Desse lugar, fomos acompanhando as Rochosas, com seus eternos picos cobertos de neve até Estes Park. No caminho há o Meekers Peak, com 13.900 pés de altura (cerca de 4.200 m) e a "log cabin" que pertenceu a Enos Mills (1885), denominado "o Pai do Parque Nacional das Montanhas Rochosas". Aí há um pequeno museu com fotos e documentos sobre ele e o parque nacional que ele batalhou para criar.
A cidade de Estes fica na entrada do Parque Nacional das Montanhas Rochosas. É arrumadinha e plana, cortada pelo Fall River, que nasce do degelo das Rochosas.
Entramos no parque pelo Sheep Lakes, um fundo de vale, que no passado (milhões de anos atrás) era um grande lago, que secou e hoje é pasto para cervos (elks) e cabras montesas.
A partir daí começa a subida. Dizem que esta é a mais alta estrada contínua dos Estados Unidos. Há uma estrada para o Mont Evans que é mais alta que esta, mais vai e volta pela mesma pista, enquanto a do parque atravessa a cordilheira.
À medida em que se sobe, a neve aumenta. Quando o sol está aparecendo, a temperatura é gostosa. Ao menos até a Rainbow Curve. Os morros parecem cobertos de glacê. É de se ficar horas admirando. Na Rainbow Curve o vento é frio e intenso. Há um belvedere de onde se vê a nascente do Fall River, Sheep Lake, o Hidden Valley. Tudo lá em baixo, de uma altura semelhante à da Serra do Mar (lembrando que o "lá em baixo" já está a alguns milhares de metros acima do nível do mar).
Como cansa andar! Que falta de ar!
Paramos no Ute Pass, que era a trilha utilizado pelos índios Utes.
No Forest Canyon encontramos um casal de brasileiros. Dali dá para ver o canyon que há milhões de anos atrás era uma geleira (glacier) de centenas de metros de profundidade. Derreteu e hoje há apenas um lago no fundo. Sobre ele construíram um pequeno observatório de madeira a algumas dezenas de metros da estrada, sobre as paredes íngremes do canyon. Dele se vê o canyon e os picos mais conhecidos (Longs Powell, Stones e Meekers).
Adiante, a Lava Cliffs, um paredão avermelhado naquele tapete branco. Pouco depois de Lava Cliffs, sem acostamento, está o ponto mais elevado da estrada.
A estrada a esta altura passa no meio de elevações com neve de quase dois metros de espessura.
Paramos depois no Gore Range, onde um vento polar fortíssimo não deixava ninguém ficar muito tempo fora do carro. Dali se via um morro com nome curiosamente significativo: Never Summer. Neste ponto encontramos outro casal de brasileiros.
A parada seguinte, ainda sob o vento ártico foi para ver o Cache la Poudre, um rio que corre no fundo de um canyon altíssimo. O vale no fundo do canyon estava todo congelado, apresentando apenas um filete esverdeado que calculo fosse o rio. Não estivesse tão frio, o local merecia mais horas de admiração.
Estávamos descendo. Passamos pelo Continental Divide, de quem já tive a ocasião de falar quando da visita ao Novo México,
Ao pé das Rochosas, o rio Colorado, uma titiquinha de menos de 3 metros de largura, escuro, raso, gelado e caudaloso. Quem diria que isso iria serrar as montanhas do Arizona, criando o Grand Canyon?
Saindo do parque há três grandes lagos, o Grand Lake, o Shadow Mountain Lake e o Lake Granby (o maior deles). Estavam todos com o nível baixo.
Dormimos num lugarejo chamado Tabernash, que tem como fundo as Rochosas. Ali a atendente, quando soube que éramos brasileiros, perguntou se no Brasil a violência era realmente grande. Respondi que em São Paulo e Rio de Janeiro, cidades grandes, ela não era maior que a de Chicago, Nova Orleans, Nova York ou Los Angeles (nota: estávamos em 1992 e de lá para cá eu teria de mudar minha resposta).
Ao lado da cidade fica o Montain Massive, o segundo maior do Colorado ( o maior é o Mt. Elmer).
Segue Georgetown ...
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