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CADERNOS DE VIAGEM

AMÉRICA DO NORTE - Estados Unidos - Wyoming

Parque Yellowstone

O Yellowstone Park é conhecido como o parque do Zé Colméia. Ele também iniciava (àquela época) em meio a árvores queimadas pelo grande incêndio da década de 1980. Essa paisagem só era quebrada pelo Lewis Lake, enorme massa de água azul.

Mas logo o Yellowstone começa a mostrar porque é tão famoso. De cara o West Thumb Basin e o Yellowstone Lake. O primeiro um terreno às vezes de pedrinhas, às vezes liso como terreno de lava, pontilhado de poças de águas quentes fumegantes, muitas das quais ficam borbulhando. Esses poços ficam limitados a uma região que chamam de Grande Caldeira. São de diversos tamanhos, desde os minúsculos até outros de formato de um lago, com cores maravilhosas, indo de azul claro a azul marinho, ou de verde-água a um verde escuro. Muitos poços têm as paredes de cor branca, contrastando com a cor d'água. Eles já foram ativos no passado, com gêisers.

Passeia-se por entre esses poços por uma calçada de madeira e se recomenda não sair dela, porque às vezes o terreno não passa de uma frágil lâmina e quem pisar nele corre o risco de cair em caldeirão de até 90° C.

O lago Yellowstone é enorme, como a baía de Guanabara, com montanhas nevadas ao fundo. É calmo e sua água muito fria. Diversas pessoas pescam nas margens, inclusive de barco. Do lago sai o rio Yellowstone de que falamos adiante.

O West Thumb e o Yellowstone Lake ficam no lado leste do parque.

Rumo ao norte encontramos o Mud Volcano, região onde ficam poços também fumegantes, borbulhando e exarando cheiro forte de enxofre. Alguns parecem barros borbulhando, outros são bacias com água fervente, de coloração azul escuro.

O solo dos poços é formado por argila e barro. O gás sulfeto de hidrogênio ascende do subsolo do poço e é metabolizado por bactérias em ácido sulfúrico, que dissolve o solo barrento. O cheiro e a cor dos poços vêm do sulfeto de hidrogênio.

Um calçamento de tábuas semelhante ao da West Thumb percorre os vários poços, situados morro acima. Alguns desses poços são extraordinários, em particular o Mud Geyser (barrento), o Churning Caldron (cerca de 38 a 43° C) e o Black Dragon's Caldron (até 88° C). Nada, porém, se iguala à Boca do Dragão (dragon's Mouth Spring), a saída da caverna. De dentro da caverna vem sons que parecem uma briga violenta ou água fervendo violentamente. Um rolo espesso de vapor de água sai constantemente da caverna, de quando em quando numa pequena explosão. Água sai pelo solo a cerca de 83° C e um cheiro fortíssimo de enxofre é lançado no ar.

Pouco adiante, quase do outro lado da rua o Sulfur Caldron, dois outros poços de águas esverdeadas e efervescentes. Ao fundo corre tranqüilo e frio o rio Yellowstone.

O rio nasce no Yellowstone Lake e corre para o norte veloz, mas razoavelmente tranqüilo até às Le Hardy Rapids, corredeira que as trutas usam para perder gordura na hora da desova. Há um observatório no local.

Depois o rio volta a ficar tranqüilo e serpenteia por campos onde os bisões e gamos pastam. A seguir ele entra no canyon. Suas águas verdes-esmeraldas se revoltam, passam por uma corredeira e depois vão cair em duas grandes cachoeiras. A maior é a inferior. Milhões de quilos de água despencam numa altura superior à de Niagara, ou mesmo de Foz do Iguaçu. A água verde se transforma em espuma branca e vai explodir lá embaixo, para depois correr em turbilhão no fundo de um canyon estreito, mas profundo, de paredes multicoloridas e muito erodidas. principalmente pelo terremoto de 1975 (6,1 graus na escala de Richter).

Para ver essas quedas há vários pontos nas trilhas que seguem ambas as bordas do desfiladeiro. Três pontos, contudo são imperdíveis: a Uncle's Tom Trail no lado oeste, o Lookout Point e o Brink of the Lower Fall no lado oeste. Cabe uma advertência: o Uncle's Tom Trail termina numa escada de 328 degraus e o Brink é uma descida íngreme de cerca de 500 m. Ambas exigem um esforço físico muito grande.

O Uncle Tom's leva a uma plataforma defronte à metade da queda da cachoeira inferior. O Lookout coloca você diante da cachoeira (ao longe) e do desfiladeiro. Dele há uma trilha que desce mais ou menos ao nível do Uncle Tom's (no lado oeste e mais distante da cachoeira que o observatório do Uncle Tom's). O Brink é uma plataforma bem ao lado da queda, como em Niagara. Dali se vê a grossa coluna esverdeada despencar em "vapor" de água cândida e se despedaçar no fundo do canyon, formando um vendaval monstruoso que espalha água pelas encostas próximas. Depois segue revolta canyon adentro.

