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CADERNOS DE VIAGEM

AMÉRICA DO NORTE - Estados Unidos - Arizona

Phoenix

De San Francisco, começamos nossa viagem a Phoenix. Entre San Francisco e Los Angeles passamos por Antioch, onde um rio largo (braço da baía de Suisun) se espalha em braços pantanosos, cobertos de paul. Garotos brincavam com jetski. Passamos também por Martinez, onde está a primeira usina de cana-de-açúcar que vi em todo os EEUU, às margens do Sacramento River (enorme, do tamanho da represa de Guarapiranga ou do Descoberto). Perto de Martinez o rio é atravessado por uma ponte de ferro de mais ou menos 300 metros.

Depois vem Madera, às margens do rio San Joaquim, em cujo vale o trem corre horas a fio entre plantações de verduras, maçãs e pêssegos irrigadas.

O trem faz uma parada em Fresno, onde há um City Hall que nem vou tentar descrever, tão interessante é sua arquitetura, combinando formato de pirâmide na vertical e arco na horizontal. Tudo espelhado.

A viagem de trem se encerra em Bakersfield e o restante do caminho para Los Angeles (115 milhas ou 184 km) é feito de ônibus. O motorista vem fazendo gracinhas o tempo todo. Numa hora pergunta quem vai ficar num certo ponto. Nenhuma resposta. Pergunta se alguém vai ficar noutro lugar. Novo silêncio. Aí ele comenta: "assim eu vou chegar cedo em casa. Minha mulher não vai gostar nada disso.".
Chegamos a L.A. e às 10h 15min pegamos o trem para Phoenix.

Metade da viagem foi à noite e metade dormindo. Mas deu para ver que até chegar no vale do rio Gila é o deserto normal: seco, pedregoso, quente. Daí a Phoenix há enormes culturas de macieiras e pessegueiros às margens do caminho do trem. Perto da cidade um sem-número de ferros-velhos.

Em Phoenix estava calor, entre 35ºC de manhã e 41ºC às 4 horas da tarde.

Ali fomos ver a ruína dos Hohokan em Pueblo Grande (sob um sol infernal que fazia as têmporas latejarem). Esses índios viveram por aqui até mais ou menos 1.400 d.C. e depois sumiram.

Tinham uma crença curiosa: achavam que o jogo de bola servia como porta de ligação entre o mundo exterior e o mundo subterrâneo (dos deuses). Por isso, desenvolveram jogos com bolas de borracha. Um filme no museu mostra índios jogando uma espécie de tênis a céu aberto. Cada um batia na bola com o braço (protegido por uma espécie de bandagem de couro) e mandava a bola alta para o outro lado. Não deu para entender, mas parece que tinham de passar a bola pelo buraco de um aro de adobe numa parede. Era jogo de mulheres.

Noutro jogo, este de homens, uma bola de borracha mais ou menos igual à de futebol era jogada para o campo adversário (geralmente de outras tribos) com a anca. Os índios se atiravam no chão para pegar as bolas lentas ou baixas e a tinham de devolver com a anca também ("ulama" ou "hip ball" em inglês).

Para esses jogos havia um espaço enorme à frente das habitações.

Os hohokan construíram canais de mais de 30 milhas para trazer água do Salt River, que passa onde hoje é Phoenix. Canais maiores que nosso rio no sítio, todo "concretado" com adobe. Nas margens plantavam feijão, trigo, cevada, etc.

Daí estivemos num conjunto de morrinhos famosos conhecidos como Papago Buttes. E dali para a Montanha da Superstição, onde começa a Trilha dos Apaches.

Estava muito quente e tiramos a tarde para uma piscina. Um vento quente não dava descanso. À noitinha, perto do hotel, algumas codornas e um jackrabbit (aquele coelho cinza tipo Pernalonga, não maior que um rato grande) procuravam comida. Conosco estava hospedado um motorista de caminhão doido por um papo. Mas, além do sotaque, ele já estava um tanto quanto "mamado" e a língua enrolava. Por fim, uma dama veio buscá-lo para uma noitada e ficamos sós na piscina. O por de sol desse dia foi algo indescritível.

Segue a Apache Trail ...

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