No Museu de Hospital de Santa Cruz, antigo orfanato de dois andares do século XV, em forma de cruz, com tetos de madeira trabalhada, estão guardados tapetes artísticos, missais antigos, armaduras e cópias de quadros famosos de El Greco e outros pintores espanhóis, além de três pendões que estiveram na nave capitânia da batalha de Lepanto (quando os cristãos tomaram Constantinopla aos turcos, em 1571). O maior dos pendões mede 16 metros e vai do teto até o chão. Outra riqueza local é o busto de prata trabalhada do rei Carlos V.
Dali passamos pela Plaza Almodocáver, onde as pessoas param para um bebida ou um lanche. A praça é rodeada por edifícios baixos, com sacadas.
O Alcázar é um edifício enorme e quadrangular que hoje abriga um museu do exército. É o edifício mais ao topo da colina.
Fomos à Catedral, outro edifício altíssimo, sobre a qual nos deteremos um pouco mais, visto ser uma das mais importantes da Espanha.
Visitamos a capela de São Tomé, cuja única atração é o enorme quadro O Enterro do Conde de Orgaz, de El Greco, que usou rostos de personagens da época. O quadro tem mais de 400 anos e nunca precisou de retoque.
Na Sinagoga del Transito fica o museu hebraico (Museu Sefardi). Começa-se a visita por um salão em cujas paredes estão esculpidos desenhos árabes. Há inscrições em hebraico. Dali se passa a uma sala que mostra a vida dos judeus nas várias épocas. Eles viviam com todos os direitos de cidadão romano desde sua chegada no século I até os anos iniciais da era visigoda. Há uma lápide do século II de um Justinus, nascido em Flavia Neápolis (hoje Siuém, na Samaria), encontrada em Mérida.
À medida em que os visigodos arianos se tornaram católicos e os bispos toledanos se fortaleciam nos concílios, os tributos e restrições sobre os judeus aumentavam. Eles não mais podiam ter escravos cristãos e praticar proselitismo religioso. Os judeus não podiam se casar com cristã, embora o reverso fosse aceito, desde que os filhos fossem batizados.
Por essa razão os judeus ajudaram e receberam bem os invasores árabes do Al-Andalus (àquela época, árabes e judeus não tinham o ódio que hoje nutrem um pelo outro).
Há um pátio onde estão expostas lápides sepulcrais judias do século XIV.
Com a completa reconquista da península pelos cristãos, os judeus foram obrigados a se converterem ou deixar a Espanha. Foi o primeiro passo rumo à Inquisição.
O termo sefarad era usado pelos hebreus para designar a península ibérica e a Espanha judia em particular. Por isso, sefardí passou a significar em castelhano o judeu oriundo da Espanha.
O museu guarda outros objetos de uso ou da cultura judia: candelabros, talmudes.
Igualmente de origem judia é a Sinagoga de Santa Maria, a Branca (séc. XII). No ano de 1405, após um virulento sermão de São Vicente Ferrer, uma multidão de cristãos invadiu e tomou a sinagoga, rebatizando-a de Igreja de N. Sra., a Branca.
A paróquia moçárabe mais antiga de Toledo e a terceira igreja mais antiga da cidade é a de Santa Justa e Rufina, erigida em 555, no reinado de Atanagildo e reconstruída no século XVI, é hoje uma capela obscura numa viela secundária e sem movimento.
A Mesquita Cristo de la Luz, do século X, é uma mesquita árabe depois transformada em igreja católica.
A igreja de San Román abriga o museu visigótico. É minúscula. Numa parede da porta de entrada há pinturas românicas (séculos XI e XII) e uma com inscrição em latim com letras góticas em suas bordas.
Jovens recuperavam as lápides do chão. Cômodos laterais guardam pedras (partes de pórticos, capitéis e colunas) do tempo dos visigodos. Ali está a mais antiga lápide, do sepulcro de Eva Frita, falecida em _____.
Estão expostos cópia do tesouro de Guarrazar (as coroas votivas dos reis visigodos), códices medievais (escritos em latim ou árabe), um missal moçárabe e vários objetos, a maioria composta de fivelas e botões, achados nos túmulos daquela era.
A igreja já foi mesquita e hoje tem um estilo mudéjar do século XIII com arcos árabes e colunas romanas.
Na igreja de Santo Domingo, o Antigo, está o túmulo de El Greco. Hoje é mosteiro e seu arquivo guarda documentos antiqüíssimos, como o testamento de Pedro I, o Cruel (1362).
No coro estão enterradas as monjas, mas o túmulo mais antigo (1412) é o de Inês Barroso, filha de Gutier Fernandez Barroso e mulher de Pedro Alfon Ibánez (falecido em 1360).
Ali também são vendidos mazapanes, doce típico da região, como uma rosca doce sobre uma folha fina parecida com hóstia
O mosteiro de San Juan de los Reyes foi erigido em 1476 pelos reis católicos, em ação de graças pela vitória em Toro (contra os portugueses).
No sopé da colina fica a Ermida do Cristo de la Veja, parte da antiga basílica visigoda de Santa Leocadia, onde se celebraram vários concílios toledanos.
A imagem de Cristo com o braço despregado da cruz deu origem a várias lendas. A mais célebre é contada no A Buen Juez, Mejor Testigo, uma história de amor entre Diego Martinez e Inês de Vargas, narrada em versos por José Zorilla. Nele o casal estava apaixonado, mas ele foi chamado para ir à guerra. Antes de partir, jurou diante de Cristo Crucificado seu amor por ela e prometeu casar-se ao voltar.
Após muitos anos de luta, retorna a Toledo. Nega ter feito o juramento de casamento. Inês procura as autoridades, mas só tinha como testemunha o crucifixo da igreja. Todos vão à igreja e, quando um dos juízes jocosamente pede à imagem eu jure sobre a bíblia a veracidade das palavras de Inês, o Cristo desprende seu braço direito, coloca-o sobre o livro e diz claramente: "Eu sou testemunha".
Ali está enterrada Santa Leocádia, sob uma lápide existente no chão.
Para visitar a ermida há que se dirigir à casa do zelador, a poucos metros da igreja.
As ruínas do Circo Romano, também fora do burgo, mostram uma construção circular, com arcos na parte inferior.
Em visita a Toleto, é imperioso apreciar a arte conhecida como damasquino, que descrevemos à parte.
Segue Ávila ...
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