Na outra margem do rio vimos um urso e seu filhote. Parecia ser grizzly, mas não tenho certeza.

Ainda no fim desse dia estivemos no Old Faithful. No caminho, árvores queimadas a granel. Muita neve ainda sobrou entre as árvores verdes.

Ele fica numa bacia (basin) de geyseres. É como uma colina em três níveis, cortada pelo rio Firehole. Na parte superior da colina, à direita do rio, há uma trilha feita em madeira por entre vários geyseres (Lion Group, Beehive etc.) e "hot springs". O Lion estava quietinho quando passamos por ele. Pouco depois o sacana começou a funcionar e só pudemos vê-lo de longe. São geyseres pequenos e completamente irregulares. Vimos dois em atividade (alguns minutos lançando água a alguns metros).

À esquerda do rio fica o terraço onde fica o Old Faithful. Não se pode chegar perto porque o terreno não é seguro a cerca de 30 m dele ficam algumas fileiras de bancos de onde se pode ver a erupção, que ocorre a cada 70 minutos em média. Dos bancos se vê um montículo branco de pouco mais de um metro de altura. Do centro dele sai vapor de água, até que de repente ele começa a lançar água fervente a cerca de 30 m de altura, durando mais ou menos 5 minutos.

Dali se vê, lá em baixo, vários rolos de vapor sendo lançados no ar.

Errando a previsão, reservamos um quarto de hotel em Mammoth Hot Springs, a mais de 30 km dali.

No caminho há uma cachoeira bonita, a Kepler's Fall, vista de um observatório elevado sobre o canyon do rio.

Em Mammoth Hot Springs ficamos numa cabana, É bom saber que nessa região é difícil arrumar hotel. Tem de reservar ou o risco é grande de se ter de andar mais de duas horas para sair do parque e conseguir algo.

Essa cabana tinha banheira de hidromassagem hidrotérmica no "quintal". Chegamos à noite, noite fria, e o banho na banheira ficou para a manhã seguinte.

O hotel fica de frente para uma alta cadeia de montanhas. Perto dele um morro com três níveis. Na parte de baixo, uma das mais bonitas fontes: a Minerva. Caindo em patamares, a água quente alisa o terreno e cria "rendados" nas bordas das fontes. As algas e bactérias colorem os patamares de verde-claro, amarelo ou tijolo. Pouco acima há outra formação igual, a Júpiter, inativa. As bactérias morreram e a formação se tornou branca. A consistência desses terrenos é o de giz molhado.

À pé ou de carro se chega à segunda plataforma, a chamada Lower Terrace. Ali, defronte ao estacionamento, uma enorme área branca com algumas poças azuis de água quente. Um caminho à direita leva à linda Canary Springs.

A plataforma mais alta é o Upper Terrace, onde a formação mais bonita é a Angel Terrace, com a água escorrendo por uma encosta branca, amarela e tijolo.

Rumo ao sul, passamos pelo Sheepeater Cliffs,. um paredão basáltico vulcânico na forma de colunas hexagonais, às margens do Indian Creek. Ali vivia uma tribo de índios que se alimentava de ovelhas, daí o nome que os brancos puseram.

Mais ao sul, sobe-se pelo Gibbon Canyon e se passa pela Gibbon Falls, uma cascata bonita, de fundo negro.

Continuando se chega à Norris Geyser Basin, uma enorme área de terreno de barro branco, povoada de olhos de água quente azulados. Dentre os vários geyseres, aí existem: o Echinus e o Arch Stream. Este segundo é o que joga água o mais alto (90 m), mas é altamente preguiçoso. Irrompeu uma vez em 1990, outra em 1991 e nunca mais.

Nós vimos o Echinus em atividade. A cada 30 a 70 minutos ele lança suas águas ácidas (mais que vinagre com pH 3.3 - 3.6) a cerca de 15 m de altura. A atividade geralmente dura de 6 a 14 minutos, mas pode chegar a uma hora. Quando acaba, o poço vai sendo drenado e virtualmente seca, depois de 3 minutos. Um ranger chegou inclusive a entrar no poço.

A volta completa nas passarelas desta bacia mede cerca de 3,5 km e não dura menos de uma hora.

Só passamos rapidamente pela Lower Geyser Basin, porque estava chovendo e ventando frio. Parece ser uma bacia tão grande quanto à de Norris. Nele só vimos uma geyser funcionando por vários minutos (Great Fountain Geyser).

Por fim, paramos no Midway Geyser Basin, talvez a mais bonita às margens do rio Firehole.

São dois poços enormes, completamente encobertos pelas fumaças de vapor e sem cheiro (o Excelsior e o Grand Prismatic Spring). Nos segundos que o vento sopra dá para ver que eles são azul-celeste. Em volta, lama amarela, branca e ocre. As águas, ainda quentes, caem no rio.

Como estava ficando tarde, resolvemos desistir de ver a Tower Falls e ir para Cody.

Sai-se do parque margeando o Yellowstone Lake. Em alguns pedaços ele chega manso, como numa prainha.

A estrada está em obras e desce por um vale.

Segue Wapiti ...

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