A cidade, junto à foz do Tejo foi conquistada em 1147 aos muçulmanos, que governavam a região desde o forte de São Jorge e chamavam a cidade de Ashbuna. Ela já fôra uma vila da Idade do Ferro com nome aproximado de Lisabun, tomada pelos romanos que adaptaram seu nome para Lisabona. Quando os visigodos chegaram, seu nome foi alterado para Aschbouna. Após a Asbuna árabe, a cidade retomou o nome romano, ajustado para Lisboa.
Em Lisboa, hospedamo-nos no Campo Pequeno, próximos a uma praça de touros onde há um shopping, com supermercado e praça da alimentação. Depois que descobrimos isso, passamos a ser fregueses dele.
Começamos com uma caminhada até a Cidade Universitária da Universidade de Lisboa. Fui ver como funcionava o Arquivo da Torre do Tombo. O povo que atende é muito simpático e prestativo. O pessoal do terceiro ano em diante pode usar uma capa preta com camisa branca e calças pretas. Alguns portavam escudos ou medalhas. É divertido porque parecem dráculas diurnos.
A pesquisa na Universidade seguiu por mais de uma semana.
Saímos caminhando até a Praça do Saldanha e pela avenida Fontes Pereira de Melo, até a praça Marquês de Pombal. Esta é uma praça estratégica de Lisboa e, por isso, muito movimentada. Muito grande, em formato circular, a ela afluem importantes artérias viárias, inclusive um túnel que é saída da estrada que vem de Cascais. Nela estão grandes hotéis, o Banco do Brasil, e o Parque Eduardo VIII (um jardim inclinado visível de longe). Descemos pela av. dos Libertadores até a Praça dos Restauradores e dela passamos para a magnífica Estação do Rossio, com suas portas principais em forma de ferradura, e chegamos à praça do Rossio, uma praça retangular com estátua equestre de D. Pedro IV (o nosso D. Pedro I).
Como exploração inicial, subimos a rua do Carmo, rondamos o Elevador de Santa Justa e seguimos para a Praça do Chiado. Nela visitamos a Igreja dos Mártires e a tradicional cafeteria A Brasileira, aberta em 1905. Subindo um pouco mais, chegamos às ruínas do Convento do Carmo, que estavam fechadas à visitação. Mais adiante, a parte superior do Elevador de Santa Justa oferece uma vista panorâmica da cidade. O Chiado, assim como o Alfama, são os bairros onde tradicionalmente se ouve o fado lisboeta. Mas também são zonais muito turísticas e nem sempre os preços são justos.
Esticamos nossa visita até a Praça do Comércio, um enorme espaço quadrado circundado por longos edifícios públicos e pelo outro lado pelo rio Tejo.
Esta área é conhecida como a Baixa. Ela foi uma das mais afetadas por um terremoto seguido de incêndio de grandes proporções que destruiu Lisboa em 1755, ceifando mais de 60 mil vidas. Coube ao Marquês de Pombal reorganizar a cidade.
No dia seguinte voltamos à Praça dos Restauradores, almoçamos e fomos à Praça do Rossio. Em um dos cantos está uma praça pequena chamada de São Vicente. pertinho fica um barzinho minúsculo chamado A Ginjinha. Dizem que a melhor ginjinha (uma espécie de vermute com uma fruta chamada ginja nele mergulhada) é a deles. Tomei uma em algumas ocasiões. Hummmm!
Bem nesta pracinha fica a igreja de São Vicente, grande como a maioria das igrejas européias, mas com visíveis sinais de descascamentos de paredes e colunas, bem como marcas negras, provocadas pelo terremoto de 1755 e seu subsequente incêndio.
Fomos conhecer a Praça da Figueira, elegante, ponto final de algumas linhas de bondes.
Retornamos ao Chiado porque a Mithiko não havia visto a estátua em bronze de Fernando Pessoa. Fomos conhecer a Praça Luís de Camões e a igreja de N. Sra. da Encarnação. Descemos pela rua do Alecrim até a avenida Ribeira das Naus. Nela está o Cais do Sodré, de onde partem barcos para Almada, no outro lado do Tejo, e a estação ferroviária de onde saem trens para Cascais.
Caminhamos até o Mercado que ali há, basicamente dedicado à venda de flores. Detrás dele, nas proximidades, fica a igreja de São Paulo, diante da praça de mesmo nome, uma região pobre e sem grandes atrativos.
