Catedral de Winchester
A Catedral é um enorme edifício, no estilo conhecido como gótico inglês antigo, cujo teto fica a muitos metros de altura. Ela foi iniciada em 1079 durante a administração do arcebispo Walkelin, com pedras trazidas da ilha de Wight e madeira das florestas de Hampshire. Em 1093 a Catedral foi inaugurada com a traslação dos ossos de São Swithun para ela e a demolição do Old Minster.
No ano de 1107 a torre central veio abaixo. O povo dizia que essa tragédia teria sido castigo do Céu porque o terrível rei William Rufus havia ali sido enterrado sete anos antes.
O arcebispo Henry de Blois (1129-1171), irmão do rei Stephen, administrou uma grande reforma do templo. Dessa época sobrevive uma parede pintada na capela do Santo Sepulcro. O bispo Godfrey de Lucy (1189-1204) também ampliou o templo, adicionando uma enorme nave atrás do coro. Também os bispos Henry Woodlock (1305-1316), William of Wykeham (1367-1404), Thomas Langton (1493-1501) e Richard Fox (1501-1528) realizaram reformas na Catedral.
A Catedral tem várias capelas, algumas com tumbas de bispos. Elas são em pedra incrivelmente trabalhadas, formando milhares de figuras geométricas, faces humanas, anjos, animais, elementos da natureza ... Trabalho de anos de dedicação. Nelas estão sepultados, por exemplo, o cardeal Henry Beaufort (1404-1407), os bispos William Waynflete (1447-1486), Richard Fox, Stephen Gardiner (1531-1555) e Henry de Lucy.
Pelos chãos e paredes há milhares de outras lápides, muitas de oficiais ingleses e a maioria escrita em latim. Na parede está, por exemplo, uma lápide a Jane Austen (falecida em 1817), escritora, autora do livro "Razão e Sensibilidade" e moradora em casa perto do Kingsgate, uma das saídas do burgo ainda hoje existentes.
Numa das naves estão colocadas sobre as paredes urnas com os restos mortais de vários reis e arcebispos do período saxão: Edmund (sem data) e Edred (falecido em 955). Kyngil (611-641) e Aethelwulf (839-858) estão na mesma arca, com indicação de que o primeiro morreu em 641. Também Egbert (802-837) e Kenulf estão também numa urna só, tendo o primeiro falecido em 837.
Uma outra traz a inscrição, num latim pouco culto:
En hac et altera e regione cista reliqua sunt Canute et Rufe regum, Emmae Reginae, Windae et Alwini episcporum
informando que nela estão depositados os restos mortais dos reis Canuto (1016-1035) e Rufus(1087-1100), da rainha Ema e dos bispos Winda e Alwyn (1032-1047). Uma placa de madeira na parede da nave informa que também os ossos do rei saxão Cenwalth (643-672) estão em uma das urnas.
Os ossos de São Swithun também estavam guardados na igreja, mas desapareceram com a Dissolução. A Dissolução decorreu do rompimento de Henrique VIII com o Papa. Ela criou a Igreja da Inglaterra, tendo o rei como seu pontífice máximo. Temendo ataque das nações ligadas ao Papa e para evitar a continuidade da devoção aos santos católicos, a grande maioria das igrejas foi demolida e os ossos dos santos desapareceram.
A Reforma não foi a única tragédia sofrida pela Catedral. Na guerra parlamentarista, em dezembro de 1642, soldados de Cromwell entraram a cavalo na Catedral, tombaram o altar e levaram-no para queimá-lo numa cervejaria próxima, destruíram vários monumentos e o órgão, derrubaram urnas mortuárias e usaram os ossos para quebrar os vitrais. Depois saíram desfilando pelas ruas em vestes sacerdotais. Na Catedral há um museu, onde vários objetos sacros podem ser vistos, inclusive uma bíblia do século XII, toda desenhada e colorida no estilo anglo-saxão ensinado na Escola de Winchester.
Em todas as paredes externas, vitrais enormes e coloridos mostram cenas do Evangelho ou da vida dos santos. No teto frequentemente há adornos ou brasões esculpidos e pintados.
Além do pagamento da entrada, há vários pontos na Catedral em que se pede doações para a conservação da música, das paredes, etc.
Na parte externa da igreja há outros túmulos, a maioria sem identificação.
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