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CADERNOS DE VIAGEM

AMÉRICA DO NORTE - Estados Unidos - Nova York

Nova York

O meio de transporte mais fácil e barato da cidade é o metrô. Ele é sujo e mal-sinalizado, mas de dia não parece tão perigoso quanto o pintam nos filmes. Quem decidir andar de ônibus deve lembrar de levar dinheiro trocado, pois não há cobrador e os motoristas não dão troco.

Vista aérea de Manhattan

Os táxis (os famosos yellow cabs) são geralmente dirigidos por paquistaneses ou latinos. Não são caros, mas a gorjeta é praticamente obrigatória. Talvez pelas condições de trabalho ou pela pobreza do inglês deles, não me deram muita "trela" quando procurei puxar conversa com eles.

Os lugares e arquitetura são bastante familiares aos brasileiros das metrópoles, exceto pelo luxo e asseio da cidade. A maioria dos prédios é marrom. Nas periferias, o clima é meio pesado, como nos filmes.

A TV americana é, em geral, chata. Inúmeros programas de notícias, que se repetem o dia inteiro (como hoje já ocorre no Brasil), quase todos de caráter local, como se o resto do mundo não existisse. Mesmo os programas em espanhol, coreano, chinês, etc, são paroquiais. É comum ouvir: "agora vamos às notícias do mundo. Na Califórnia ....". O mundo para eles é o resto do país. Exceção é Israel. Quase todos os dias há notícias de lá. De resto, apenas uma ou outra notícia de outras partes se eclodir uma guerra, houver um desastre ou crime hediondo.

Num desses dias, no entanto, passou um longo programa sobre a Teologia da Libertação, entrevistando os irmãos Boff, o Papa, vários bispos e cardeais brasileiros.

O canal 35, depois das 10 horas da noite, apresenta um programa em que mulheres e homens aparecem totalmente nus, se oferecendo sexualmente para tudo. Duas horas desse mercado diário e os números dos telefones das "casas de massagens" são sugestivos: 800-PISS (mijo), 800-ASS (bunda), 800-FUCK (trepada) ...

Os anúncios da TV são sobre artigos caros (carros, viagens ...). São raríssimos anúncios sobre roupas, sabonetes, pastas dentais etc. Alguns são criativos, como um de sorvete que anunciava Ice-cream, youce-cream, hece-cream ...

Num outro dia, a CNN mostrou uma reportagem sobre a Rio 92, o encontro de cúpula dos chefes de estado para a preservação da Natureza. Limitou-se a falar do presidente Clinton e dos motéis de luxo da cidade. Nenhuma novidade, posto que para eles não passamos de um povo exótico e sem importância duma república das bananas ao sul do Rio Grande.

A TV 47 apresenta o Noticiero 47, telejornal em espanhol. Nele se noticiou que o "time carioca do San Pablo ...". Carioca para os hispanófonos é sinônimo de brasileiro.

A cidade, como de resto todas as grandes cidades do país se ocupam seguindo modismo. Em 1992, as modas eram reciclar e discutir o aborto. Em todo canto coisas do tipo: Eu amo Nova Iorque, eu reciclo. Ou discussões infindáveis nas TVs sobre se o aborto deveria ser uma escolha da mãe (choice), dona do corpo, ou crime de assassínio. Um argumento muito bem colocado, a meu ver, apareceu numa desses debates, quando alguém perguntou a uma abortista se o feto não deveria ter também o direito de escolha e se ela acreditava que o feto votaria por ser ele próprio assassinado.

Duas cidades compartilham as margens do rio Hudson: Nova Jérsei ao sul e Nova Iorque ao norte. Nova Iorque, aliás, fica no estuário onde se juntam para entrar no mar os rios Hudson e East, o primeiro vindo dos Grandes Lagos e o segundo um escoadouro de um braço de mar que separa a Long Island do mar (braço esse chamado de Long Island Sound). Uns outros rio menores também deságuam no estuário, como o rio Passaic, vindo de Nova Jérsey.

Nova Iorque é dividida em cinco dos distritos: o Manhattan (uma ilha em forma de pênis), o Bronx, o Queens, Brooklin e Jamaica.

Há várias pontes ligando os distritos de Nova Iorque. Sobre o East River temos as pontes do Brooklin, a de Manhattan, a de Williamsburg e de Queensboro. A de Queensboro passa sobre a ilha de Roosevelt (no centro do rio). Um bondinho (tramway) corre ao lado dessa ponte e faz uma parada na ilha, onde ficam um bairro residencial e um hospital enorme.

Sobre o rio Harlem há uma ponte de igual nome. Sobre o Hudson só há a ponte George Washington, já perto do Bronx. Nova Iorque se liga a Nova Jérsey também por um túnel subfluvial, vindo do Queens.

No meio do Manhattan há um enorme quadrilátero verde, o Central Park. Ele não parece muito maior, se é que o é, que o Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Nele estão o Zoo e o Jardim Strawberries Fields Forever, homenagem a John Lennon, assassinado às portas de um hotel Dakota Apartments) a poucos metros do jardim, em 1980.

Numa avenida lateral ao parque fica o Museu de História Natural. Ali os administradores foram perfeitos: o museu é imperdível. Logo na entrada alguns esqueletos de dinossauros, feitos de plástico, pois o peso dos ossos é colossal.

Dentro do museu, há vários "aquários" e dentro deles vários animais em tamanho natural e em poses tais que parecem vivos. Uns parecem ofegantes, outros estão com o rabo em posição de movimento sorrateiro, outros encaram uma presa...). Os músculos retesados e o brilho dos olhos conferem um realismo impressionante às cenas. O solo em que pisam parece real, feito de barro em cenas perto de rios ou lagos, de areia solta e cascalho nas regiões desérticas).

Cada um dos "aquários" tem um animal (sozinho, em par ou bando) e as plantas e animais secundários que compõem a mesma microfauna (hospedeiros, alimentos ou predadores deles) de modo que se forma uma idéia muito clara sobre o conjunto, sobre o habitat e habitantes. Todos os animais e plantas são descritos em tabuleta ao lado do "aquário".

Nesse museu há uma seção mineralógica. A grande maioria das pedras é brasileira. Quase todas vêm de Minas Gerais ou da Bahia. Há uma ametista enorme, do tamanho de u'a máquina de lavar roupa, cujo topo foi cortado para introduzir uma lâmpada e outro corte permite ao público ver o interior da pedra com iluminação indireta. O interior é todo de cristais roxos. Linda.

Na seção Meteoros há vários deles expostos. U'a máquina oferece uma série de perguntas sobre os meteoros e objetos celestes (planetas, satélites, estrelas e galáxias) e, manejando os botões, você vai obtendo as respostas.

Há duas apresentações de documentários em salas escuras: uma sobre meteoros, com simulação de seu impacto sobre a Terra e a Lua (a teoria do fim dos dinossauros por choque de um meteoro com a Terra). A outra sobre o ouro, mostrando a produção, refino e comércio do metal.

Bem perto do parque fica o Carnegie Hall, uma sala de espetáculos antiga, com vários andares de arquibancadas em volta do palco. Nela assisti a um Hooternanny, um espetáculo anual de música e piadinhas.

A famosa Broadway liga a Columbus Circle (na entrada do Central Park) à Times Square, o principal centro teatral do país, onde luminosos anunciam peças que ficam em cartaz por anos a fio. De dia não parece grande coisa, mas à noite as luzes fazem milagres.

Uma advertência: Não passeie pela rua 42 entre a Times Square e a Biblioteca Pública. É a zona do tráfico e prostituição e ali o crime é meio que tolerado.

Segue Nova York ...

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