Dia 2 de junho fomos em direção a Cabrerets, para ver sítio de Pech-Merle. A recepcionista do hotel nos havia desanimado, dizendo que necessitaria reserva de pelos menos 15 dias. Mas a Mithiko entrou no site do sítio e conseguiu reservar para o dia seguinte.
Saímos para o sul. O relevo vai mudando. A planície monótona do norte vai dando lugar a um ondulado de morros cobertos de árvores.
Saídos da auto-estrada, tomamos uma pequena estrada secundária e a poucos quilômetros dali, mais de 40 km de uma estradinha para um só veículo, com uma estreita faixa lateral, para o caso de encontrar outros veículos (e os encontros quase sempre se dão nas curvas), poder-se colocar ao menos uma roda nesta faixa. Mas é bem estreita e logo se chega a muros feitos de pedras.
A estradinha corta vilarejos de poucas casas, as maiores não chegam a 100 casas. Elas geralmente são de pedras, com jardim ou gramado, muito asseadas e conservadas.
Chegamos um pouco cedo ao sítio e almoçamos. Enquanto comíamos, um gato veio direto em nossa direção, cheirando o ar. Parecia um leão se preparando para atacar uma presa. A Mithiko deu uns pedaços de salsicha, mas ele ficou esperando mais. Joguei no chão uma colherada de minha lasanha. Ele cheirava, mas como o alimento estava quente, ele não atacou. Ficava revirando com a pata para resfriá-la.
Quando acabei, dei para ele limpar o prato. Enfiou a cara com gosto. Nem conseguiu comer tudo. Foi embora sem agradecer.
Na entrada, a guia explicou que pech é ocitano para colina, elevado, morrote. Merle é de origem incerta e significa ou argila ou alto.
Fomos os primeiros a formar a fila, pois íamos pedir para que nossa reserva, marcada para 3 e meia da tarde, fosse antecipada. Nem precisou, pois a moça ofereceu duas vagas para a turma das 2 e meia da tarde. Não se pode fotografar ou filmar os desenhos. Um guia vai explicando e vigiando.
Lá dentro é muito frio, por volta de 13 graus. E é mantido assim para evitar a proliferação de fungos.
As pinturas são originais. Geralmente feitas em paredes lisas das diversas salas da caverna. Esboçadas em cores negras (carvão) e vermelhas (ferrita ou óxido de ferro), geralmente retratam cavalos e bisões. Há uma que não se sabe se é de javali ou urso. Duas delas mostram homens feridos. Há alguns negativos de mãos dos pintores. São feitas colocando-se a tinta na boca, a mão na parede e se cuspindo a tinta.
Diversos animais são malhados, com as pintas feitas cuspindo a tinta dentro da cavidade formada quando se faz um OK americano com os dedos.
Depois da visita às cavernas, vimos dois curtas-metragens sobre o lugar e visitamos o museu local, guarnecido com as ferramentas, ossos gravados e outros objetos do sítio.
Pegamos uma estrada semelhante à da ida. No caminho, uma raposa cruzou a estrada uns 50 metros adiante de nós. Com isso, redobramos o cuidado.
Segue para Rocamadour ...
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