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CADERNOS DE VIAGEM

EUROPA - Espanha - Galícia

As Pontes de García Rodríguez, Viladonga e Coaña

As Pontes de García Rodríguez

No nordeste da província de Vigo (Galícia), fomos ver a Eira das Meigas, que dizem ter sido um cromlech (círculo de pedras sagradas) em que as Meigas galegas se encontravam. Segundo o guia que tinha então, o cromlech se encontraria onde hoje está a Capela de Santa Cristina, no povoado de Aviño, que fica bem escondido em meio a centena de outros. Acontece que a capela local é de São Miguel e ninguém dá notícias da capela de Santa Cristina. Mais tarde descobrimos que o sítio fica no monte Neme (palavra derivada do celto-galaico nemeth, lugar sagrado), próximo ao vilarejo de Razo, na paróquia de Cances.

Dali fomos ver as Ourelas, outro cromlech na cidade de As Pontes de García Rodríguez. A cidade tem esse nome porque ali Garcia Rodriguez fez algumas pontes sobre o ribeirão. Nos arrabaldes da cidade há um morro em cuja parte alta estão duas "medonhas" (montículos de terra que na pré-história servia de túmulo). Mas elas estão cobertas de terra e mato alto.

Viladonga

castro de Viladonga

No fim do dia, as coisas começaram a melhorar e descobrimos o castro de Viladonga. Ele é galaico-romano e tem casas quadrangulares, arquitetura romana e não celta. É cercado por uma paliçada de terra e um fosso seco externo.

O museu próximo é moderno e não é grande. Mas muito bem arrumado e iluminado. Três salas contíguas cobrem vários aspectos da vida dos habitantes do castro. A primeira é dedicada ao habitat, a segunda à cultura material e a terceira às crenças e quotidiano.

Suas vitrines mostram desde objetos de cobre e ferro (armas, brincos, braceletes etc.) até cacos de vidros romanos, muitos deles coloridos, moedas e peças de pedra lavrada. Há um interessante jogo de tabuleiro em que o tabuleiro é uma lápide de piçarra com linhas horizontais e verticais formando quadrados, como num tabuleiro de damas. Há peças de pedras mais escuras outras de pedras mais claras. Um outro tabuleiro vinha com pedras coloridas.

Na peça ao lado, os especialistas lêem a palavra NANTIVS.

Outros grafites apresentam fragmentos de outros nomes (NESAE, FSD, MI,...AM .. (?) e outros. Isso faz supor a existência de pessoas alfabetizadas no castro, em meio a populações ágrafas. Também chama a atenção que esse nome só foi até agora encontrado na Espanha na região de Lugo. Uma pretensa inscrição funerária em Vigo que traz esse étimo é ainda objeto de debate. De qualquer forma, parece que provém da raiz gaulesa *nant- (vale profundo) e que foi preservada mesmo após a romanização em nomes como Nantius, Nantinus e Nantillius. Talvez também esteja na origem do topônimo Nantes, na França. Uma Nantie aparece ao lado do nome Quinti (seu irmão?) numa estela encontrada em Lugo. Uma outra estela local registra a sepultura de Aurelia Nantia, de 18 anos, filha de Aurelius Frontus.

Cruzamos a alta Cordilheira Cantábrica. Uma das serras é chamada de Serra da Faladoira, perto do Ortegal. Diz-se que a mulher do soberano visigodo foi acusada de adultério e enterrada viva nessa serra e que ainda hoje se pode ouvir a voz dela protestando inocência.

No caminho a rádio galega tocou uma bossa nova cantada em inglês e Ô Balancê, Balancê cantada em galego. A TV mostra dois crioulos com a cabeça raspada, sotaque carioca e uma bandeirinha do Brasil, como se fossem dois jogadores de futebol, numa propaganda de cerveja. Uma outra propaganda de Liga de Futebol mostra alguns jogadores sentados, com as mãos amarradas para trás, como seqüestrados. Um deles veste uma camisa do Barça com o nome de Rivaldo nas costas. O Rivaldo e seu filho fazem uma outra propaganda de um achocolatado (chocolao) na TV.

castro de Coaña

Coaña

A oeste das Astúrias, encontramos um outro castro galaico famoso: o de Coaña. Também se trata de assentamento de povos possivelmente originários da Meseta Central, datado do século I a.C. e abandonado no século II a.C.

     

Segue Oviedo ...

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