Já na chegada à Campânia (por Afragola) notamos duas coisas: o trânsito é medonho e o sotaque do povo mantém o cantar e a aspereza do dialeto napolitano, que soa como uma língua semítica.
Cantado. Muitas consoantes iniciais são faladas com uma explosão: ppáte (pai), mmamá (mãe), ggente (gente), ccafé.
Por exemplo: Commè bbenúto stuccafè? (Como está este café?). Ou Sónghe ddóie e nnu quârto (São duas e quinze).
Às vezes parece o português europeu, pelo uso das vogais neutras (â, ê).
E o trânsito. Não há regras. Quem forçar a barra primeiro, entra. Semáforo? Quem se interessa por aquelas luzes piscando? O barulho é infernal e constante, principalmente devido aos milhares de lambretas que circulam por entre os automóveis. Um e outro buzinam por qualquer coisa: para alertar, para chamar a atenção de amigos, para reclamar de algo que outro motorista faz. É estressante!
No primeiro dia na região fomos ver Santa Maria Capua Vetere. Nessa cidade fica o segundo maior anfiteatro da Itália na época dos romanos. Ali um dos gladiadores, Espártaco, provocou uma rebelião no ano de 73 a.C. que passou à história.
O museu local é muito interessante. Seu acervo é separado cronologicamente no início do trajeto. Vai do Bronze da Idade Inicial à Idade do Ferro. Depois, passa a mostrar os samnitas, suas inscrições em osco, suas esculturas e necrópoles. No andar superior, os samnitas são apresentados por tribos. Ali estão os materiais recuperados de diversos cemitérios.
A seguir, estivemos em Cuma, para ver a gigantesca acrópole marítima, cujo porto promoveu a civilização das tribos itálicas moradoras nas áreas banhadas pelo mar Tirrênico que comercializavam com os gregos. Também nesses mares ocorreu a batalha naval que levou ao fim da civilização etrusca.
O sítio ocupa uma área vasta. De um lado, escadas e trilhas levam à parte alta da cidade, onde estavam os templos a Apolo e a Júpiter. Suas ruínas ainda mostram sua grandiosidade.
Na chamada Cidade Baixa ficava o foro e o templo de Diana?).
Segue para Nápoles...
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