Pela rua do Arsenal (um longo edifício público de paredes amareladas) chegamos à Praça do Município, onde ficam a prefeitura e um pelourinho estilizado. Em um canto da praça a sempre fechada igreja de Santa Justa.
Dia seguinte. Fomos conhecer a igreja e o claustro do Mosteiro dos Jerónimos. Um roteiro dele pode ser encontrado em http://www.torrebelem.pt/data/tt34_pt_anexo1.pdf ...
Trata-se de um edifício enorme, com as portas e colunas todas trabalhadas, num estilo conhecido como manuelino. O rei D. Manuel pretendeu fazer dele o panteão da família, mas seu filho D. João III deu outro rumo às coisas.
Logo na entrada da igreja estão os sepulcros de Luís de Camões (que está vazio porque as cinzas foram perdidas no terremoto de 1755) e de Vasco da Gama.
No altar mor da igreja estão apenas os restos mortais de D. Manuel I, sua esposa d. Maria (na lateral norte do altar mor) e seu filho D. João III e sua esposa d. Catarina da Áustria (no lado sul do altar mor). Nas laterais do transepto, túmulos de infantes. Também na lateral direita do transepto fica um sepulcro simbólico de D. Sebastião.
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O claustro, como o mosteiro, é grande. As colunas no estilo manuelino abrigam os pórticos. Nas salas laterais encontram-se os túmulos de Alexandre Herculano e de Fernando Pessoa.
Do Mosteiro fomos à Torre de Belém, uma torre construída entre 1515 e 1521 para guardar a foz do Tejo. Erroneamente atribuem a ela o ponto de partida das caravelas que descobriram o Brasil. A vista do alto da torre é magnífica, mas o acesso se dá por uma escada minúscula, em caracol, num corredor de cerca de um metro de largura. Ou seja, o degrau no lado de quem desce tem menos de 10 cm de largura. E dezenas de turistas sobem e descem a todo instante. Na descida da torre, eu escorreguei e quase amassei o pessoal que subia. Um strike! Mas, no fim, salvaram-se todos.
Uma caminhada de poucos minutos em direção ao Mosteiro e vem o Monumento aos Descobrimentos, mostrando o rei D. Manuel no que seria a proa de um navio, seguido pelos navegadores e frades que com eles foram.
Tentamos subir à Ajuda, mas já estava tarde. Assim, passamos pela famosíssima e sempre com filas Pastelaria de Belém, para saborear um pastel de Belém, realmente muito mais saborosos que os outros que comemos nas demais pastelarias.
Muito perto dali, nas rua Vieira Portuense, está o Palácio de Belém, residência oficial da Presidência da República.
Quarto dia, um domingo. Voltamos ao Mosteiro dos Jerónimos, pois em uma parte dele está o Museu Arqueológico. Atenção para visitantes de museus: em Portugal a maioria não opera na segunda feira e alguns também não nos domingos.
Mas não sabemos o porquê, só estavam nos museus duas exibições: a das Religiões de Portugal e a da Ourivesaria. A primeira mostrava lápides, estelas e mais símbolos da religiosidade portuguesa desde as estelas lusitanas da Idade do Ferro até o período romano e visigodo. Nela estavam expostas estátuas de bastos (guerreiros proto-históricos com um escudo redondo sobre o ventre) e de berrões (figuras zoomórficas, geralmente representando touros, porcos ou javalis).
A segunda exibia os objetos em ouro achados no país, desde objetos toscos da Idade do Calcolítico Antigo (c. 2.200 a.C.) até elaboradas peças da era dos árabes.
Na saída, começamos a subida até a Ajuda. Passamos pela Igreja da Memória (também chamada de Igreja da Ajuda), que para variar estava fechada. Paramos para almoçar, sempre comendo os pratos portugueses. No final, o senhor que parecia ser o dono do restaurante e de um sotaque difícil, nos contou rindo que lera que a Dilma Roussef assinara lei dando salário desemprego a presos e familiares. Isso porque eles têm desemprego altíssimo e a cada dia cortam mais os salários e pensões.
Mais subida pela Calçada do Galvão e chegamos ao Palácio. Ele é grande, mas tem os jardins cobertos de matos. Dentro, só pudemos visitar o pátio porque no interior haveria uma exposição de Joana Vasconcelos, uma renomada artista local. Ali por vezes o Presidente da República recebe visitantes estrangeiros e realiza outras cerimônias.
