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CADERNOS DE VIAGEM

EUROPA - Espanha - Andaluzia

Córdoba

Córdoba é uma cidade de porte médio. Seu anel externo é moderno, mas o centro é o desastre de sempre.

As origens de Córdoba passam pela instalação de uma colônia romana entre 169 e 152 a.C. por Claudius Marcelus. Por sua situação privilegiada, ela logo se converteu em capital da Hispania Ulterior. Ali nasceram Seneca e Lucano.

Em 711 os árabes chegaram e em 7167 fizeram dela a capital do Al-Andaluz. Cinquenta anos depois, o príncipe omeya Abd-Ramã se nomeia emir, e reconhece Bagdá apenas como capital religiosa. Em 929 Abd-Ramã III proclamou o califado de Córdoba.

A cidade se transformou nesse período no centro cultural do Ocidente. Tinha universidade, bibliotecas, edifícios públicos. A população superava a casa de milhão de pessoas. Havia cerca de 1600 mesquitas na cidade.

Guerras internas na família governante levaram Córdoba a pertencer ao ta'ifa de Sevilha em 1013.

Na cidade viveram o poeta árabe Abn-Razã., o médico e pensador de origem hebréia Maimónides e o filósofo de origem árabe Averroés.

Em 1236 Córdoba caiu em mãos dos Reis Católicos.

A parte mais visitada é o centro velho, que fica às margens do Guadalquivir (aqui raso, espraiado, feio e meio mal-cheiroso). Uma ponte romana liga a torre de la Calahorra (hoje museu que exibe as culturas cristã, judia e árabe) e a Puerta del Puente.

O local mais visitado é, sem dúvida, a Catedral-mesquita. Uma das entradas ao pátio que dá acesso à Catedral é a Porta do Perdão, assim chamada porque numa determinada data o cabido ali perdoava dívidas dos moradores. O pátio (dos Naranjos, para variar!) é cheio de laranjeiras. Seu piso é de tijolo cru e por ele passam as canaletas que distribuem a água proveniente dos chafarizes que ali jorram.

O interior da Catedral é misto. O núcleo é renascentista. Defronte ao altar-mór está sepultado o bispo Leopoldo da Áustria, filho natural do imperador Maximiliano da Áustria. O restante é composto por fileiras paralelas de colunas e cada uma unida a outra por dois arcos paralelos rajados de branco e vermelho. Isso produz um efeito hipnótico de perspectiva.

Nas laterais há capelas. Numa das paredes fica o mirab (sala onde o califa dirigia as orações nas sextas-feiras). Ele é ricamente decorado em estilo árabe, com muitos desenhos geométricos e frases em árabe.
A sacristia guarda um ostensório enorme, todo em outro, com figurinhas minúsculas e trabalhadas.

Junto às muralhas fica o Alcázar de los Reyes Cristianos. O edifício é um alcácer moderno, com dois destaques: a capela com mosaicos romanos do século I d,C. nas paredes e os banhos reais. Os jardins são de cinema, dignos do Generalife de Granada. Águas caem aos borbotões num tanque de peixes. Por duas canaletas laterais, elas vão a outro tanque de peixes mais abaixo e dali, em cascata, para canaletas que, por pressão, fazem dezenas de jatos de água serem lançados para o alto e em parábola dentro de um espelho de água. O espelho de água segue por uma canaleta a outros espelhos também esborrifados por jatos de água análogos. Cada piscina é circundada por flores vermelhas.

Há dois conjuntos paralelos de piscinas, separados por ciprestes aparados. A área toda é salpicada de ciprestes e laranjeiras que aromatizam o ar.

Nesse centro velho fica o movimentado bairro da Judería, com comércio fervilhante, ruas anguladas e estreitas e uma sinagoga do século XVI. Há uns banhos árabes meio escondidos em lojas comerciais.
Córdoba é famosa por seus pátios multicoloridos por ladrilhos e flores. Há concurso anula para escolher o mais belo pátio.

Duas praças bonitas marcam os limites da cidade velha: a Plaza de las Tendillas, com jatos de água brotando do chão, e os Jardines de la Victoria, na parte moderna da cidade.

Do tempo dos romanos ficou um conjunto arqueológico ao lado do Ayuntamiento (torres altas de um templo imperial e escavações de outros edifícios) e o Mausoléu no Passeo de la Victoria.

O Museu Arqueológico tem duas seções dignas de nota: a romana e a árabe. A primeira exibe inúmeras lápides votivas e funerárias, um conjunto de caixinhas funerárias e diversos tessaræ. O setor árabe mostra arte e escultura dessa gente. Há uma pequena seção dedicada à epigrafia, com a lápide da fundação da mesquita e algumas lápides funerárias.

A oito quilômetros de Córdoba fica o imenso sítio arqueológico de Madinat-al-Zahara, antigo palácio califal construído em 936 por Abd-Ramã III em honra a sua favorita al-Zahra. As obras duraram 25 anos e, segundo crônicas da época, o palácio se assentava sobre mil colunas e que as paredes eram recobertas por ouro.

Em 1010 foi saqueado e incendiado pelos berberes na Fitna, a guerra civil que estilhaçou o califado em ta'ifas. Ali foi a corte de Abd-Ramã III, seu filho Al-Raquém II e o filho e sucessor deste, Rixén II. Embora apenas dez por cento da área (cerca de 1120 hectares) tenha sido escavada, já se recuperou a área residencial, o Dar al-Wuzara (casa dos vizires, onde embaixadores eram recebidos e o colégio de vizires se reunia), as bases da mesquita aljama, a Dar al-Mulk (casa real, fechada ao público) e parte do pavilhão central (em reconstituição).

 

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