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CADERNOS DE VIAGEM

EUROPA - Espanha - Andaluzia

Santiponce e Carmona

 

Santiponce

 

Muito perto de Sevilha, na estrada para Mérida, fica o vilarejo de Santiponce, sobre a antiga cidade de Hispalis (a Vetus Urbis, ou cidade velha), tomada aos cartagineses pelas tropas de Publius Cornelius Scipio, o Africano, em 205 a.C. Praticamente ao lado de Hispalis fica a monumental Itálica, cidade fundada por Adriano em 125 d.C. como Nova Urbis.

A cidade nova cresceu e no século I d.C. já contava com dez mil habitantes. Nela nasceu em 53 d.C. Marcus Ulpius Trajanus, futuro imperador, filho do pró-cônsul do mesmo nome. Também ali foi terra natal de Publius Aelius Adrianus, nascido em 76, filho de um senador, irmão de Trajanus. Publius Aelius foi para Roma e lá foi adotado como filho pelo tio imperador, a quem sucedeu.

Adriano conferiu à terra natal o status de colônia, o que convertia todos os habitantes em cidadãos romanos, com todos os direitos daí decorrentes. Ademais, podia cunhar moeda e criar senado local.

O ocaso veio no século V, quando a região foi abandonada. As muralhas da cidade foram reconstruídas no século VI por Leovigildo, enfrentando as hostes de seu filho Hermenegildo. Em 693, Itálica era sede de bispado. Os muçulmanos tomaram a cidade sem qualquer esforço. Igualmente , no século XIII, a vila caiu em mãos cristãs sem resistência.

Gusmão, o Bom, mandou construir o Mosteiro de San Isidoro del Campo em 1301.

Da Vetus Urbis se vê o Anfiteatro. Foram escavadas necrópoles, uma casa de Vênus e pedaço de muralhas. As escavações trouxeram à vista parte da Nova Urbes construída pelo imperador Adriano. Logo na entrada se vê a canalização subterrânea para as águas e esgotos.

Vê-se a Casa e o Colégium da Exedra, além das Casas de Netuno, dos Pássaros, de Hylas, do "Emparrado" e da "Cañada Honda". Algumas conservam os mosaicos do piso (tessaræ) e algumas colunas. A Casa dos Pássaros (assim chamada por ter um mosaico de pássaros) é a melhor recuperada.

As Termas Menores estão sendo escavadas. E o Traianæum (Templo de Trajano deificado por seu filho Adriano) também está ainda sendo trabalhado.

A Casa do Planetário, que recebeu esse nome por ter um mosaico com deuses que hoje são nomes de planetas, pode ser vista de um mirante elevado que há em sua entrada.

As Termas Maiores impressionam pela grandeza. Mas o choque final fica por conta da enorme arena (chamada de anfiteatro), com capacidade para 25 mil pessoas. Um verdadeiro estádio de futebol de 2000 anos de idade e em cujas areias muito sangue já rolou. Estão abertas ao público as arquibancadas, os corredores dos gladiadores e a própria arena.

 

Carmona

 

Fomos conhecer outro ponto alto da viagem: a necrópole fenícia de Carmona, entre Sevilha e Córdoba.

Na região havia um povoado da Idade do Bronze que no século VIII a.C. tomou contato com os mercadores de bronze e ferro fenícios. Os nativos extraíam o bronze e o ferro e compravam dos fenícios bens duráveis e de consumo. Aos poucos adotaram traços culturais orientais, gerando a cultura conhecida como tartéssica. Dentre as incorporações culturais, absorveram o rito funerário crematório e a guarda das cinzas em pequenos potes de barro ou pedra em nichos nas paredes de câmaras subterrâneas (hipogeu) a cujo interior se acessa por escadas cavadas na pedra. A gruta tinha função de jazigo familiar.

As câmaras eram fechadas, com portas ou com lousas de pedra. Algumas delas deviam ser decoradas. Os corpos eram cremados muitas vezes no próprio hipogeu, sendo o corpo deitado sobre camadas de troncos perpendiculares que serviam de pira. As cinzas e fragmentos de ossos eram recolhidos e depositados em urnas. Outras vezes, a pira era montada numa cova quadrilátera escavada no chão e, depois de queimados, os restos eram cobertos com uma lousa e ali postada uma lápide funerária.

São vários os hipogeus ali existentes. As tumbas principais são o Mausoléu Circular, a Tumba do Elefante (em realidade, um conjunto formado por um santuário a Cibeles e Átis, uma estátua de um elefante de pedra e algumas covas vizinhas), a dos Quatro Departamentos (caverna com quatro cômodos, cada qual servindo a uma família), a Tumba das Guirnaldas, a Tumba de Postremius (um centurião romano) e a fantástica Tumba de Servilia (talvez templo onde se realizavam os banquetes fúnebres, tendo ao final uma gruta, onde se encontrou um corpo de uma jovem de 18 anos, filha do governador local).

Os romanos chegaram após os cartagineses e trasladaram o povoado para outra parte da atual Carmona. Construíram o teatro ao lado da necrópole, que continuou com sua função (e seu rito funerário, que foi adotado pelos romanos).

Séculos depois, os árabes ocuparam Quarmuna até sua tomada por Pedro, o Cruel.

 

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