Descemos pela rua D. Vasco e pelas quebradas, às vezes seguindo a linha do bonde, às vezes nos internando. Sem querer, passamos por trás do Arquivo Ultramarino. Acabamos chegando à av. da Índia, onde pegamos novamente o bonde para o centro da cidade, até a Praça da Figueira.
Segunda feira. Vamos conhecer o Alfama, uma espécie de Lapa Carioca em Lisboa. Um bonde sobre a colina, mas sempre muito cheios.
Paramos inicialmente na igreja de Santa Maria Madalena, um templo até bastante modesto, onde havia uma exposição confirmando a autenticidade do Santo Sudário. Não é tão completa quanto a exposição em Turim, mas tem como diferencial a apresentação do lençol com o corpo destacado numa holografia, trazendo tridimensionalidade ao corpo.
Mais acima na montanha vem a igreja de Santo Antônio de Pádua, construída sobre a casa onde nasceu o santo (no estado leigo, Francisco de Bulhões). Ainda se mostra o quarto onde ele nasceu.
Pouco acima no monte está a Catedral da Sé, uma das igrejas mais antigas de Portugal, de 1130, em formato de uma fortificação. Seu interior é enorme e muito escuro. Ali, numa sacristia, estão os restos de São Vicente, patrono de Portugal. Conta a lenda que o corpo do santo chegou a Lisboa em 1173 em uma barca puxada por dois corvos. Por isso, estas aves sempre foram respeitadas na igreja e tinham ninhos em uma das torres da catedral. Em 1978 morreu o último descendente daquele par de corvos. Pela mesma razão, o corvo é a ave símbolo de Lisboa.
Nas laterais do altar mor estão os restos do rei D. Afonso IV, aquele que mandou matar Inês de Castro, e sua esposa Beatriz.
O claustro está bastante danificado pelo terremoto e em suas capelas estão sepulturas de nobres e cônegos da igreja. Também nele estão exibidas as fundações romanas e árabes sobre as quais a igreja foi ereta.
Em seu museu está o tesouro da Sé: patenas, relicários, casulos clericais ricamente bordados, ...
O Castelo de São Jorge. A melhor vista de Lisboa. Trata-se de um castelo árabe, construído em meados do século XI sobre uma aldeia da Idade do Ferro e tomado por D. Afonso Henriques em 1147. Ali se instalou o rei e a corte e ali foram aclamados os reis de Portugal. No período de dominação espanhola (1580-1640) ele assumiu função estritamente militar, que se prolongou daí em diante.
Em seu interior, um Museu Arqueológico mostra o material recolhido de todas essas camadas. Segundo diz um dos cartazes, os fenícios teriam denominado a região como Ullis Buna, que deu no latim Olissipo, no visigodo Aschbouna e no árabe Al-Uxbuna. Daí evoluiu para Lisbona e Lisboa. Puxamos conversa com a moça muito simpática que cuidava do lugar e ela nos disse que as crianças não vêem nelas a herança árabe (magrebina), mas que acolhem a idéia católica de que os árabes eram maus e matavam os cristãos.
Pode-se visitar as torres, mas as melhores visões são de baixo, porque as colunas das torres (por onde os arqueiros lançavam seus dardos) atrapalham a visão periférica.
Pelo castelo passeiam muitos pavões e gatos.
Saímos do castelo já ao anoitecer, para o mirante de Santa Luzia. E descemos o Alfama pela rua do bonde e voltamos para o hotel.
No dia seguinte começamos o giro pelo mirante de Santa Luzia, onde um brasileiro tocava músicas brasileiras ao violão. Almoçamos por ali e na saída passamos pela igreja de Santa Luzia, que estava aberta. Ela é uma antiga mesquita que foi dada em 1147 por D. Afonso Henriques para sobre ela ser construída uma igreja. Notando nosso sotaque, o sacristão nos mostrou uma imagem à direita do altar e disse que tinha sido feita pelo Aleijadinho em Minas Gerais. Hoje a igreja pertence à Ordem de Malta.
Entrou um rumoroso grupo de eslavos e um deles falava inglês. O sacristão ia explicando sobre a igreja e eu traduzindo para ele. Ao cabo, eu e ele fomos sagrados cavaleiros da Ordem. A Mithiko insiste que ele só nos deu um selo da Ordem. Ela não entende bem os ritos ocidentais.
