ícone carta
Contate-nos
ícone
Receba notícias
ícone lupa
Pesquise no site
adicionar aos Favoritos
Gostou? Adicione aos Favoritos!

CADERNOS DE VIAGEM

EUROPA - Espanha - Catalunha

Tarragona

Tarragona foi fundada a partir de um povoado ibérico dos cosetanos. Depois foi colonizada por fenícios e gregos, que lhe deram o nome de Caliópolis (cidade formosa). Por alguns anos foi tomada por Aníbal (sob o nome de Cosse). Em 218 a.C. os irmãos Publius e Cneus Scipio tornaram-na parte do império romano sob o nome de Tarraco. A cidade progrediu muito rápido e logo se tornou a capital da província da Hispania Citerior, a maior província do império. A tradição conta que São Paulo andou pregando ali e que no século II a cidade tinha cerca de 30 mil habitantes.

A cidade era tão importante que Júlio César e Octávio César Augusto, imperadores, residiram alguns anos na cidade.

Há inúmeras ruínas que atestam a riqueza e grandeza da cidade. No anfiteatro da cidade foram martirizados muitos cristãos, inclusive São Frutuoso, Santo Augúrio e São Eulágio, mortos em 259.

A decadência começou no século IV, quando Constantino desagregou da Terraconensis, as províncias de Cartaginense e Galecia.

Os visigodos de Eurico arrasaram Tarraco em 476. Depois reconstruíram-na e ali celebraram em 516 um Concílio provincial. Ali foi morto São Hermenegildo, a mando de seu próprio pai, o rei Leovigildo, degolado nos porões do Pretório por ter abjurado ao arianismo que professavam os visigodos.

Em 713 e 714 as tropas muçulmanas de Ta'rique e Musa conquistaram Tarragona e a província. Algumas tentativas de reconquista foram tentadas pelos exércitos de Carlos Magno, mas só em 1150 o conde de Barcelona retoma a região para os cristãos.

A Catedral fica sobre um templo romano dedicado a Júpiter e sobre uma mesquita árabe. Foi construída a partir de 1174 e terminada em 1350. Fica na parte mais alta da cidade.

Há muros romanos e medievais na parte velha da cidade. Fora dos muros e só separado da praia pelos trilhos da RENFE, a ferrovia estatal espanhola, fica o impressionante anfiteatro romano, para 24 mil espectadores, construído no século II d.C. e reformado em 218 d.C. Sua arena media cerca de 130 metros de diâmetro. Nele foi construída uma igreja no século VI em honra aos ditos mártires e depois uma basílica no século XIII.

No Museu da Romanitat se exibe um vídeo sobre a chega dos romanos. E por ele se entra para um giro pelo castelo construído sobre as ruínas romanas (do século III a.C.). Da torre do Forum Provincial (73 d.C.) se tem uma vista magnífica da cidade, mar e arredores.

As ruínas do Fórum romano demonstram sua grandeza. Tinha cerca de 42 mil metros quadrados.
O circo tinha enorme arena: 340 metros de extensão por 75 de largura. Nos subúrbios da cidade ficam o Museu e Necrópole paleo-romanos. Outra parte da necrópole pode ser vista no estacionamento do shopping center vizinho. O museu guarda tessaræ desse período.

A cidade é muito agradável. Ao fim da rua Rambla Nova fica um jardim com palmeiras do qual se tem uma vista soberba do Mar Mediterrâneo. Essa avenida é enfeitada com fonte de água. Em seu centro há um largo calçadão arborizado para pedestres. Perto da necrópole paleocristã os prédios são modernos e bonitos.

O centro velho é medieval. Suas ruas são apertadas e irregulares.

Pertinho de Tarragona fica o aqueduto romano de Les Ferreres. É mais ou menos das dimensões do de Segóvia, mas um pouco mais tosco. Está perfeitamente conservado e dá para ver a canaleta por onde a água corria: um duto de cerca de um metro de largura por meio metro de profundidade.

Voltei a Tarragona em dois fins de semana, quando estive na Espanha em 2008.

Em uma das visitas, vi na Plaza del Ayuntamiento o festival de castillers, as pirâmides humanas que fazem por lá. E depois, na rambla principal da cidade, assisti a um desfile dos mesmos. Mas não entendi se era festividade religiosa ou civil.

Na TV apareceu uma propaganda de cerveja em que um senhor pede vuit Estrellas (oito Estrellas). Estrella é a marca de cerveja mais consumida por lá. O atendente do bar vai buscar e o cliente começa a passar latinhas para cima. O foco se abre e lá estão homens sobre os ombros de outros, formando um castelo humano.

Em Tarragona fui ver o rio Francolí, que deságua no mar. Na ocasião, o leito dele, muito largo, estava seco. Só um filetezinho de água escorria entre pedras.

Contornei a antiga fábrica de cigarros, hoje abandonada e em decadência, um edifício que cobre creio que mais de um hectare de área. Dali fui conhecer as ruínas do foro  romano. Muito pouco restou dele. Pedi algumas explicações a u'a moça que ali trabalhava. Muito simpática, elogiou meu Espanhol. Valeu!

Fui também ver o teatro romano, que estão tentando preservar. Do alto se pode ver alguma coisa, mas tem de ser cuidadoso, pois o parquinho do mirante é também sanitário de cachorros.

 

 

Segue Valência ...

Índice da Espanha



Criado e administrado por Marco Polo T. Dutra P. Silva

® Site registrado na Biblioteca Nacional desde 2003. A reprodução de partes de artigo é permitida desde que informado o título dele, seu autor e o endereço da página web correspondente.