Na margem do rio fica um calçadão que vai do porto até o World Trade Center. Nele as barcaças turísticas atracam, há a doca de onde saem as balsas para Algiers (do outro lado do rio) e onde os artistas amadores se apresentam. Perto do World Trade Center há um aquário municipal.
Paralelo ao rio, saindo da Jackson Brewery e chegando ao antigo local do Forte Charles, corre o bonde que ficou famoso na peça de Tennessee Williams "Um Bonde Chamado Desejo". A viagem dura poucos minutos, mas é muito interessante.
A praça principal é a Jackson Square, antiga Plaza de Armas. Sendo mais latina que saxônica, Nova Orleans é uma das poucas cidades americanas com uma praça defronte à catedral: a Praça de Armas típica das cidades espanholas, portuguesas e francesas. A Catedral de Saint Louis e o Cabildo têm a frente voltada para o rio. Um dos lados da praça é marcado pelo Hotel Pontalba, um edifício em tijolos vermelhos, em três andares.
Ao lado da Catedral funciona o Presbytère, a antiga casa paroquial. Hoje nela é exibido o Pioneer, um submarino de ferro, com capacidade para quatro pessoas, construído em Nova Orleans em 1861 e o primeiro do gênero a ser utilizado em operações militares na Guerra da Secessão.
Em 1722, o frei François Xavier de Charlevoix, historiador jesuíta, visitou a cidade e ali encontrou à beira-rio um armazém semi-destruído servindo como igreja. Relatos de 1723 dão conta de que a missa era celebrada em uma antiga taverna, fronteira ao rio Mississipi. Já em 1727 a igreja funcionava num edifício sobre o qual se ergueu a presente Catedral (embora uma placa na parede da Catedral diga que ela foi ereta em 1718!). A paróquia foi dedicada a São Luís, o rei-santo da França.
A igreja foi destruída no incêndio que arrasou a cidade em 1788. No ano de 1794 ela estava novamente recuperada, graças ao patrocínio do andaluz D. Andrés Almonester y Rochas.
D. Andrés fez fortuna em Nova Orleans no ramo imobiliário, reconstruindo os edifícios atingidos pelo fogo. Foi ele quem construiu os Edifícios Pontalba, enorme prédio que ocupa um dos lados da praça principal da cidade. O edifício foi batizado em honra a uma sua irmã, Micaela Almonester de Pontalba.
D. Andrés pediu, em retribuição à sua generosidade, um título nobiliárquico a Castela. Como o título tardava a chegar, sua generosidade foi minguando e só reavivou quando soube que o Cabildo discutia conceder-lhe uma comenda. Por fim, ele recebeu a comenda de Cavaleiro da Real e Distinta Ordem de Carlos III em sessão solene conduzida na Catedral em setembro de 1796. Ele morreu em 1798, com 73 anos de idade, e foi sepultado na mesma Catedral.
Além de D. Andrés, outras importantes figuras também encontraram repouso eterno na Catedral, entre elas o governador Manuel Gaioso de Lemos (nascido no Porto, Portugal, a 30 de maio de 1747 e governador da Louisiana no período 1789-1799) e Francisco Bouligny (nascido em Alicante, Espanha, a 4 de setembro de 1736 e falecido em Nova Orleans a 25 de novembro de 1800, oficial-comandante do Regimento de Louisiana e governador interino em algumas ocasiões).
A igreja não foi atingida no segundo incêndio da cidade, em 1794.
Dentre seus vigários mais destacados está o padre Antoine. Em abril de 1793, o Papa Pio VI criou a diocese de Nova Orleans e nomeou D. Luis Inácio Maria de Peñalver y Cárdenas, de Havana, como seu primeiro bispo. Ele chegou em julho de 1795 para tomar posse da sé. Com ele veio o frei Antonio de Sedella, capuchinho. O padre Antoine, para os locais. O padre Antoine era brilhante orador e muito caritativo, mas vivia em constantes atritos com as autoridades eclesiásticas. Morreu em 1829.
A Catedral foi elevada ao status de Basílica Menor em 1987, durante a visita do Papa João Paulo II, o primeiro sumo pontífice a pisar em solo americano.
Na face da praça oposta à Catedral ficam o Café Du Monde (um dos poucos lugares nos Estados Unidos onde se pode beber um café decente) e o mercado municipal, local de venda de frutas, cereais. Um ótimo local para se comprar uma lembrancinha (principalmente da cozinha cajun).
Segue New Orleans ...
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