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CADERNOS DE VIAGEM

EUROPA - País de Gales

A ilha de Anglesey

Logo na entrada da ilha de Anglesey, depois de passar a ponte sobre o estreito de Menai, na primeira entrada à esquerda, uma placa indica onde fica a cidade de Llanfairpwllgwyngyll. Não sei quem consegue ler isso sem parar o carro.

Depois fomos ver a antiga estação ferroviária de

 

Llanfairpwllgwyngyllgogerychwyrndrobwllllantysiliogogogoch

 

(cuja tradução é Igreja de Santa Maria no Vale da Avelãzeira Branca, Próxima ao Redemoinho Selvagem e à Igreja de Tysilio, vizinho à Caverna Vermelha). Parece que aqui é a Itu de Gales.

estação de trem de Llanfair
Este "palavrão" é o que consta da placa vermelha e branca ao lado da estação

O nome celta da ilha é Ynys Môn. No fim do século XII o clérigo Gerald de Gales (falecido em 1223) chamava a ilha por esse nome, já então considerado arcaico.

Dizia que a ilha era Mona mam Cymru (Mona, a Mãe de Gales). Pela quantidade de câmaras mortuárias e menires ali encontrados, acredita-se ter sido uma região de intensa atividade druídica.

Terra dos deceanglos, batidos em Anglesey pelos romanos em 60 d.C. Como os romanos atribuíam aos druidas a doutrinação dos celtas para que morressem lutando, resolveram perseguir e massacrar esses sacerdotes. Nesse mesmo ano, os romanos se retiraram para combater os icenos, que viviam no leste inglês, capitaneados pela rainha Boudicca (ou Bodicéia).

O general Agricola se impôs definitivamente sobre os ordovices e deceanglos em 78 d.C.

No período pós-romano, Anglesey parece ter entrado na esfera de influência da Irlanda, tal a quantidade de nomes de acidentes geográficos na língua deles.

De qualquer maneira, o cristianismo irlandês exerceu grande influência em Anglesey, como de resto em todo o País de Gales. O mosteiro de Caer Gybi (hoje Holy Head) era ponto de atração de candidatos à vida monástica.

Nessa época, Anglesey se tornou o centro do reino de Gwynedd. A corte ficava provavelmente perto de Abberfraw até sua derrocada por Edward I no século XIII.

Também os viquingues vieram da ilha de Man, de Dublin e de Limerick para atacar Anglesey em diversas ocasiões.

Um desses ataques foi registrado no reinado de Rhodri Mawr (844-878), que foi obrigado a fugir para a Irlanda.Outro no de Gruffudd ap Llywelyn (1039-1063). Ataques também foram relatados em 961 (em Caer Gybi), em 968 (no centro real de Aberffraw), em 971 (em Penmon). Outros assédios ocorreram em 972, em 980 e em 987. Neste último, os atacantes teriam matado mil homens e levado duas mil pessoas como escravos.

Na era nomanda, Anglesey ficou na capitania de Hugh de Avranches, o Gordo, conde de Chester.

Ele mandou construir o castelo de Aberlleiniog, perto de Penmon. Aberlleiniog foi retomado pelos galeses chefiados por Gruffudd ap Cynan. Os normandos tentaram reaver a região, mas tiveram de fugir diante de um inesperado ataque viquingue em 1098.

Depois disso, por cerca de 200 anos, a parcela de Gwynedd a oeste da vila de Conwy ficou sob administração de governantes locais.

Owain Gwynedd (1137-1170) sucedeu a seu pai e pôde governar num período de paz e prosperidade, decorrentes do fim das invasões viquingues.Depois dele, o governo local passou para as mãos de Llywelyn ab Iorwerth.

Alguns castelos foram construídos no período inglês, como o de Beaumaris.

Anglesey só voltou a ser galesa durante os tumultos chefiados por Owain Glyndwr, iniciados em 1401. O rei Henry IV sufocou a revolta em 1408.

Bryn Celliddy Ddu

O "tour" pela ilha começou por Bryn Celliddy Ddu (o Monte do Arvoredo Escuro) a mais bem conservada câmara morturária da Idade da Pedra que vimos até agora, pois conserva a cobertura de terra que tinha.

Ela fica no meio do pasto e para chegar até ela tem-se de passar por uns 600 metros dentro de uma fazenda de gado e carneiros.

A câmara fica sob um morrote de 21 metros de diâmetro e uns 10 metros de altura, coberto de grama e sobre uma câmara poligonal de cerca de 2,4 metros de largura, feito de pedras de todos os tamanhos superpostas.

Há duas passagens estreitas (com cerca de 90 centímetros de largura) levando ao cubículo central. Numa delas está a réplica de uma pedra "decorada", achada no interior da câmara.

Bryn Celliddy Ddu Bryn Celliddy Ddu
Exterior e interior da câmara

Em volta do morrinho estão pequenos menires dispostos em círculo.

Há na ilha inúmeras câmaras do gênero. Convém adquirir um guia e selecionar algumas como paradigmas.

Adiante, ainda na ilha, visitamos outra câmara mortuária, a de Barclodiad y Gawres, situada num penhasco à beira do mar.

Esta também está coberta de terra e é maior que a de Bryn Celliddy Ddu, tendo 27 metros de diâmetro.É fechada à chave, que está disponível na cidade.

De fora, entretanto, pode-se ver seu interior. A câmara tem formato cruciforme.

Ao fim da tarde atravessamos uma ponte longa sobre um estreito de mar e entramos na Holy Island, onde fica a cidade de Holy Head, cidade portuária de onde saem os catamarãs para a Irlanda. Pegamos um deles para Dublin.

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