 anos, ficaram nas mãos dos parlamentaristas e foram enviadas para Carisbrooke. A princesa Elizabeth tomou chuva nos gramados, contraiu pneumonia e foi encontrada morta em sua cama na manhã de 8 de setembro desse ano. O príncipe Henry só foi libertado em 1653, quando a família partiu para o exílio.Depois disso, o castelo só voltou a ter importância quando da ameaça da invasão pela Armada espanhola.

vista aérea do castelo interior e ruínas do Salão Nobre
torre de guarda do castelo imagens do castelo de Carisbrooke

 

Há na ilha duas villas romanas interessantes: a primeira é a villa romana de Newsport. Vimos também outra villa romana em Brading, cuja sauna ocupava a maior parte da casa.

Alum Bay e os Needles

as Needled de Alum Bay

No sul da ilha fica o farol de Santa Catarina e a sudoeste o Alum Bay. A caminho de Alum Bay, quase meia hora de carro, vai se costeando os mesmos penhascos de giz. Isso talvez mostre que, no passado, a ilha estava ligada à Inglaterra. Alum Bay é uma pequena baía. De um lado há um cabo entrando mar adentro e acabando nos Needles, formações rochosas que parecem montanhas de giz emergindo do fundo do mar. Nas laterais desse cabo, penhascos de giz, onde pássaros fazem seus ninhos. Em um dos picos do Needles encontra-se um farol. Há um teleférico que vai até lá perto, mas funciona só até uma certa hora.

 

A Villa Romana

Em Newport se pode ver as ruínas de uma villa romana, uma casa enorme de um rico romano-britânico.

O piso em tessaræ (pequenas pedras coloridas formando mosaicos multicoloridos com figuras humanas, de animais, mitológicas, etc.), encontra-se com algumas partes destruídas. A despeito disso, dá para ver a beleza dos desenhos. Pinturas reconstituem as partes faltantes.

Nas casas há os famosos banhos romanos, com água aquecida por fornalhas. O assoalho é apoiado sobre colunas retangulares de tijolos de uns 50 cm de altura. O ar quente circula por entre as colunas e aquece o piso. Ao mesmo tempo, a fornalha aquece a água que cai nas piscinas.

 

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