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CADERNOS DE VIAGEM

EUROPA - Portugal

Vila do Conde e Póvoa do Varzim

Dia 16, domingo. Saímos para Braga e no caminho passamos em Vila do Conde.

A povoação de Vila do Conde é muito antiga, anterior à fundação de Portugal, e o seu topónimo não sofreu alterações, era já Vila do Conde. A primeira referência a Vila do Conde é do ano de 953 no livro da condessa Mumadona Dias onde é referida como Villa de Comite. D. Sancho I apaixonou-se por D. Maria Pais levando a que a vila passe a estar na posse desta. A sua tetraneta, D. Teresa Martins e o seu esposo Afonso Sanches, filho ilegítimo de D. Dinis, fundam o Real Mosteiro de Santa Clara, em 1318. D. Manuel I concedeu-lhe foral em 1516 e a população da vila participa ativamente nos descobrimentos portugueses, entre eles Paulo e Francisco Faria na viagem de Vasco da Gama à Índia.

Hoje, tirando o centro histórico, a cidade é moderna, de edifícios baixos e bem conservados. Tem grandes jardins públicos.

Nela vimos a foz do rio Ave. Ali estão ainda um forte (São João Batista) e uma capela de (N. Sra. da Guia, do século XI).

Rio adentro está uma réplica de uma caravela, aberta a visitação. E, imponente, o Convento de Santa Clara, um edifício de 4 ou 5 andares.

Há uma lenda de 1625 que nos conta que a certa altura da história do Convento havia bastante relaxamento na vida religiosa das monjas. Orgulhosas, recusavam os trabalhos, davam-se a falatórios inconvenientes e eram pouco zelosas em acorrer à reza nas horas canônicas. havia, entretanto, uma exceção: a irmã Berengária. Humilde, cumpridora, imitava os melhores exemplos das passadas Clarissas, não se furtando às tarefas mais humildes, que executava com alegria e sentido fraterno.

Aconteceu que nesse período, a abadessa faleceu e foi preciso eleger a sucessora. Havia muitas interessadas no cargo, que dava autoridade e visibilidade social. Quem não pensava nisso era sem dúvida a solícita Berengária. Na hora da eleição, cada uma das eleitoras, para que as amigas não acedessem ao abadessado, votou do modo que menos pudesse prestar – na Berengária – pensando assim protelar a decisão, ao entregar o voto a uma incapaz.

Mas, quando a irmã Berengária verificou que tinha sido eleita segundo todas as regras, decidiu aceitar o cargo. Não o tinha pedido, mas não o recusava. As demais monjas mofavam e recusavam-se a obedecer-lhe, afirmando que a votação não fora a sério. Perante a rebeldia manifesta, a nova abadessa foi firme e ousada: ordenou que as suas antecessoras, que ali jaziam sepultadas, viessem prestar-lhe a homenagem de obediência que as freiras vivas recusavam. Eis então que as antigas abadessas se ergueram das sepulturas e ali se mostraram em atitude respeitosa. O resultado não podia ser outro: as monjas arrependeram-se da sua soberba e acataram a autoridade da nova abadessa.

A abadessa Berengária é efetivamente uma figura histórica, tendo estado à frente do convento de 1384 a 1406. Embora o milagre que lhe é atribuído seja uma lenda, a narrativa é de cunho edificante, ao valorizar virtudes indispensáveis à vida em comunidade, como a dedicação ao trabalho, a oração e, sobretudo, a obediência.

Praticamente ligada a Vila do Conde está Póvoa do Varzim. Cidade igualmente moderninha, que abriga um cassino à beira-mar e um longo aqueduto romano na saída da cidade.

Segue para Vila Nova de Famalicão ...

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