Em seguida fomos em direção à igreja de São Vicente de Fora. Demos de cara com uma das saídas do castelo, junto à igreja do Menino Deus. O guarda do castelo, um tipo africano e extremamente simpático disse que era amigo da freira, que tinha a chave do da igreja e iria nos deixar entrar. Mas chegou um casal jovem de franceses e que queria visitar o castelo e lá foi ele explicar onde era a entrada dele. Dizia que o casal devia fazer como o Zidane e pimba! pra direita e depois como o Platini e pimba! para a esquerda ... E tudo em francês. Todos riam do jeito de ele explicar.
Por fim entramos. Convidei uma francesa que estava tirando fotos. Ela entrou com a gente, mas logo saiu. Pensei que tinha desistido, mas havia ido buscar uma amiga. Lá fomos os cinco para a igreja. Esperamos um pouco pela irmã, que nos conduziu à igreja. Misturando um pouco de francês e de inglês, pudemos conversar com as simpáticas francesas. A irmã também arranhava o francês. Um vislumbre de como teria sido a torre de Babel.
A igreja é modesta e escura, com mármores rosa e marrom. Servia a uma ordem religiosa feminina.
Dali seguimos subindo o Alfama e demos com os ossos na Igreja da Graça, também com um mirante muito bacana, mostrando os bairros mais internos de Lisboa (Anjos, Estefânia ...).
Descemos pela rua Voz do Operário, assim chamada por nela ficar a Sociedade Cooperativa Voz do Operário. Nesta rua trafegam também carris para a Baixa. Por fim chegamos à Igreja de São Vicente de Fora. Mas a igreja estava fechada. Só pudemos ver os restos arqueológicos do velho templo (cisterna, fundações romanas, visigóticas e árabes, tesouros da igreja etc). Na saída ficamos conversando com os senhores que cuidam dele. Um deles parecia meu avô materno, quando novo, só que de olhos azuis. Contou-nos que tinha netos e sobrinhos no Brasil. Mas que não ia lá porque não gostava de viajar avião.
Descemos para ainda ver o finzinho da Feira da Ladra (uma feira de brechó, mas com artigos que pouco vemos no Brasil: cavalos de ferro, porta-livros etc). Pouco mais abaixo fica o Panteão Nacional, que também estava fechado.
Voltamos pelo Alfama baixa, também conhecida por Mouraria, pois para ali se dirigiu a população do Castelo de São Jorge, quando este foi tomado pelos cristãos. Nesse trajeto passamos por uma igreja ortodoxa de rito russo. Perto da Estação de Santa Apolônia, vimos o Chafariz del Rey, um vistoso edifício com bicas, onde no passado a população se abastecia.
Seguimos pela rua do Cais de Santarém e rua Alfândega e num passeio peatonal já perto da Praça do Comércio conhecemos a Casa dos Bicos, construída a mando de D. Brás (filho do governador das índias Portugueses, D. Afonso Albuquerque).
No dia seguinte, tomamos o metrô de Santa Apolônia. E fomos imediatamente para o Panteão Nacional, antiga igreja de Santa Engrácia. Um ambiente gigantesco, como uma catedral vazia. Nesta nave, túmulos votivos (cenotáfios) a diversos personagens dos tempos gloriosos portugueses: D. Manuel, Vasco da Gama, Nuno Álvares Pereira, Pedro Álvares Cabral, infante D. Henrique e Afonso de Albuquerque. Salas laterais guardam os restos de outras personalidades de destaque em Portugal. Numa está Amália Rodrigues, a fadista símbolo de Portugal, em outra os ex-presidentes da República, numa terceira escritores, como Garrett, João de Deus (1830-1896, poeta e autor da Cartilha Maternal, método de alfabetização usado em Portugal até inícios do século XX), Guerra Junqueiro ...
Deitado solenemente no centro do Panteão estava um gato. O senhor que cuidava do prédio disse que o gato parecia turista: entrava, percorria as salas e depois saía. Era uma atração à parte.
Do segundo andar tem-se uma vista estonteante dessa enorme nave, a uns 50 metros de altura. Mais no alto há acesso externo à torre, com ampla vista do Tejo e suas pontes de referência: a 25 de Abril e a Vasco da Gama.
Dali fomos ver finalmente a igreja de São Vicente de Fora. O claustro da igreja dá acesso ao Panteão da família dos Bragança. Ali estão enterrados, em meio aos outros reis da dinastia, D. João VI e dona Carlota Joaquina. Há um túmulo de D. Maria, mas afirma-se que ela está sepultada na Basílica da Estrela. D. Miguel e Dona Isabel também lá estão. D. Pedro IV, o nosso D. Pedro I, tem lá sua tumba, mas está declarado que por decreto governamental, seus ossos puderam ser transladados para o Museu do Ipiranga, em São Paulo.
