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CADERNOS DE VIAGEM

EUROPA - Espanha - Galícia

Santiago de Compostela

catedral de Santiago de Compostela

Fomos a Santiago de Compostela. Estava chovendo, mas as praças da Catedral estavam lotadas. Peregrinos e turistas de todas a nacionalidades.

Assistimos à Missa do Peregrino. O interior da igreja estava lotado. A homília foi feita em várias línguas, inclusive o português. Além disso, um padre brasileiro fez outra prédica. Super-representação da língua portuguesa. Ao final, a incensação pelo enorme turíbulo suspenso por cordas, puxado por oito homens. O turíbulo começa a oscilar como um pêndulo e em seus movimentos mais altos quase atinge o teto da basílica.

Na entrada da Catedral fica o Pórtico de Santiago, que os peregrinos beijam ao entrar (a crença popular manda por os dedos nos buracos que há nele e dar cinco cabeçadas na imagem que fica em sua parte baixa).

Na parte detrás da Catedral há um pátio enorme, onde se forma a fila daqueles que querem abraçar a imagem de São Tiago, descobertos no século IX por Teodomiro, bispo de Iria. Os ossos do santo e de seus discípulos Atanásio e Teodoro  estão num caixão de madeira prateada bem abaixo do altar-mor, numa catacumba. Pode-se vê-la através de uma parede de vidro na catacumba.

A cidade toda gira em torno da Catedral. Música irlandesa é vendida como galega por ser celta.

O comércio oferece imagens de umas bruxinhas chamadas Meigas, provavelmente de origem druídica, que atraem fortuna e saúde. Porém, de acordo com a mitologia local, as meigas são seres meio indefinidos. às vezes, a representação do malévolo, do mal, do danoso, do prejudicial e do pecado. Sua identidade reside na velhice, à qual se acrescentam a dureza, a crueldade e a vingança. Dizem que os galegos mais singelos recorrem a elas para curarem as doenças e descobrirem o futuro.

Elas vêm associadas a sortilégios (as meiguerias) e se crê que sejam dotadas de poderes sobrenaturais e diabólicos, cavalgando à noite pelos ares em vassouras mágicas e se dirigindo aos sábados a Sevilha ou à região do Coiro de Cangas, onde se reuniam com o diabo. Antes do vôo para esses encontros, untavam-se com unguentos preparados na pedra da lareira e às vezes preparavam beberragens para os rapazes a quem iriam sugar o sangue.

Na comarca de Bergantiños, um cromléch (círculo de pedras) encontrado no topo de uma colina foi chamado de Eira das Meigas e acreditado como centro de reunião de Meigas.

Nos tormentos da Santa Inquisição, as acusadas de meigueira confessavam falar com defuntos, curar doentes com ervas de dezoito cemitérios, fazer voltar o leite às amas pelo uso de ervas, transformar-se em abelhas para causar danos aos animais domésticos e outras estrepolias do gênero. Uma crença galega diz que o beliscão de u'a meiga transforma a beliscada em meiga se o beliscão não for prontamente devolvido. Por isso, criou-se a tradição local entre as moças de se beliscarem entre si.

Também que acredita que o antídoto mais eficaz contra a ação das Meigas seja levar um dente de alho pendurado no pescoço.

Crêem também na existência das fadas, umas boas e outras más.

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