Outra sala maravilhosa neste claustro é a capela. Feita com madeira de jacarandá do Brasil, é ricamente desenhada.
A igreja também é bonita, grande, solene, com altar sob um badaquino.
Na saída puxamos conversa com o pessoal que cuidava da igreja. Um senhor de olhos azuis disse que tinha sobrinho, filho e netos no Brasil, mas não se sentia bem no avião em razão da turbulência. Disse que uma vez fora à Madeira e quase morreu. Ele também contou que gostava do jeito do brasileiro falar, mais aberto.
Na saída tivemos sorte de pegar o carril (ou elétrico) 28, que nos levou à Basílica da Estrela, ou mais propriamente do Sagrado Coração de Jesus. O elétrico balança loucamente, em especial nas curvas. É difícil ficar em pé nele, mesmo segurando as flácidas alças no teto. Ele desce até a Baixa, cruza a Praça do Comércio até o Cais do Sodré e sobe para ao Chiado, seguindo pela via ao lado da praça Luís de Camões.
Esta basílica fica no bairro da Estrela, defronte a um jardim e foi mandada construir em 1779 a pedido de D. Maria I, em cumprimento a promessa que fizera para ter um filho do sexo masculino. Nela, D. Maria I foi enterrada depois de ter seu corpo sido transladado do Rio de Janeiro. Também ali descansa, não exposto, o corpo de São Exupério, mártir em Roma que descansava nas catacumbas e cujos despojos foram dados como presente a Portugal pelo Papa Pio VI em 1791.
Na sacristia da igreja trabalha um capixaba que há muitos anos mora em Lisboa.
Aproveitamos a proximidade para conhecer (por fora) a Assembléia da República, na rua Carlos I, na Madragoa. Ele é muito grande e parece que foi no passado mosteiro beneditino. Ali ficava o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, hoje abrigado pela Universidade de Lisboa.
Descemos pela rua D. Carlos para o Cais do Sodré e dali para a Praça do Comércio e para o hotel.
Por fim, fomos conhecer o Parque das Nações, um conjunto turístico feito para abrigar a Feira de Lisboa. O trem chega numa estação desenhada pelo arquiteto espanhol Calatrava. É quase impossível descrevê-la, porque apresenta formas muito estilizadas de curvas e arcos.
O conjunto guarda uma semelhança conceitual com a Cidade das Artes e Ciências de Valência: edifícios gigantescos, em formatos futuristas, com muita água em meio deles. O prédio principal é o Centro Comercial Vasco da Gama. Ao lado dele estão o Pavilhão Portugal, o Pavilhão de Ciências, o Oceanógrafo e diversos outros. Um teleférico vai de lado a lado, sobre a margem do rio Tejo.
Dali se vê de bem perto a monumental ponte Vasco da Gama, de cerca de 14,5 km. de extensão sobre o rio Tejo. Rio aqui bem raso, coalhado de bancos de areia.
Na volta fomos à Praça Saldanha procurar uma livraria. Dentro do prédio, perguntei onde ela ficava. A moça que a mostrou era mineira de Patos de Minas.
Por fim, visitamos o Museu Calouste Goulbenkian, que guarda uma enorme quantidade de bens de arte e história que ele comprou durante a vida. Há moedas romanas, peças egípcias, uma variedade enorme de quadros de artistas consagrados, estátuas, tapeçaria, peças orientais de porcelana e outros materiais (egípcia, chinesa, indiana, persa ...), tapetes enormes e artisticamente decorados (para paredes e não para o chão), estantes, escrivaninhas ...
Neste ponto, demos Lisboa como razoavelmente conhecida. Rumamos para o aeroporto, alugamos um carro e cruzamos a Ponte Vasco da Gama e rumamos para nossa segunda base em Portugal: Alcácer do Sal, no Alentejo. Para minimizar a carga e descarga diária de malas e sacolas, preparamos algumas valises com o necessário para alguns dias e nos hospedamos em cidades de onde pudéssemos conhecer as redondezas num raio de 50 km.
De Lisboa partimos para um giro por todo o país. Dois meses de nomadismo. E encerramos a viagem em Lisboa, onde eu vi os últimos processos que queria ler no Arquivo da Torre do Tombo, compramos lembranças. E tomamos o avião de volta.
Segue para Cascais e Estoril ...
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